domingo, 26 de fevereiro de 2012

Cada vez gosto mais !!!...

O Guardiola do Sporting ?!...
Devagar, devagarinho, Ricardo Sá Pinto está a transformar o Sporting numa equipa consistente, de futebol apoiado e onde os espaços começam a ficar preenchidos e utilizados, um futebol vertical e objectivo, assente numa posse de bola muito agradável de ver e que promete muitas alegrias e êxitos no futuro.
Alguns combaterão esta minha ideia, baseando-se no facto dela apenas ter feito sentido em pouco mais de metade da 1ª parte. Mas lá voltamos à discussão da velha máxima de que "Roma e Pavia não se fizeram num dia". E se no final do primeiro tempo a percentagem de posse de bola se situava nuns sintomáticos 70/30% favoráveis ao Sporting, apetece-me perguntar porquê?!... O melhor argumento para a superioridade manifesta do Sporting terá resultado das declarações de Carlos Brito no final do encontro: "... o Rio Ave fez um bom jogo mas a vitória foi para o mais forte, parabéns ao Sporting!...".
Haverá ainda um conjunto de pormenores que muito provavelmente, tanto a carga emocional, como a pressão - vulgo premência de vitórias -  que possam existir em cada um de nós sportinguistas, terão feito passar despercebidos. Refiro-me ao cuidado quase cirúrgico que Sá Pinto vem revelando na gestão de cada um dos múltiplos casos que o plantel lhe suscita, não deixando que a ânsia da vitória e do êxito da missão que lhe foi incumbida, faça tábua rasa sobre a visão mais abrangente que a um técnico de grande dimensão deve ter sobre todos os casos humanos, clínicos, físicos, mentais e motivacionais que lhe sobram no plantel e que deverão ser geridos com cuidado igual ao que uma equipa de cirurgiões utiliza as pinças no bloco operatório.
Ao nosso soberbo guarda-redes Rui Patrício, protagonista de uma das maiores séries de jogos oficiais disputados na Liga pelo Sporting, foi dado o "benefício" de uma merecida folga. Com prejuízo para o Sporting?!... De modo nenhum. Julgo que com um tremendo voto de confiança em Marcelo Boeck. O futuro há-de pronunciar-se sobre a "insignificância" desta opção de hoje.
Ao nosso inigualável e desventurado Marat Izmailov, vem sendo dada a oportunidade da recuperação faseada e paulatina dos seus níveis competitivos e de confiança, já que todos sabemos que a classe pura está lá. Hoje foram ultrapassados os níveis anteriores e já foi substituído com 85 minutos nas pernas e com o conforto de ter feito levantar o estádio com, porventura, o golo mais bonito que já foi apontado esta época nesta Liga.
Ao tão criticado e assobiado central Daniel Carriço, a "ovelha negra" da poderosa(?) "claque dos assobios" em Alvalade, tem vindo a ser dada a oportunidade e a honra de substituir o melhor trinco que nos últimos anos chegou ao Sporting. Devidamente enquadrado e ensinado por Sá Pinto, Daniel vem revelando a cada jogo uma sublimação de processos defensivos e, surpreendentemente, ofensivos, que nos fazem pensar que o Sporting já não dependerá apenas da classe pura, da garra e do querer de Rinaudo.
O caso perdido que, como trinco, André Santos vinha significando desde o início da época - eu terei sido um dos mais severos críticos da sua falta de agressividade defensiva e falta de coragem nos momentos ofensivos - Sá Pinto estará a atirar, lançar, promover, muito provavelmente, para o seu verdadeiro lugar. Hoje, ao pedir-lhe para substituir Schaars, o nosso "Coração de Leão" pode estar a relançar definitivamente a carreira de André e a prevenir o seu futuro e o da equipa.
A tão patenteada falha de doseamento do esforço físico de Elias, parece ter desaparecido por milagre e hoje vimos o "super-craque" brasileiro a durar, imaginem, 90 minutos, usando a sua prodigiosa alta rotação.
Os tão criticados individualismos e erros de visão periférica assacados a Capel, esfumaram-se como que por encanto e pudemos hoje apreciar um Diego que nunca tínhamos visto. E não me venham falar em coincidências e acasos. No futebol nada acontece por acaso ou coincidência.
Até Pereirinha, o eterno "patinho feio" de Alvalade - o nome que escolheu tem muita culpa - hoje se revelou como aquele jogador de que todos os plantéis necessitam e todos os grandes treinadores não dispensam. Esteja em campo muito ou pouco tempo, a importância da sua utilização está na consistência e no equilíbrio que acrescenta desde o momento em que entra.
Sobre o jogo de hoje, existirá no meu espírito apenas uma interrogação: o que pretenderá Sá Pinto ao dar a responsabilidade a Polga de marcar aqueles dois livres directos?!... Confesso que não sei. Sei apenas que de modo nenhum foram mal marcados e que RSP não será louco. Aguardemos pelos próximos capítulos, na certeza de que nunca esqueceremos André Cruz, mas se o melhor estiver para vir, não sei o que ainda nos estará reservado.
Ganhámos por 1-0. Foi bom, foi mau?!... Quero lá saber disso... O que eu sei é que gostei de ver o meu Sporting jogar e ganhar. Cada vez gosto mais!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

