A HORA DA VERDADE: NUNO VAI SOBREVIVER?
«O futebol é simples, ou parece: é preciso marcar golos, mais um do que o adversário e ganhar o jogo. Verdade global e, por maioria de razão, desígnio ou obrigação nos clubes grandes, como o Porto.
Olhando hoje para a equipa, mesmo sem saber o que lá vai dentro, sente se que a bola ‘queima’, os índices de confiança estão no mínimo, a ausência de golos resulta da ausência de ideias e a ausência de ideias origina falta de golos. De ideias, de estratégia, de auto-estima, até de sorte e, sejamos claros, na lista também entram os erros de arbitragem de que o clube tem objectivamente razões de queixa, mesmo que não na bizarra escala anunciada.
O clima parece negro porque os três anos anteriores foram o que sabemos, porque o Porto já não é, e sabe bem que se deixou ultrapassar, a potência dominadora do futebol em Portugal e porque o discurso duma equipa ‘à Porto’ sucumbe quando André Silva, um indiscutível talento, fica em branco tantos jogos ou, muito pior, Depoitre tenta mostrar qualidades que não tem, enquanto Aboubakar, que saiu empurrado, brilha na Turquia ou Brahimi aquece o banco, entrando apenas numa competição menor como a Taça da Liga. Os erros acumulam-se não apenas desportiva, mas também financeiramente se bem que o adepto, nesta fase, não pense em contas, apenas no facto da equipa estar a ficar para trás. Esse é o problema.
No meio de tudo isto perde-se o discurso inteligente e racional de Nuno Espírito Santo, porque nenhum líder – que não tenha conquistas anteriores – resiste a tantos maus resultados. Dito de outra forma, Nuno colocava as coisas de forma correta, até com um discurso apelativo, e agora não o faz? Não, a tolerância dos sócios e do meio envolvente é que é menor e, ao de cima, só aparecem os problemas e não as virtudes.
O jogo de sábado com o Braga e a recepção ao Leicester para a Liga dos Campeões são o tudo ou nada para o treinador. Ninguém se iluda. Se correr mal e perder – e empatar é perder – pode vir Pinto da Costa, como tantas vezes no passado, segurar o seu homem. Estará ferido de morte e, com a pressão dos nossos dias, não resistirá muito tempo. Seria uma pena porque do ponto de vista da preparação para a função, incluindo a vertente técnica e as qualidades de liderança, Nuno Espírito Santo é alguém com muitas qualidades e com ligação efectiva ao clube. Julgo que, não estando nada inocente nalgumas decisões – até porque se sabe que pensa pela cabeça dele – é também uma vítima destes tempos em que o clube atravessa uma fase menos afirmativa, com uma liderança diminuída e com menor poder financeiro.
Colocando nomes: Nuno será responsável por dispensar Aboubakar e não rentabilizar Brahimi, e paga esse preço, mas o presidente e a estrutura, onde já não está Antero Henrique, também não garantem hoje uma retaguarda a que os treinadores do Porto durante anos se habituaram. De certa maneira, Nuno Espírito Santo é um homem só no seu labirinto.
«O futebol é simples, ou parece: é preciso marcar golos, mais um do que o adversário e ganhar o jogo. Verdade global e, por maioria de razão, desígnio ou obrigação nos clubes grandes, como o Porto.
Olhando hoje para a equipa, mesmo sem saber o que lá vai dentro, sente se que a bola ‘queima’, os índices de confiança estão no mínimo, a ausência de golos resulta da ausência de ideias e a ausência de ideias origina falta de golos. De ideias, de estratégia, de auto-estima, até de sorte e, sejamos claros, na lista também entram os erros de arbitragem de que o clube tem objectivamente razões de queixa, mesmo que não na bizarra escala anunciada.
O clima parece negro porque os três anos anteriores foram o que sabemos, porque o Porto já não é, e sabe bem que se deixou ultrapassar, a potência dominadora do futebol em Portugal e porque o discurso duma equipa ‘à Porto’ sucumbe quando André Silva, um indiscutível talento, fica em branco tantos jogos ou, muito pior, Depoitre tenta mostrar qualidades que não tem, enquanto Aboubakar, que saiu empurrado, brilha na Turquia ou Brahimi aquece o banco, entrando apenas numa competição menor como a Taça da Liga. Os erros acumulam-se não apenas desportiva, mas também financeiramente se bem que o adepto, nesta fase, não pense em contas, apenas no facto da equipa estar a ficar para trás. Esse é o problema.
No meio de tudo isto perde-se o discurso inteligente e racional de Nuno Espírito Santo, porque nenhum líder – que não tenha conquistas anteriores – resiste a tantos maus resultados. Dito de outra forma, Nuno colocava as coisas de forma correta, até com um discurso apelativo, e agora não o faz? Não, a tolerância dos sócios e do meio envolvente é que é menor e, ao de cima, só aparecem os problemas e não as virtudes.
