A crónica do Rapperswil-Sporting (2-1): não era preciso exagerar na inércia
O resultado não é o mais relevante. Mas não deixa de ser intrigante perder com adversário tão fraco
«O Sporting perdeu ontem no primeiro ensaio para a nova temporada e, mesmo sabendo que, nesta altura, o resultado é o menos importante, é intrigante que tenha permitido a vitória a uma equipa da 3ª divisão suíça. O Rapperswil-Jona, assim se chama o clube, revelou sempre um conjunto fraco, com limitações a quase todos os níveis, mas soube organizar-se, unir-se, defender, ocupar o espaço e esperar pela sua sorte.
A equipa de Marcel Keizer, que inaugurou o marcador aos 13 minutos, não soube interpretar a vantagem; travou o ímpeto ofensivo e satisfez-se com a vantagem mínima; ao intervalo mudou toda a equipa, sofreu o empate e, em vez de se empertigar e reagir ao momento de ser posto em causa, manteve a toada, com leveza tal que o adversário chegou ao 2-1, ganhando mesmo um jogo em que foi o leão quem ditou todas as leis.
Um exagero. É evidente que a derrota é irrelevante para o que está em causa neste momento da época; claro que o grupo ainda não está completo, os jogadores estão longe das melhores condições e a equipa está numa fase de assimilação de processos e ajustes em relação à época anterior.
Mas não era preciso exagerar na inércia, na leveza com que foi encarado um duelo ao qual faltou inspiração e sobrou convicção de que, com mais ou menos esforço, a vitória acabaria por surgir. Escusado será dizer que na hora e meia foi sempre o Sporting a comandar as operações; a marcar o ritmo e a definir os tempos do jogo – e foi assim, pela arte que não teve a atacar e pelos erros cometidos a defender, que consentiu (construiu, pode dizer-se) a derrota com um adversário que está a anos-luz do seu potencial.
A ganhar ao intervalo com um onze muito próximo do mais cotado – apenas Nuno Mendes estava descontextualizado –, a equipa leonina jogou a segunda parte com uma formação muito jovem, na qual se destacaram dois jogadores que, se tudo lhes correr de feição, terão uma palavra a dizer no futuro: Matheus Pereira e Gonzalo Plata. Ambos procuraram espaços em constantes acções de rutura, com as quais procuraram levar a equipa para junto da baliza suíça. Não tiveram sucesso – mesmo sem intensidade, essa foi a diferença do que sucedeu nos primeiros 45 minutos, quando esse trabalho foi levado a cabo por Bruno Fernandes. O capitão, mesmo a meio gás, continua a fazer a diferença.
NOTAS DE RODAPÉ
- Posicionamento de Vietto. O argentino surgiu na esquerda do ataque, com diagonais para o meio, na aproximação a Bas Dost. É apenas uma ideia para o futuro do jogador argentino na equipa.
- Matheus no meio. O jovem que esteve emprestado ao Nuremberga actuou na segunda parte e posicionou-se na zona central, atrás de Luiz Phellype, como fizera Bruno Fernandes no primeiro tempo. Tem qualidades que sustentam qualquer opção: no meio ou nos flancos
- Gonzalo Plata animador. Começou colado à linha, na direita, provocando sucessivos movimentos interiores, um dos quais levou a bola à barra. Não deslumbrou, mas manteve acesa a chama de grande época
- Eduardo pelo seguro. O brasileiro não fez asneiras, mas não correu riscos. Foi apenas o início de uma longa caminhada»
O resultado não é o mais relevante. Mas não deixa de ser intrigante perder com adversário tão fraco
«O Sporting perdeu ontem no primeiro ensaio para a nova temporada e, mesmo sabendo que, nesta altura, o resultado é o menos importante, é intrigante que tenha permitido a vitória a uma equipa da 3ª divisão suíça. O Rapperswil-Jona, assim se chama o clube, revelou sempre um conjunto fraco, com limitações a quase todos os níveis, mas soube organizar-se, unir-se, defender, ocupar o espaço e esperar pela sua sorte.
A equipa de Marcel Keizer, que inaugurou o marcador aos 13 minutos, não soube interpretar a vantagem; travou o ímpeto ofensivo e satisfez-se com a vantagem mínima; ao intervalo mudou toda a equipa, sofreu o empate e, em vez de se empertigar e reagir ao momento de ser posto em causa, manteve a toada, com leveza tal que o adversário chegou ao 2-1, ganhando mesmo um jogo em que foi o leão quem ditou todas as leis.
Um exagero. É evidente que a derrota é irrelevante para o que está em causa neste momento da época; claro que o grupo ainda não está completo, os jogadores estão longe das melhores condições e a equipa está numa fase de assimilação de processos e ajustes em relação à época anterior.
Mas não era preciso exagerar na inércia, na leveza com que foi encarado um duelo ao qual faltou inspiração e sobrou convicção de que, com mais ou menos esforço, a vitória acabaria por surgir. Escusado será dizer que na hora e meia foi sempre o Sporting a comandar as operações; a marcar o ritmo e a definir os tempos do jogo – e foi assim, pela arte que não teve a atacar e pelos erros cometidos a defender, que consentiu (construiu, pode dizer-se) a derrota com um adversário que está a anos-luz do seu potencial.
A ganhar ao intervalo com um onze muito próximo do mais cotado – apenas Nuno Mendes estava descontextualizado –, a equipa leonina jogou a segunda parte com uma formação muito jovem, na qual se destacaram dois jogadores que, se tudo lhes correr de feição, terão uma palavra a dizer no futuro: Matheus Pereira e Gonzalo Plata. Ambos procuraram espaços em constantes acções de rutura, com as quais procuraram levar a equipa para junto da baliza suíça. Não tiveram sucesso – mesmo sem intensidade, essa foi a diferença do que sucedeu nos primeiros 45 minutos, quando esse trabalho foi levado a cabo por Bruno Fernandes. O capitão, mesmo a meio gás, continua a fazer a diferença.
NOTAS DE RODAPÉ
- Posicionamento de Vietto. O argentino surgiu na esquerda do ataque, com diagonais para o meio, na aproximação a Bas Dost. É apenas uma ideia para o futuro do jogador argentino na equipa.
- Matheus no meio. O jovem que esteve emprestado ao Nuremberga actuou na segunda parte e posicionou-se na zona central, atrás de Luiz Phellype, como fizera Bruno Fernandes no primeiro tempo. Tem qualidades que sustentam qualquer opção: no meio ou nos flancos
- Gonzalo Plata animador. Começou colado à linha, na direita, provocando sucessivos movimentos interiores, um dos quais levou a bola à barra. Não deslumbrou, mas manteve acesa a chama de grande época
- Eduardo pelo seguro. O brasileiro não fez asneiras, mas não correu riscos. Foi apenas o início de uma longa caminhada»
Uma interessante análise de Rui Dias que entendi trazer para aqui, por nos poder ajudar a compreender muitas coisas!...
E quem julgar que a opinião dos sportinguistas e dos analistas que nos merecem respeito, poderá ser desestabilizadora para a equipa do Sporting, estará a lavrar em erro do seu tamanho. Se bem entendida pelos destinatários, em vez de desestabilizar...
A crítica só pode ajudar a melhorar!...
Leoninamente,
Até à próxima
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