2 comentários:

  1. Meu caro,

    Se me permite, ao rol que evidencia, juntaria mais um, aquele que para mim foi mais significativo. Aquando da marcação do primeiro livre de Polga, pudemos ver por breves segundos este na companhia de Schaars e Elias a segredarem em conjunto a forma como se marcaria o livre. Acho isto um claro sinal de união e abertura que, dizem as más línguas, faltaria com o anterior técnico.

    E pode parecer insignificante, mas ver um treinador cumprimentar efusivamente UM A UM os seus "meninos" à saída do relvado diz muito do que poderá ser este Sporting se unido e confiante.

    Abraço

    ResponderEliminar
  2. Olá Amigo Álamo
    Incrível como as nossas vitórias, até aliviam as minhas dores lombares. Ontem vi o jogo, falei com aquele órgão musculoso, chamado coração, e disse-lhe para estar calmo que era só uma hora e meia, e depois ia ver o “Estado de graça”, aquele que é feito pelo Madeira e a Ana Bola, por acaso adeptos do nosso clube, para compensar algo que pudesse ter acontecido. Porque o ditado diz que “não há duas sem três”, e não é que foi mesmo, de novo 1-0, mas gostei, aquela primeira parte deixou-me extasiado ao ver a equipa a jogar tão bem, nem queria acreditar, por momentos pensei, que a jogar assim estou como diz a nossa mana Tite, “Ai city pego”.
    De qualquer forma, no jogo de ontem, julgo que ganhamos um jogador o Alexandre Luiz Reame, mais conhecido pelo “Xandão”, que me agradou bastante, bem posicionalmente, saiu sempre que pode a jogar e a fazer passes certeiros, e claro exímio de cabeça. Quanto ao Polga, esse o que faz Sá Pinto, é talvez incutir-lhe um pouco de confiança, porque sem ela ninguém resiste, ele, Sá Pinto sabe bem que quando era jogador, ele estava melhor ou pior, de acordo com o apoio dado pelo treinador, e ontem já se viu um Polga diferente, marcava mais em cima, sim porque a idade não perdoa, e desfazia-se da bola com maior rapidez, e até nos últimos minutos de jogo, atrapalhou Anselmo, quando este teve a sua mercê um golo cantado, que o obrigou a mandar a bola para a Alameda das Linhas de Torres.
    Boa análise, eu assino por baixo tudo aquilo que diz, e tudo tem mais encanto, quando com o Sá Pinto, sem papas nem bolos, reduzimos a diferença para o primeiro classificado, e se ganharmos em Setúbal, que tudo aponta para isso, ainda vamos reduzir mais.
    Abraço
    G@rfiled

    ResponderEliminar