quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Cá se fazem, cá se pagam!!!...


O tiro a Jorge Jesus

«Houve um dia em que se deu a oportunidade à multidão de salvar Barrabás ou Jesus Cristo. Pôncio Pilatos, governador romano da Judeia, seguiu os pedidos da turba, lavou as suas mãos e salvou o primeiro. 2021 anos depois, duvido que tenha feito bem.

Rui Costa não é Pôncio Pilatos mas ele que é um jovem timoneiro tem de saber algo de simples: o barulho da multidão nunca deve ser o critério essencial e final da decisão de um líder. A derrota com o Sporting foi penosa, no entanto, o Benfica está nos oitavos da Champions e mantém-se vivo em todas frentes.

Salienta-se, sim, que os encarnados têm vindo a perder o fulgor do início da época. Jorge Jesus ultrapassou os ucranianos, porém, o conteúdo em campo é fraco. Permanece longínquo e só com um potente telescópio seria possível observar alguma sombra das grandes equipas que o amadorense construiu no passado na Luz.

O momento conturbado no Benfica faz lembrar outros tempos não tão remotos sentidos em Alvalade, que agora vive uma paz dourada com o cimento da marca Ruben Amorim. Aliás, é o show do novo herói leonino, dentro e fora de campo, que tem contribuído para a queda do mito Jorge Jesus e sobretudo para a mudança de paradigma do que os adeptos esperam de um treinador de futebol.

A centelha de luz oriunda de Alvalade ofusca o outrora brilhantismo que era atribuído a Jorge Jesus. O resultado esmagador de classe contra o rival, mesmo sem Coates e Palhinha, foi para os benfiquistas um espectáculo confrangedor que só adensou todo o mal estar contra o técnico encarnado que vinha desde o dia em que saltou sem piedade para o outro grande da Segunda Circular. Esse foi o verdadeiro momento em que se abriu a Caixa de Pandora do ressentimento e algum ódio do Terceiro Anel.

Contudo, não compreendo o exercício do tiro ao Jorge Jesus que muita imprensa que antigamente o bajulava e endeusava agora desfere, como se rejubilasse com o seu fracasso. Jesus continua a ser um grande treinador mas não sei se se vai conseguir libertar deste nó górdio da desconfiança e crítica mediática com a contestação bem audível dos adeptos que parecem estar fartos dele.

Todos sabemos é que quando o animal está fraco surgem os abutres. O capitão Willard (Martin Sheen) inicia a sua viagem ao inferno em "Apocalypse Now" narrando: "ia para o pior sítio do mundo e não sabia". Jorge Jesus tinha a obrigação de pressentir que não lhe bastava ser coroado imperador do Brasil para subjugar a nação benfiquista ao seu estilo. Quando voltou, o amor já não estava lá. É o seu pecado original.

PS: ainda bem para o Sporting e Varandas que Ruben Amorim não liga a rumores, do Manchester United e RB Leipzig, e quer continuar no clube que apostou nele.»

Cá se fazem, cá se pagam!!!...

Leoninamente,
Até à próxima

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