Cinco notas finais sobre 2018
«Esperava-se com alguma ansiedade, mais para o lado da Luz onde tiveram de contratar três advogados de luxo porque estavam completamente aflitos, a decisão sobre o processo E-Toupeira. O que saiu desse veredicto podemos ler do seguinte modo: Paulo Gonçalves actuava em roda livre, fazia o que queria e ninguém o conhecia. Era uma espécie de contínuo ou porteiro da SAD do Benfica a quem ninguém ligava. Mandava mails, camisolas, bilhetes e era ele que pagava do próprio bolso essa filantropia. Portanto, livraram o bolo-rei do julgamento mas mandaram o brinde para ir a tribunal. Vieira respirou de alívio, mas é triste que seja a própria Justiça a amputar a confiança dos cidadãos em si.
O Sporting foi derrotado em Guimarães, e bem derrotado, pois Luis Castro superiorizou-se a Marcel Keizer e manietou-o por completo, porém, os leões começaram a perder fora de campo. É que a grande maioria dos sportinguistas que se deslocaram à cidade-berço só entraram no estádio 35 minutos depois do início do jogo. Gente com bilhete comprado, e caro, que quer ver um bom espectáculo e apoiar a sua equipa não pode ser maltratada por alguns mandaretes. O que diz a Liga sobre esta vergonha que acontece abundantemente em vários recintos?
Tivemos um "braguinha" na Luz. Apesar de levarem seis bolas no saco, mantenho que os homens de Abel ferreira têm capacidade para sonhar alto e são, na mesma, candidatos ao título. O que se passou então? A moléstia que acontece há algum tempo sempre que o Braga defronta o Benfica. Jogadores amolecidos, presos de movimentos, com vontade de dizer «faz o favor de passar, Sua Excelência» e esticando uma passadeira vermelha de facilidades a um Rui Vitória que sorriu pela primeira vez com gosto nesta temporada. Conselho meu: se querem ser grandes não se portem como servos.
Durante muitos anos a estrutura do Porto era gabada e invejada pelos rivais que perdiam. Balneário blindado, aquisições cirúrgicas, "scouting" de eleição, organização perfeita. Se nos três primeiros itens mencionados o nível de excelência se mantém (no penúltimo, Eder Militão que grande contratação), já no derradeiro há algo que devemos assinalar, pois algo se passa no reino do Dragão. Primeiro, Marcano e Reyes, saíram sem forrar os cofres. Neste ano é o mágico Brahimi e Herrera a poderem sair para outros horizontes sem que os portistas recebam verbas que dariam imenso jeito pelo talento e projecção de ambos. Se não houvesse Sérgio Conceição e a lua-de-mel que vive com os adeptos como seriam as reacções?
Todos sabemos que o futebol é do domínio do irracional. Sabemos de centenas de histórias de homens e mulheres pacatos que transfiguram por paixão doentia pelo clube do seu coração, esse é o lado engraçado da questão. Contudo, algo está mal quando o Estado se demite de atacar frontalmente criminosos e permite que um cidadão seja agredido no estádio ou na ida e volta para ele. Já morreu um sportinguista no Jamor, agora é um benfiquista, com prognóstico reservado, vítima de uns algozes para já sem rosto. Isto nunca mais pode acontecer.
PS: desejo um excepcional 2019 para os leitores e jornalistas do Record.
(Rui Calafate, Factor Racional, in Record)
«Esperava-se com alguma ansiedade, mais para o lado da Luz onde tiveram de contratar três advogados de luxo porque estavam completamente aflitos, a decisão sobre o processo E-Toupeira. O que saiu desse veredicto podemos ler do seguinte modo: Paulo Gonçalves actuava em roda livre, fazia o que queria e ninguém o conhecia. Era uma espécie de contínuo ou porteiro da SAD do Benfica a quem ninguém ligava. Mandava mails, camisolas, bilhetes e era ele que pagava do próprio bolso essa filantropia. Portanto, livraram o bolo-rei do julgamento mas mandaram o brinde para ir a tribunal. Vieira respirou de alívio, mas é triste que seja a própria Justiça a amputar a confiança dos cidadãos em si.
O Sporting foi derrotado em Guimarães, e bem derrotado, pois Luis Castro superiorizou-se a Marcel Keizer e manietou-o por completo, porém, os leões começaram a perder fora de campo. É que a grande maioria dos sportinguistas que se deslocaram à cidade-berço só entraram no estádio 35 minutos depois do início do jogo. Gente com bilhete comprado, e caro, que quer ver um bom espectáculo e apoiar a sua equipa não pode ser maltratada por alguns mandaretes. O que diz a Liga sobre esta vergonha que acontece abundantemente em vários recintos?
Tivemos um "braguinha" na Luz. Apesar de levarem seis bolas no saco, mantenho que os homens de Abel ferreira têm capacidade para sonhar alto e são, na mesma, candidatos ao título. O que se passou então? A moléstia que acontece há algum tempo sempre que o Braga defronta o Benfica. Jogadores amolecidos, presos de movimentos, com vontade de dizer «faz o favor de passar, Sua Excelência» e esticando uma passadeira vermelha de facilidades a um Rui Vitória que sorriu pela primeira vez com gosto nesta temporada. Conselho meu: se querem ser grandes não se portem como servos.
Durante muitos anos a estrutura do Porto era gabada e invejada pelos rivais que perdiam. Balneário blindado, aquisições cirúrgicas, "scouting" de eleição, organização perfeita. Se nos três primeiros itens mencionados o nível de excelência se mantém (no penúltimo, Eder Militão que grande contratação), já no derradeiro há algo que devemos assinalar, pois algo se passa no reino do Dragão. Primeiro, Marcano e Reyes, saíram sem forrar os cofres. Neste ano é o mágico Brahimi e Herrera a poderem sair para outros horizontes sem que os portistas recebam verbas que dariam imenso jeito pelo talento e projecção de ambos. Se não houvesse Sérgio Conceição e a lua-de-mel que vive com os adeptos como seriam as reacções?
Todos sabemos que o futebol é do domínio do irracional. Sabemos de centenas de histórias de homens e mulheres pacatos que transfiguram por paixão doentia pelo clube do seu coração, esse é o lado engraçado da questão. Contudo, algo está mal quando o Estado se demite de atacar frontalmente criminosos e permite que um cidadão seja agredido no estádio ou na ida e volta para ele. Já morreu um sportinguista no Jamor, agora é um benfiquista, com prognóstico reservado, vítima de uns algozes para já sem rosto. Isto nunca mais pode acontecer.
PS: desejo um excepcional 2019 para os leitores e jornalistas do Record.
(Rui Calafate, Factor Racional, in Record)
Começo por desejar um excepcional 2019 para Rui Calafate. Bem precisaremos do seu "factor racional", para que não estiolemos estupidamente...
Nesta autêntica e miserável república das bananas!...
Leoninamente,
Até á próxima
Com "esta mania de dizer verdades"...
ResponderEliminarAinda "vão calafetar" o Rui e deixá-lo a escrever crónicas...para não publicarem...
Um Bom Ano também para ele e para todos os sportinguistas...nomeadamente aqueles com quem "nos cruzamos aqui..."...
Bom Ano de 2019...
Com boas vitórias do nosso "Leão Rampante..."
SL
É verdade amigo Max. Ainda há poucos dias o Nuno Santos escreveu a sua última crónica no jornal Record, depois de, "amavelmente", terem dispensado os seus serviços. A sorte de Rui Calafate será a de ser um cronista ainda muito recente e poder parecer mal...
EliminarUm Bom Ano de 2019 para o amigo.
SL