Renato Sanches: quando a cabeça não tem juízo, a carreira é que paga
«O Golden Boy de 2016 já pouco – ou nada – brilha; o único ouro que Renato Sanches tem sido capaz de exibir nos últimos tempos é aquele que usa no corpo e ostenta nas redes sociais. O recurso a esta analogia, atenção, não é feito com a intenção de criticar o estilo de vida do jovem médio português, mas antes para ajudar a explicar o estado supérfluo e insignificante a que a sua carreira chegou. Por culpa própria.
O campeão da Europa entrou numa espiral de autosabotagem da qual não está a conseguir sair – nem quer. Os exemplos sucedem-se, como na última sexta-feira. Estive em Munique no arranque da Bundesliga e assisti ‘in loco’ à forma como Renato Sanches está a lidar com a sua situação no Bayern; e, digo-vos, não é a melhor.
Entrou aos 85 minutos, já visivelmente frustrado, e passou o tempo em campo a pedir desesperadamente a bola, mesmo que não a pudesse receber. Quando não a tinha, e com a equipa empatada, a postura corporal e a atitude em campo não enganavam: Renato não queria estar ali, ele não estava ali. Sem surpresa, assim que soou o apito final, o português desapareceu num ápice do relvado, enquanto os colegas agradeciam às bancadas.
Uma falta de respeito, no mínimo. Uma enorme falta de consciência e capacidade para entender os momentos do futebol e, sobretudo, as oportunidades. Em vez de – do alto dos seus... 22 anos – tentar beber a experiência e a qualidade que o rodeiam (e é tanta), em vez de valorizar os minutos que vai tendo – umas vezes mais, outras menos – num dos maiores clubes do Mundo, Renato escolheu o caminho oposto.
A cabeça controla-o, por completo. Convenceu-se que é melhor do que o tempo de jogo que tem tido e não aceita outra realidade. Pior, não é capaz de se adaptar e de evoluir dentro da realidade que tem, preferindo culpabilizar terceiros pela sua (aparente) estagnação. E digo aparente, apenas, porque não é um facto inevitável, isto se Renato soubesse retirar proveito do privilégio que é jogar no Bayern de Munique ainda tão jovem.
Mas não. O português fixou-se na ideia de que todos lhe querem mal em Munique e está a asfixiar-se nela. Aquilo que fez, na sexta-feira, é apenas mais um prego no “caixão” da sua carreira. Criticar publicamente a direcção por não o deixar sair, reclamar mais minutos de jogo quando, uma semana antes, tinha sido titular na Taça, não é o caminho. Foi multado, e um dia depois festeja o aniversário com pompa e circunstância, provando, infelizmente, que quando a cabeça não tem juízo...»
(Duarte Monteiro, Opiniões, "19:45", Zerozero)«O Golden Boy de 2016 já pouco – ou nada – brilha; o único ouro que Renato Sanches tem sido capaz de exibir nos últimos tempos é aquele que usa no corpo e ostenta nas redes sociais. O recurso a esta analogia, atenção, não é feito com a intenção de criticar o estilo de vida do jovem médio português, mas antes para ajudar a explicar o estado supérfluo e insignificante a que a sua carreira chegou. Por culpa própria.
O campeão da Europa entrou numa espiral de autosabotagem da qual não está a conseguir sair – nem quer. Os exemplos sucedem-se, como na última sexta-feira. Estive em Munique no arranque da Bundesliga e assisti ‘in loco’ à forma como Renato Sanches está a lidar com a sua situação no Bayern; e, digo-vos, não é a melhor.
Entrou aos 85 minutos, já visivelmente frustrado, e passou o tempo em campo a pedir desesperadamente a bola, mesmo que não a pudesse receber. Quando não a tinha, e com a equipa empatada, a postura corporal e a atitude em campo não enganavam: Renato não queria estar ali, ele não estava ali. Sem surpresa, assim que soou o apito final, o português desapareceu num ápice do relvado, enquanto os colegas agradeciam às bancadas.