O jogo de sábado com o Braga e a recepção ao Leicester para a Liga dos Campeões são o tudo ou nada para o treinador. Ninguém se iluda. Se correr mal e perder – e empatar é perder – pode vir Pinto da Costa, como tantas vezes no passado, segurar o seu homem. Estará ferido de morte e, com a pressão dos nossos dias, não resistirá muito tempo. Seria uma pena porque do ponto de vista da preparação para a função, incluindo a vertente técnica e as qualidades de liderança, Nuno Espírito Santo é alguém com muitas qualidades e com ligação efectiva ao clube. Julgo que, não estando nada inocente nalgumas decisões – até porque se sabe que pensa pela cabeça dele – é também uma vítima destes tempos em que o clube atravessa uma fase menos afirmativa, com uma liderança diminuída e com menor poder financeiro.
Colocando nomes: Nuno será responsável por dispensar Aboubakar e não rentabilizar Brahimi, e paga esse preço, mas o presidente e a estrutura, onde já não está Antero Henrique, também não garantem hoje uma retaguarda a que os treinadores do Porto durante anos se habituaram. De certa maneira, Nuno Espírito Santo é um homem só no seu labirinto.
QUANTO CUSTAM ESTES 'REFORÇOS'?
O Sporting não é caso único e, muito menos, o Sporting do consulado Jorge Jesus. Mas, chegados a esta altura do ano, eis que os clubes fazem contas à vida e preparam-se para no agora famoso mercado de Inverno alijar carga e baixar a folha salarial. Eu sei que Jesus gosta de ter muitas opções e tem sempre imensos jogadores sinalizados. É trabalho de casa e essa parte até merece elogios. Diga-me, no entanto, caro leitor, para que foi o Sporting contratar Petrovic ou mesmo Bruno Paulista, dois dos jogadores que estão agora na porta de saída? Com esse tipo de movimentos, o clube, de facto, fecha a porta do plantel principal a jogadores da Academia que vão rodar – e que na maioria dos casos saem fora do radar da equipa técnica – para incorporar estrangeiros medianos, para ser simpático. Por junto é muito dinheiro gasto sem necessidade e, pior, é uma alteração no paradigma de preservar os talentos fabricados em casa que o Sporting pode e deve manter.
A MULTA.
Não vem ao caso discutir a justiça ou a ausência dela na recente expulsão de José Mourinho. Mais do que a situação em concreto, julgo que o que sucedeu resulta de um padrão de comportamento ao qual os árbitros e a própria Federação Inglesa têm hoje uma hipersensibilidade no caso do treinador português. Um jogo de castigo acabou por ser pouco, em função do que se anunciava, mas a multa (o equivalente a quase 20 mil euros euros) é exemplar. Lá não há aquelas multas com somas ridículas em que o futebol português é pródigo.
A DÚVIDA.
Luis Enrique, o asturiano com alma de catalão, está a ser muito contestado em alguns sectores, incluindo na Catalunha, por causa da performance muito irregular do Barça este ano. O próprio tem dado o corpo às balas, afirmando que é necessário mudar e mudar significa melhorar. Sábado, contra o Real Madrid, precisa de dar uma boa resposta. Entre outras acusações, Luis Enrique é visado porque o Barcelona perdeu a matriz do seu futebol. Talvez. Mas é bom lembrar que o Barça que há dois anos ganhou tudo, e o ano passado muito, sob a sua orientação já nada tinha a ver com o futebol do tiki-taka.»
Luis Enrique, o asturiano com alma de catalão, está a ser muito contestado em alguns sectores, incluindo na Catalunha, por causa da performance muito irregular do Barça este ano. O próprio tem dado o corpo às balas, afirmando que é necessário mudar e mudar significa melhorar. Sábado, contra o Real Madrid, precisa de dar uma boa resposta. Entre outras acusações, Luis Enrique é visado porque o Barcelona perdeu a matriz do seu futebol. Talvez. Mas é bom lembrar que o Barça que há dois anos ganhou tudo, e o ano passado muito, sob a sua orientação já nada tinha a ver com o futebol do tiki-taka.»
Deixando para os interessados o três assuntos marginais da crónica de Nuno Santos, julgo que a matéria que, no que diz respeito ao Sporting, hoje decidiu tratar, é pertinente motivo de reflexão.
E o jogo de ontem à noite bem que contribuiu!...
Leoninamente,
Até sempre, Sporting Sempre!...
E o jogo de ontem à noite bem que contribuiu!...
Leoninamente,
Até sempre, Sporting Sempre!...
Sobre a parte que nos interessa, o Sporting, acredito que por exemplo o João Palhinha tenha mais a ganhar a ser titular durante a época, no lugar de fazer meia dúzia de jogos em competições menores, como é esta taça da liga. Aplico a mesma ideia aos nossos outros jovens que estão em preparação, a ganharem estaleca.
ResponderEliminarEfectivamente alguns reforços têm mostrado pouco, mas a verdade é que nas posições que precisamos mais eles estão lá. Bas Doost muito bem até agora e Joel Campbell a espaços, dá ideia de que ainda pode ser muito útil este ano.
O mais importante é que este ano Rúben Semedo e o Gelaon estão a tornar-se certezas, são eles mais dois jovens da formação. Para o ano tenho fé que pelo menos mais um vai fazer parte da equipa principal. E este sempre foi o nosso rumo!