terça-feira, 18 de agosto de 2015

Que ninguém se surpreenda se o ódio germinar, crescer e, incontrolável, se vier a transformar em "boomerang"!...



Um divórcio ainda mal resolvido

"Começa a ser triste a novela Jesus-Benfica. Primeiro foram as palavras feias do técnico em relação a Rui Vitória e à estrutura, depois a polémica das sms's e agora um pedido de indemnização difícil de entender. Vieira e Jesus começam a fazer lembrar os casais que digerem mal o divórcio e depois são capazes de tudo. Até usar os filhos nas manobras mais sujas. Os jogadores já o sentiram na pele. Agora é o ataque ao técnico antes da tentativa de apuramento dos leões para a Champions. Já se tinha percebido que as máquinas de propaganda eram capazes de tudo. Mas custa verificar que a palavra vergonha ali não existe.

Num ataque pouco digno, João Gabriel diz pelo Benfica o que os dirigentes parecem não ter coragem de dizer. Pena. A guerra às claras era, pelo menos, mais frontal e honesta. Mas quem semeia ventos colhe tempestades e Jesus não pode esperar simpatia quando se comporta como o fez.

O mais estranho é que o Benfica devia estar interessado em esquecer JJ o mais depressa possível. Assim eterniza a questão. Será para poupar uns dinheiros? Nada disto ajuda o futebol português, as duas equipas ou dignifica sequer Rui Vitória. Continua a parecer o parente pobre de toda esta história, por injusto que seja. Já bastava a derrota no Algarve. Isto cheira a azia. E não a dele.

Quem tem razão é coisa que fica para os tribunais. Parece-me óbvio que em Junho JJ já trabalhava para o Sporting. E Rui Vitória para o Benfica. Se JJ foi impedido de entrar no Seixal, como pedir satisfações seja do que for? E justificar o pagamento aos adjuntos? Porque eram mais baratos? O pior de tudo isto? A roupa suja vai continuar. Ai vai, vai."
(Bernardo Ribeiro, Entrada em Campo, in Record)


A ninguém restará a mais pequena dúvida sobre os pecados de cada um dos dois beligerantes nesta guerra estúpida e medieval, ainda que decorrendo em período em que a sofisticação tecnológica torne absolutamente ridículas as armas que ambos têm vindo a utilizar, desde trabucos, catapultas, arbalests e balistas, a carruagens com foice, sarissas, estrelas da manhã e óleo fervente, para terminar em pega-homens, escudos-lanterna, hunga-mungas e garras de Arquimedes.

E se em Jorge Jesus se poderá compreender o recurso ao arcaísmo do armamento, porque homem só e culturalmente limitado, nomeadamente em tão medonho tipo de guerra, já o mesmo ninguém de bom senso deixará de considerar inadmissível, quando em causa estiver o poder usado por um colectivo, estrutural e culturalmente com outras e incontornáveis capacidades.

Torna-se em absoluto inclassificável, aquilo que uma corja de energúmenos benfas, pomposamente auto-intitulada de "estrutura" e sob uma cândida mas espúria capa, que pretensa e estúpidamente se julga detentora de "verdades absolutas", protagoniza e sustenta em tão estúpida batalha medieval, como se a Golias alguma vez fosse permitido colocar-se no mesmo plano de David.

Fica óbvio e incontornável para qualquer observador atento e isento, que o alvo escolhido, não representará mais do que um mero instrumento a que a "estrutura benfas" vem recorrendo para atingir uma "Lusitânia", cujo único crime terá sido receber Sertório de braços abertos no seu seio. Mas sob o mesmo prisma de observação, apenas os responsáveis e executores de tão vil quanto maquiavélica estratégia, não se darão conta de quão torpes serão os limites que sistemática e sucessivamente têm vindo a ultrapassar, consubstanciados no último golpe desferido em véspera da chegada dos russos, como se todos fôssemos parvos e estúpidos e não entendêssemos o gesto, como um desfraldar de milhões - 4, 5, 6 ou 14 milhões - de bandeiras da federação russa!...

"Ubicumque seminaveris odium" parece ser o novo lema adoptado pela actual "estrutura benfas", em substituição do legado "e pluribus unum", deixado pelos fundadores e seguido durante décadas e décadas pelos seus seguidores e por toda a grande e orgulhosa nação benfiquista.

Que ninguém se surpreenda se o ódio germinar, crescer e, incontrolável, se vier a transformar em "boomerang"!...

Leoninamente,
Até à próxima

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