Chupando o sangue fresco da manada !...

 

 

Três penadas

O CANTO DO MORAIS

quarta-feira, 12 dezembro de 2012 | 20:02

Autor: Carlos Barbosa da Cruz

 

Um daqueles movimentos que só existem no Sporting e que dá pelo nome de "Dar rumo ao Sporting", anunciou, com larga cobertura do jornal A Bola (wherelse?), que já tinha recolhido o número de assinaturas necessárias para a convocação de uma assembleia geral, cujo único ponto da ordem de trabalhos é a destituição dos actuais corpos sociais.

Não pondo em causa, o direito estatutário de requerer a convocação de reuniões de assembleia geral, aflige-me esta postura, porque o tal movimento, não apresenta qualquer alternativa à consideração do sócios; só pretende a destituição, sem se preocupar com o dia seguinte.

Fica então claro que o tal rumo é, apenas, um tiro no porta-aviões...

Já o escrevi aqui e repito, que o bota-abaixismo, por muito atávico e lusitano que seja, constitui sempre uma má escolha, e particularmente no actual momento do Sporting, pouco propício a agitações; como se sabe, existe a necessidade de mensalmente prover os desequilíbrios da tesouraria, num quadro financeiro vulnerável.

Tenho assim justificado receio das consequências duma iniciativa desse teor, por muito que apeteça aos sócios do Sporting, expressar a sua frustração para cima da direcção actual do clube.

É que, embora não o deseje, prefiro uma época envergonhada a um clube insolvente.

 

Das "Três penadas" com que Carlos Barbosa da Cruz (CBdC) emoldurou a sua rubrica "O Canto do Morais", da edição 12.12.12 do jornal Record, retirei apenas a primeira que apresento acima, por versar o tema que hoje aqui vos trago.

Por maior respeito que o texto e o seu autor me mereçam - e merecem! -, não me revejo na superficialidade com que CBdC analisa o movimento "Dar rumo ao Sporting". Exactamente porque não acredito que não comporte na sua essência, "... qualquer alternativa à consideração do sócios e só pretenda a destituição, sem se preocupar com o dia seguinte...".

Quando o dito movimento arrancou, "com a larga cobertura do jornal A Bola (wherelse)", disse-me um amigo, sportinguista dos sete costados, cuja identidade reservo pelo respeito que me merece, que estaria presumivelmente ligado a alguém, que em tempos se perfilou como candidato a umas eleições do Sporting e que acabaria por não concretizar essa intenção. Esta hipótese, além de fazer sentido, destruiria pela base a tese de CBdC. Mas a análise posterior que fiz, tanto pela evolução do movimento, quanto pela matriz que tem evidenciado, não me sugeriu que possa estar relacionado com a figura que me foi apontada.

Seja qual for o cenário subjacente a "Dar rumo ao Sporting", na minha modesta opinião, não faz sentido absolutamente nenhum o "bota-abaixismo atávico e lusitano", com que CBdC acusa André Patrão e Miguel Paim. Ambos revelaram ao longo de todo o processo, um equilíbrio e uma coerência de tal ordem, que me faz supor perseguirem uma estratégia muito bem delineada e absolutamente afastada dos desígnios que CBdC prevê que possam conduzir o Sporting a um estado de clube insolvente.

Provavelmente devido à minha condição de autor deste blog, onde sempre expressei uma civilizada oposição à linha de continuidade que Godinho Lopes nunca deixou de me sugerir, acabou por vir a confirmar ao longo deste meio mandato que protagonizou até agora e terá estado na génese do movimento, fui por este contactado no sentido da minha adesão. E a troca de ideias que após esse primeiro contacto se verificou e muito particularmente a elevação e a urbanidade demonstrada pelos mensageiros do movimento que me abordaram, devo confessar que depressa me convenceram de que não estaria perante a mera intenção de destituir por destituir, sem ideias daquilo que eventualmente a sua acção poderia vir a determinar.

No momento em que escrevo, já terá há muito terminado a reunião entre o Eng. Godinho Lopes e os "responsáveis do movimento". E será porventura um bom sintoma, o facto de se verificar uma saudável reserva de ambas as partes. Penso ser exactamente uma postura que honra e dignifica o Sporting Clube de Portugal, que terá de encontrar as respostas mais adequadas à resolução da crise que atravessa, dentro de si próprio, com urbanidade e elevação e sem necessidade de "largas coberturas jornalísticas (wherelse)", que vão tentando disfarçar de forma parasitária e valendo-se da doença alheia, os seus próprios males. Serão os "novos vampiros", algo parecidos com aqueles que Zeca Afonso há tantos anos celebrizou: sobrevivem chupando o sangue fresco da manada !...

 

Leoninamente

Até à próxima