«Não sei quem lançou as tochas para dentro do relvado, no último Sporting/FC Porto, para a Taça, em Alvalade. Não sei se foram os suspeitos do costume ou se outros quiseram replicar a sua crónica estupidez.
Sei apenas que fizeram um grande favor ao FC Porto, porque desviaram a atenção dos acontecimentos pós-jogo no Dragão. A questão do dia já não são as agressões, a intimidação e a violência organizada, mas o lançamento da pirotecnia, que adquiriu foros da grande nódoa do futebol. Como se isso não bastasse, a claque do Benfica resolveu armar-se em macaco de imitação e temos o FC Porto a esfregar as mãos de contente. Houve até um governante, com tutela sobre o Desporto, que entendeu oportuno pronunciar-se publicamente sobre o flagelo das tochas, mas – pasme-se – deixou-se ficar calado sobre os desacatos no Porto.
Continuo a achar que o que se passou no Dragão foi de superlativa gravidade. De igual forma, entendo que o recrutamento de agentes exteriores para exercícios de agressão e constrangimento é das mais deprimentes manifestações de falta de fair-play a que tenho assistido, nos muitos anos em que sigo o futebol.
Em qualquer outra jurisdição, o Dragão tinha sido preventivamente interditado, os inquéritos disciplinares teriam carácter urgente e a generalidade das instituições desportivas e políticas, teriam feito indignado coro na condenação dos acontecimentos. Neste país de brandos costumes, parece que se instalou um pacto de silêncio, à espera do efeito branqueador do esquecimento.
Interrogo-me sobre as razões pelas quais tudo quanto tem a ver com o FCP é tão complicado. Porque é que não há ainda arguidos na ‘Operação Prolongamento’, porque é que os árbitros apitam tão mal no Dragão, porque é que há sistemática condescendência para os desmandos disciplinares, os cartões cirúrgicos e por aí fora.
Tenho na memória as peitadas de Jorge Costa a António Rola, a perseguição de Paulinho Santos a José Pratas, a escolta de Pinto da Costa na entrada do Tribunal de Gondomar para concluir que estamos perante uma questão antiga e cultural. Eu sei porque é que as coisas se passam assim. Meter medo ainda assusta muito boa gente.»
O futebol em Portugal, a começar na Federação Portuguesa de Futebol, passando pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional e acabar nos organismos governamentais respectivos, terá de sofrer urgente e imperiosa revolução, de modo a que de uma vez por todas "um bandido deixe de ser para sempre um bandido"!...
Ainda que alguns o desejem...
Portugal não é um país do terceiro-mundo!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Opinião cristalina, factual e inequívoca.
ResponderEliminarA Coragem de escrever e falar publicamente da Verdade, assim como, de imputar aa devidas responsabilidades às instituições tutelares do desporto, é que não é para todos.
O Mundo está inundado de cobardia, hipocrisia, oportunismo e profundo cinismo.
Obrigado, a todos os que demonstram a necessária lucidez e clarividência, para denunciar a podridão.