Uma falta de respeito, no mínimo. Uma enorme falta de consciência e capacidade para entender os momentos do futebol e, sobretudo, as oportunidades. Em vez de – do alto dos seus... 22 anos – tentar beber a experiência e a qualidade que o rodeiam (e é tanta), em vez de valorizar os minutos que vai tendo – umas vezes mais, outras menos – num dos maiores clubes do Mundo, Renato escolheu o caminho oposto.
A cabeça controla-o, por completo. Convenceu-se que é melhor do que o tempo de jogo que tem tido e não aceita outra realidade. Pior, não é capaz de se adaptar e de evoluir dentro da realidade que tem, preferindo culpabilizar terceiros pela sua (aparente) estagnação. E digo aparente, apenas, porque não é um facto inevitável, isto se Renato soubesse retirar proveito do privilégio que é jogar no Bayern de Munique ainda tão jovem.
Mas não. O português fixou-se na ideia de que todos lhe querem mal em Munique e está a asfixiar-se nela. Aquilo que fez, na sexta-feira, é apenas mais um prego no “caixão” da sua carreira. Criticar publicamente a direcção por não o deixar sair, reclamar mais minutos de jogo quando, uma semana antes, tinha sido titular na Taça, não é o caminho. Foi multado, e um dia depois festeja o aniversário com pompa e circunstância, provando, infelizmente, que quando a cabeça não tem juízo...»
Compreende-se, aceita-se e muitos que não eu, aplaudirão o esforço desesperado de Fernando Santos, quando atira a Renato Sanches, nesta mais recente convocatória para os trabalhos da selecção nacional, aquela que poderá ser, porventura, a última bóia de salvação do "trancinhas"! Um seleccionador nacional de futebol tem responsabilidades perante todo um povo, que não se esgotam nem compadecem de acções de solidariedade social conjugadas no singular, seja qual for o sujeito: haverá milhões de portugueses cuja situação inquestionavelmente imporia uma tal atitude, de modo ainda mais imperioso e urgente! Os 'deuses do futebol' jamais poderão fazer prevalecer os seus direitos e garantias, sobre os direitos e garantias de todos os seus restantes concidadãos!...
Um seleccionador nacional de futebol, jamais poderá armar-se em 'sapateiro para poder ir além da chinela'! A sua missão específica, inalienável e obrigatória, como o próprio nome indica, será seleccionar os melhores de entre os melhores, por forma a conseguir que as suas escolhas representem, com honra e dignidade, o seu país. Renato Sanches nunca poderá estar, hoje por hoje, entre os melhores, nem exibirá sequer, nas actuais circunstâncias, os paradigmas de honra e dignidade exigíveis para representar Portugal, quando como emigrante português, nos envergonha nos países onde eventualmente tenha trabalhado ou venha a trabalhar.
Fernando Santos nunca poderia e, menos ainda, deveria, premiar com um pretenso pedagógico estímulo de uma convocatória, as faltas de profissionalismo, equilíbrio e racionalidade há muito reiteradamente exibidas por Renato Sanches! Ao contrário, e se porventura entendesse "ir além da chinela", nunca lhe estaria vedada a tentativa de, junto do jogador e na esfera reservada de absoluta privacidade, lhe mostrar o único caminho que lhe resta para recuperar o estatuto de "cidadão e futebolista de corpo inteiro"!...
Nesta condição, Fernando Santos, muito dificilmente, tanto perante o seu deus, quanto perante a sua própria consciência ou até perante aqueles a quem terá e deverá prestar contas, alguma vez conseguirá, uma sempre suspeita, inusitada, estranha e...
Caricata absolvição!...
Leoninamente,
Até à próxima
Concordando com tudo quanto diz sobre o Sanches, permita-me o reparo de ter deixado de fora duas questões importantes:
ResponderEliminar1- Quem tem poder suficiente para impor Sanches na Selecção?
2- Quanto recebe F. Santos por esta convocatória que é, sem sombra de dúvida, uma afronta todos os jogadores que trabalham seriamente para atingirem a Selecção e vêem, assim, que o trabalho não compensa, o que compensa é ter um bom "padrinho".
A menos que se acredite que, afinal, há almoços gratis...
Com o comentário anterior, acho que fica tudo entendido: creio que estas "ações de solidariedade social" que fala não terão como objeto o jogador em si,mas quem o apadrinha...
ResponderEliminarSL