Vamos ao cafézinho ?!...

 

Com tanta carta aberta a voar por aí, hoje apetece-me escrever uma carta fechada. Uma carta que não seja dirigida a ninguém em especial, mas a todos os que habitualmente passam por aqui. Cada um abre, lê, volta a fechar e vai à sua vida, serenamente, de bem com o mundo e, muito particularmente com o Sporting, se na sua alma habitar aquela esperança que nos distingue de outros.

O Conselho Leonino de ontem, embora não servindo para nada, acabou por gerar a acalmia de que o Sporting estava a precisar. Fez-me lembrar o café que quando eu era miúdo se fazia na minha terra à lareira, com a cafeteira sobre a trempe de ferro e que quando levantava fervura e subia por ali acima até quase à borda, levava com uma boa golfada de água fria em cima e acalmava, quase voltava à origem e... era hora de o retirar do lume, colocar o testo em cima e aguardar algum tempo, para que as borras regressassem ao fundo e a bebida ficasse límpida, para ser servido aquele cafézinho cujo odor era único e de que ainda guardo o sabor.

Já pouco importarão os motivos que fizeram levantar a fervura ontem em Alvalade. Nem quem despejou a água fria ou a mão bondosa que retirou do lume a danada da cafeteira. O que importa é que não foi derramado nem um pingo de café e a vazilha ficou por ali, junto ao borralho para não esfriar e agora, quando a borra for ao fundo e cada um de nós entender ser a melhor oportunidade, lá irá beber uma pinguinha e dar um estalo de satisfação com a língua. Porque o cafézinho de Alvalade dá vida a um morto e há-de haver um gole para cada um de nós. É preciso é esperar e nunca desesperar.

 

Leoninamente,

Até à próxima