quinta-feira, 25 de junho de 2020

Simplesmente, arrasador!!!...


A cor do crime organizado

«A operação da PSP que culminou na detenção de um grupo de pessoas ligado à claque benfiquista’ No Name Boys’ mostra todos os ingredientes do crime organizado que está hoje infiltrado no futebol. Neste caso da chamada "Operação sem Rosto", os envolvidos são suspeitos de roubos, ofensas à integridade física qualificadas, danos diversos, homicídio na forma tentada, espionagem e vigilâncias ilegais a jornalistas, comentadores, adversários do Benfica e membros do próprio clube, como jogadores. Uma máquina do crime ao serviço de desígnios tenebrosos que obriga ao distanciamento de qualquer pessoa que faça da decência uma regra de conduta essencial, como Frederico Varandas tem feito no Sporting.

A cor do crime organizado das claques é apenas e só a dos que nelas mandam. Os clubes, os seus associados, as suas histórias, são demasiado grandes para se confundirem com estes grupos de criminosos que manipulam a paixão pelo futebol a seu favor. Mas enquanto os seus presidentes e responsáveis em geral conviverem com este pântano sem pestanejar, sem medidas sérias de distanciamento e combate a uma verdadeira hidra, estão a pactuar irresponsavelmente com um caldo de cultura explosivo e criminoso.

Do lado do Estado há muito que esta dinâmica de pressão policial e judicial protagonizada agora pela PSP deveria estar a acontecer. Em Lisboa, no Porto, em Braga, Guimarães, onde quer que seja que esta gente se junte em volta da violência tribal e de formas de crime que os empurra para a associação criminosa. Não no complexo sentido em que ela é entendida judicialmente – e que dificulta a prova - mas naquele em que todos nós vemos onde está um bando de malfeitores, que deve ser perseguido e preso pelas regras do Estado de Direito Democrático.

O mínimo que se pode esperar daqui para a frente é que a PSP e todas as outras polícias e forças com competências legais apropriadas não parem de exercer essa pressão. E que, para lá da violência, investiguem enriquecimentos sem causa dos protagonistas, bem como as cumplicidades com que contam dentro dos clubes.

Sem isso, o futebol português, que já tem os alforges carregados de problemas, caminhará para a irrelevância absoluta em face das famílias e dos adeptos que verdadeiramente amam os clubes e o desporto-rei. Não se pode querer ter prestígio nos palcos internacionais que permitem ganhar as finais da Champions e, ao mesmo tempo, meter a cabeça na areia de cada vez que um bandido atira pedras a um autocarro ou espanca um adepto rival. Ainda estamos em Portugal e não em Palermo
(Eduardo Dâmaso, director da Sábado, Futebol de Rua, in Record, hoje às 16:49)

Simplesmente, arrasador!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

2 comentários:

  1. Extraordinário artigo de opinião, incisivo, directo, corajoso, contundente, separando as águas e identificando quem tem carácter e dignidade comportamental, na gíria, a colocar os pontos nos is.
    Jornalismo de qualidade, narrando factos, sério e pedagógico.
    SL

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