quinta-feira, 16 de maio de 2013

A carta magna leonina e Jesualdo Ferreira

 
 
 
"... É o clube que tem de criar uma estrutura que governe o futebol. Quem chega – treinador, equipa técnica, jogadores ou outros elementos ligados ao futebol – é que deve integrar-se nessa estrutura, métodos e filosofia de trabalho...".
 
"... O treinador será mais uma peça de uma máquina que tem de funcionar em pleno, uma peça importante evidentemente, mas nunca um ser genial e providencial, a quem se pede que resolva todos os problemas da equipa e, por vezes, até do próprio clube...".
 
Este o pensamento expresso no programa de candidatura de Bruno de Carvalho às últimas eleições,  que os sportinguistas sufragaram de forma inequívoca e bem expressiva, que ajudará a perceber o enquadramento pretendido para o futuro técnico do Sporting.
 
Nada do que então foi tão claramente afirmado pelo hoje Presidente do Sporting Clube de Portugal, alguma vez me pareceu excessivo ou atentatório da liberdade e autonomia que deverão ser facultadas ao máximo responsável técnico da equipa principal do Clube, qualquer que ele pudesse vir a ser.
 
Existe no Sporting Clube de Portugal, todo um passado recente de insucesso, umbilicalmente ligado ao que "esta carta de intenções" recusa liminarmente: as múltiplas e sucessivas contratações de técnicos geniais e providenciais, a quem se pediu que resolvessem todos os problemas da equipa e, por vezes, até do próprio clube.
 
Por certo que serei o primeiro a lamentar, que um técnico com o perfil, o saber, a experiência e a tendência natural para potenciar o fabuloso talento que emerge da Academia Sporting, como se me afigura ser o caso do professor Jesualdo Ferreira, não possa ou não queira enquadrar-se nesta filosofia que a nova liderança pretende implementar, mas se me perdoarem a expressão, jamais entenderei que o carro seja colocado à frente dos bois!...
 
Ainda acredito que um "compromisso de honra", ou se preferirem, um "honroso acordo de cavalheiros", possa acontecer no sentido de que, salvaguardados os princípios e valores de qualquer das partes, possam vir a ser cumpridas, tanto a "magna carta" que passou a reger o funcionamento do futebol sportinguista, como a dignidade e autonomia de Jesualdo Ferreira, como técnico e profissional de méritos que ninguém contestará.
 
E também será minha profunda convicção, que se puder vir a ser conseguida essa compatibilização de pensamentos  e puder  ser alcançado o necessário e harmonioso patamar de equilíbrio funcional, acabará por acontecer, quase que obrigatoriamente, a simbiose que normalmente suporta o êxito dos projectos ganhadores. 
 
Leoninamente,
Até à próxima

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