quarta-feira, 10 de julho de 2019

Só a lei da vida, o tempo e as vitórias as apagarão!...


Uma lição cara

«Não acho que o Sporting esteja dividido, como por aí se diz.

Os sócios foram muito claros, no sentido da votação. Por três vezes rejeitaram Bruno de Carvalho, de forma categórica; para quem conhece a matriz associativa do clube, muito dedicada e sofredora, mas pouco militante e comodista q.b, os números são até expressivos.

De qualquer forma, sábado, completou-se um ciclo do clube, num posfácio dispensável, mas que uns estatutos arcaicos penosamente obrigaram.

É prematuro fazer o balanço da gerência de Bruno de Carvalho e das marcas que deixou. As materiais, independentemente do seu impacto, são até as que menos preocupam.

Tenho, não obstante, alguma curiosidade no tratamento que as autoridades judiciais irão ou não dar às conclusões da auditoria forense, como ainda das contas do litígio Doyen ou da empreitada do pavilhão. À vista está a armada de monos caros, Alan Ruiz e companhia, estacionada em Alcochete e dispensada – compreensivelmente – pela atual equipa técnica e que vai ser o cabo dos trabalhos colocar. 

O legado imaterial do brunismo é preocupante por duas razões.

A primeira, por ter consagrado um tipo de ‘rufianismo’ comportamental, com recreações miméticas evidentes – basta atentar nos discursos da última assembleia – e que violenta os mais elementares valores do clube.
A segunda, é a cultura de intolerância, alimentada por um sectarismo primário, incapaz de conviver com o pluralismo de opiniões.

Vai ser precisa muita pedagogia e paciência, em doses iguais.

Mas estas considerações servem, sobretudo, de alerta para aqueles que embarcaram em promessas fáceis de quem lhes dizia aquilo que queriam ouvir; que achavam graça ao estilo, porque era a melhor forma de combater o Benfica; que fechavam os olhos às truculências, às perseguições e ao exibicionismo mais soez, porque lhes era prometido o campeonato. Espero que tenham aprendido a lição.

O Sporting livrou-se de Bruno de Carvalho a tempo de prevenir a descaracterização ou mesmo o colapso do clube e, um grande bem-haja a todos quantos contribuíram para esse desfecho; só que há asneiras tão caras que não dá para segunda vez!»

(Carlos Barbosa da Cruz, O Canto do Morais, in Record)

Acontece-nos a todos fazer o que Carlos Barbosa da Cruz hoje faz na sua crónica habitual, O Canto do Morais: mesmo depois de virar a última página lida de um qualquer livro, folhear em rápido relance algumas das páginas que lemos antes, para tornar a refrescar a nossa memória sobre a narrativa dos pontos mais importantes da parte da 'história' já visitada. Mas, feito isso e não mais do que isso, nem com outro objectivo que não seja alicerçar melhor a compreensão do hoje com o cimento do ontem, retomamos a leitura exactamente na página onde estávamos e prosseguimos a tarefa, caminhando em frente, rumo ao horizonte...

Creio que não virá mal ao mundo esse compasso de espera, nem será tempo perdido o que gastarmos nesse "refrescamento"! Será algo parecido com o dilema que tantas vezes nos assalta e se nos coloca depois de uma amarga derrota: esquecê-la ou então lembrá-la para que não volte a repetir-se!...

Outra coisa, completamente diferente, será pensar como CBdC, que "o Sporting não esteja dividido, como por aí se diz". O Sporting está dividido, os sportinguistas estão divididos! Que o digam aqueles que por amor ao Clube e por força da sua intervenção na actualidade leonina, são diariamente confrontados com a mais vil e pérfida campanha de insultos baixos e soezes a que alguma vez assistiram na sua vida de adeptos e associados, por parte de uma franja, cada vez menor é certo mas ainda substancial ou algo mais que residual, de gente que parece recusar liminarmente "virar a página" por uma vez e não pensar mais no passado! Estão ainda demasiado frescas as cicatrizes que apoquentam uns e outros!...

Só a lei da vida, o tempo e as vitórias as apagarão!...

Leoninamente,
Até à próxima

3 comentários:

  1. Concordo totalmente com Carlos Barbosa da Cruz. A ideia de divisão no Sporting é uma afirmação gratuita. Serve exclusivamente os adversários do Sporting e os proto candidatos a lugares de afirmação pública em futuras eleições.
    De resto o clube está dividido como estamos todos, em altos, baixos, homens, mulheres, gordos, magros, carecas, cabeludos, pretos, brancos, etc, etc.. portanto, nada de original. Uma coisa sabe-se, o Sporting dá audiências, dinheiro e emprego, como nenhum outro clube.

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  2. Caro sportinguista:

    Haverá hipóteses de me referenciares https://amarosporting.blogspot.com/ no teu blogue , na lista de blogues? SL

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    1. Caro Rui.P. já adicionei o teu URL no meu blogroll. Espero a natural correspondência da tua parte. Boa sorte para o teu trabalho. SL

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