QUANDO É QUE RONALDO FALHOU?
«Cristiano Ronaldo nunca se enganou, nunca cometeu erros? Com certeza que sim, porque mesmo sendo o melhor de todos – e não apenas o melhor jogador –, é um homem e a natureza dos homens é a de cometerem erros, mesmo que cada vez menos, à medida que o tempo avança.
Mas no seu incrível trajecto da Madeira a Turim, no início movido pelo sonho e pela tenacidade, nos últimos anos orientado pela persistência e por objectivos desportivos e financeiros, Cristiano tomou sempre as decisões certas que o fizeram chegar ao ponto onde está. E, já é claro para todos, ainda não está onde quer chegar – ser o maior jogador da história do futebol.
Esse caminho de 15 anos, na verdade um pouco mais, é a garantia que não tomou agora uma decisão determinada por um capricho ou exclusivamente pelo lamentável tratamento que lhe foi dado por Florentino Pérez, que todos sabem ser um homem que não conhece a palavra gratidão.
Ninguém conhece o futuro, mas é sempre possível antecipar algumas tendências tendo em conta os padrões conhecidos. No imediato, o Real Madrid perde muito mais do que Cristiano. Perde 50 golos garantidos por temporada – sendo que há vários adivinhos que afirmam há anos que ele será sempre incapaz de o fazer –, perde o seu jogador mais emblemático, o seu negócio mais rentável, o líder da equipa em conjunto com Sérgio Ramos e que em campo era mesmo o jogador mais influente pela atitude. Perde muito o clube, se tivermos em conta que também perdeu o treinador que parecia talhado para o liderar com o seu estilo que apenas era suave na aparência. A inteligência emocional de Zidane, aliada à visão de Ronaldo, optimizaram e muito o rendimento do capitão da Selecção portuguesa.
O Madrid tem de se lançar agora por uma nova estrela e – valha a verdade – Florentino sempre o conseguiu. Neymar venderá camisolas e tem futebol. Mbappé é um imenso talento, quem sabe se para uma década (tarefa difícil), Kane, no seu estilo mais banal, será o que marca mais golos e Ronaldo queria dizer golo, antes de emoção, afecto, paixão. Quem quer que venha devolve a esperança, mas como escreveu a ‘Marca’ na primeira página, "Não Haverá Outro Igual". E é a mais pura verdade.
Já era e a lenda continua agora num clube como a Juventus, que também faz parte da elite do futebol. A decisão de começar de novo aos 33 anos, noutro país, é um exemplo para todos, qualquer que seja a área de actividade. Mais um de quem já tinha dado tantos ao longo da vida. Um exemplo de confiança nas suas qualidades, de crença.
Ele sabe bem que todos os olhares estarão de novo centrados em cada movimento, em cada remate, em cada golo.
No que é essencial, Cristiano Ronaldo nunca falhou.
A final inesperada do Mundial
Num Mundial de tantas surpresas, a final do próximo domingo é um jogo em que poucos apostariam. A França estava entre os favoritos, a Croácia entre as selecções com qualidade e talento, mas raros julgariam que chegaria à grande decisão em Moscovo. É um prémio justo, em geral, e mais ainda pela forma como inverteu ontem o resultado negativo contra uma Inglaterra tão invulgarmente consistente quanto, ao fim e ao cabo, inexperiente a este nível, após anos longe dos grandes palcos. A inédita disputa pelo Mundial russo será um jogo de cautelas, o que parece um contrassenso, se pensarmos no imenso talento dos dois lados. Mais explosivo o gaulês, mais cerebral o dos Balcãs. A idade também tem alguma coisa a ver com isto. Os franceses têm jogado assim e têm-se dado bem, os croatas jogarão com certeza assim porque só pelo seguro, numa competição como o Mundial de futebol, se pode entrar na história. E estão à porta.
Nani
Uma das ausências mais notadas na Selecção portuguesa no Mundial foi a de Nani. Não havia nenhuma razão desportiva para o levar à Rússia – teve afinal uma época negra em Itália, depois de outra na sombra em Valência –, mas muitos lembraram a sua influência, e os seus golos, ao lado de Ronaldo, no Europeu de França há dois anos. Também por Portugal o regresso de Nani ao Sporting é um bom indicador de um jogador que, não estando hoje no topo, será ainda distintivo na Liga portuguesa e mais ainda numa equipa em situação tão delicada como o Sporting. A ligação emocional e liderança de um jogador com este perfil também pode e deve ser chave em Alvalade.
Bruno Fernandes
Numa Liga que perde de uma assentada Rui Patrício, William e Gelson, a manutenção de um talento como Bruno Fernandes é uma óptima notícia para a competição e, por maioria de razão, para o Sporting. Houve muita controvérsia à volta do seu ‘regresso’ e, não tendo todos os dados, há um ponto que deve ser sublinhado. Aos 23 anos, Bruno Fernandes, um jogador muito maduro na sua performance em campo, mostra igualmente solidez e firmeza no discurso fora das quatro linhas. Não é exactamente o padrão mais frequente nos jogadores portugueses e o Sporting bem precisa de líderes.»
(Nuno Santos, Ângulo Inverso, in Record)
Mais um texto imperdível de Nuno Santos, com a qualidade a que há muito nos habituou e desta vez repartido pelos quatro temas mais importantes da actualidade do futebol, tanto lá por fora, quanto cá por dentro.
Quanto a Nani, todos estaremos de acordo com o pensamento de NS. E tanto assim será que até o "emplastro/candidato" que por aí nos vai saturando até à náusea, imitando o "canto dos cisnes", terá entendido como excelente jogada de propaganda pendurar-se na vitória alcançada por Sousa Cintra no regresso do talentoso jogador nado e criado no Sporting. Como se ainda houvesse alguém capaz de lhe dar um mínimo de crédito. Coitado de quem precisa!...
Sobre Bruno Fernandes, a opinião de NS não diferirá muito daquela que por aqui já fomos deixando transparecer.
Mais logo, ao fim da tarde na Suiça, joga o Sporting!...
Leoninamente,
Até à próxima
Esse é o grande erro cometido por muitos, caro Álamo. Achar que em tudo o que é feito há vencedores e derrotados.
ResponderEliminarSousa Cintra não ganhou nada e o presidente destituído nada perdeu.
Sousa Cintra está a fazer um óptimo trabalho e quem está a ganhar é o Sporting.
O Sporting não ganha nada em alimentar guerras surdas ou divisionismos.
Como se diz no futebol, quando o Sporting ganha, ganhamos todos!
Agora gostava que Bas Dost regressasse.É só um pequenino desejo...
SL
Benvindo Bruno Fernandes...
ResponderEliminarComecei por "não aceitar" que regressasse...
"Envenenado" por uma CS que apenas faz da mentira a "sua doutrina", jamais aceitaria que regressasse pelos 4 milhões que dizia a dita CS ele iria receber por um novo contrato...
Afinal...escutei da boca do próprio que voltava pelo mesmo valor de contrato...ao qual foi acrescentado mais um ano, mantendo-se a clásula de 100 milhões...
Mas não existe Lei que ponha cobro a esta irresponsabilidade da CS...?
Podem pôr em causa valores humanos...
Podem "destruir" vidas...
Caluniar (mentindo) quem lhes apeteça...
E escudados na "protecção das fontes"...continuar a "espalhar veneno" no dia a dia da nossa vida de cidadãos...?
Não aceito viver no País "sem rei nem roque"...
Há que "deitar mão a este poder"...e "obrigá-lo" a cumprir regras deontológicas...
Não estou é claro a defender o regresso da Censura...mas sim a existencia de responsabilidades...
SL