Um acto falhado! Até quando?!... |
Ostentava com orgulho o crachá da PSP que lhe pendia no peito. Fora um sonho de menino, que nem as dificuldades económicas dos pais alguma vez fizeram esmorecer. Contra ventos e marés tinha concluído o 12º ano de escolaridade, trabalhando em "part-time" fora das suas obrigações escolares, para ajudar o débil orçamento familiar, que sempre conhecera limitado, no meio de um rancho de irmãos.
Do pai, digno professor do 1º ciclo, herdara os valores, os princípios e o espírito de missão, de que resultara aquele sonho de ser polícia. De pertencer um dia ao lado do bem, da justiça, da ordem e da segurança colectivas. Da mãe, que nunca conhecera a trabalhar fora de casa, porque desde que o Sol raiava até a noite ir a meio, aquele quartel de gente a fazia andar numa roda viva para que nada faltasse, veio-lhe aquele coração bom e mole, aquele feitio educado e respeitador.
Com 19 anos acabados de fazer, no primeiro concurso de admissão para a PSP, fora o primeiro a inscrever-se e fora admitido. Concluiu com brilho todo o processo de formação e fora colocado naquela esquadra, onde naquele dia fatídico se encontrava de serviço. Viu entrar pela porta adentro, algemado e ladeado por dois colegas seus também polícias, o seu irmão mais novo.
Ficou lívido e mudo. O irmão olhou-o e baixou os olhos, enquanto era conduzido à zona das celas. Soube pouco depois, que o irmão fora apanhado, depois de um longo processo de investigação, em flagrante delito de tráfico de droga. Dirigiu-se à cela e perguntou com humildade, em voz baixa, quase inaudível, mano, tu fizeste mesmo aquilo?! Que sim, que fizera, que de algum lado "ele" teria que vir. Virou-lhe as costas e dirigiu-se ao gabinete do chefe. Que a vergonha lhe impunha o pedido de demissão, que entendia não ser merecedor da farda que envergava.
O chefe tinha-o olhado com firmeza e convicção e dissera-lhe que nunca! Nunca lhe permitiria um gesto desses. Porque a sua honra jamais dependeria dos erros de terceiros, mesmo que fossem irmãos, ou pais, fosse quem fosse. A sua honra, estava na sua brilhante folha de serviço, no crachá que exibia orgulhosamente e que deveria fazer sempre por merecer. E que encontrasse dentro de si, a força suficiente para ajudar o seu irmão, que bem precisava dessa ajuda.
Esta história tem algumas nuances de verdade e outras de adaptação minha. Anos passaram sobre esse fatídico dia. O irmão fora condenado a um longo ano de prisão. Mas levantou-se do chão imundo onde chegou a rastejar. Concluiu ainda na prisão, as cadeiras do 12º ano que haviam ficado para trás. Hoje ostenta com dignidade e honra, um crachá igualzinho ao do seu salvador...
Qualquer semelhança desta história que acabo de vos contar, com a imagem de abertura deste post, deverá ser entendida como mera coincidência.
Leoninamente,
Até à próxima
Podia muito bem ser verdade a história, não foi apenas Egas Moniz, que prisioneiro da honra se foi de baraço ao pescoço até ao rei de Castela...quando quem fez o mal foi o Afonso, o Henriques...
ResponderEliminarE quantos não mudaram a sua vida e "se fizeram" homens de corpo inteiro...porque alguém lhe estendeu a mão no tempo oportuno...?
O que nos mostra a imagem é uma situação inqualificável de falta de educação...e de falta de respeito, em primeiro Lugar, pela Instituição Sporting...
Talvez até um reles acto de xenofobia e racismo à mistura...
É sobretudo um acto que "ofende" o próprio Sporting...e deixa tristes os verdadeiros sportinguistas...!!
O Sporting ao contrário do que alguns afirmam, não é um Clube elitista...
Mas é um Clube de gente honesta...
É Clube de gente respeitadora...
É um Clube que deve ser respeitado...
É um Clube...que não merece que se diga sportinguista, quem é capaz de escrever uma parvoíce daquelas...!
Não me revejo nessas atitudes...!!!
Sporting Sempre...!
SL
A história tem muito de verdade, de honra e de regeneração! Posso assegurá-lo, mas não devo ir além disso.
EliminarQuanto à imagem, o meu amigo Max diz tudo. Bem haja.
SL