Serenamente, em busca do Futuro... |
Preocupam-me as nuvens que cá de longe se me afiguram pairar sobre Alvalade. Afligem-me as notícias que, bem filtradas e melhor cruzadas, vou recolhendo sobre as múltiplas vertentes da terapêutica que Bruno de Carvalho estará a ensaiar no sentido da recuperação do "velho Leão". Sendo para mim inquestionável que o projecto com que o novel Presidente leonino venceu as recentes eleições, dará ao seu mentor o direito legítimo de o implementar sem desvios e absolutamente indiferente às pressões a que seja sujeito, tenham elas a origem que tiverem e aparentemente possam vir imbuídas do maior bom senso que seja possível imaginar, negar este sentimento de insegurança e desconforto seria negar o que sou e sinto.
Tenho pelo professor Jesualdo Ferreira um profundo respeito e admiração pelo que é e poderá - ou poderia? - vir a representar no futuro e no ressurgimento do Sporting. Mas temo que possam na realidade existir incompatibilidades intransponíveis entre o seu pensamento e o de Bruno de Carvalho. E se isso se vier porventura a confirmar, nada mais natural que a corda venha a partir pelo lado mais frágil ou pelo menos, pelo lado que se me afigura como o mais natural.
Ao presidente do Sporting Clube de Portugal jamais caberá a obrigação de alterar o seu projecto e muito menos em função do pensamento de quem ele pretenda nele incluir. Se Jesualdo Ferreira sentir que as condições que lhe são oferecidas não se enquadram nas expectativas que criou, assistir-lhe-á todo o direito de as recusar e a Bruno de Carvalho igual direito de procurar outro intérprete para a "partitura" que aparentemente já há muito elaborou. De insubstituíveis estão os cemitérios cheios. A vida continuará, assim como o respeito que Jesualdo Ferreira obviamente merece, mas o Sporting Clube de Portugal jamais será dependente de uma qualquer filosofia pessoal que ultrapasse a filosofia da sua liderança, qualquer que ela seja. Sempre foi assim e sempre assim será.
Aparentemente estará a acontecer o mesmo com Luís Freitas Lobo. E não sei se a cena não se repetirá com Tomaz Morais. São momentos muito conturbados aqueles a que o Sporting Clube de Portugal e o seu líder estarão a ser sujeitos. Se a tudo isso somarmos a quase inevitável debandada de muitos dos nossos maiores valores do quadro principal de futebol e o "surripianço" a que eventualmente estará sujeita uma boa parte da nossa formação e completarmos tudo isso com as preocupações inerentes à gestão da maior força do ecletismo nacional, quando o "porta-moedas" se apresenta tão dramaticamente vazio, eu direi que não desejaria estar na pele de Bruno de Carvalho. Só desejo, com muita força e esperança, que ele seja capaz de limitar a maior parte dos estragos e, salvaguardando a dignidade do grande Sporting Clube de Portugal, consiga preservar as razões que suportam no coração de todos os sportinguistas, este fogo de um grande e insuperável amor.
Leoninamente,
Até à próxima
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