terça-feira, 27 de julho de 2021

Até lá, que se queixem os mais prejudicados!...


Remendos na Liga

«O Boavista foi jogar ao Funchal apenas com 16 jogadores, porque está impedido de registar na Liga novos contratos.

Estulto se torna esclarecer que o Boavista não pode inscrever jogadores, por motivo de dívidas a atletas, situação que é recorrente no clube.

O accionista maioritário da SAD do Boavista, é o Sr. Gérard Lopez, a quem a Liga Francesa obrigou a ceder as acções que possuía no Lille, por motivo de dívidas acumuladas.

O Sr. Gérard Lopez era ainda dono do clube belga Mouscron, impedido de participar nas competições profissionais, por não cumprir os requisitos financeiros mínimos.

Em Portugal, o mesmo personagem continua, com toda a descontracção, a controlar o Boavista, permanentemente engasgado em sufocos financeiros.

Fui ler o "Manual de Licenciamento para as Competições", editado pela Liga, que compila as diversas e numerosas condições de elegibilidade de toda a natureza, para ser aceite a competir no campeonato.

Tomei nota da existência de um "Programa de Sustentabilidade Económica e Financeira", que visa introduzir nas contas dos clubes, o saudável conceito de "break-even"; tais medidas, contudo, só se farão sentir a partir da época 2022/23.

Até lá, o clube que apresente as certidões de dívidas regularizadas com a AT e SS, declare que não deve a atletas, funcionários e treinadores e produza um orçamento, mesmo que para inglês ver, é aceite.

E quando estala a bernarda, a tendência é sempre contemporizar, porque pior que não deixar entrar, é excluir alguém a meio de uma competição.

Parece que a triste saga do Desportivo das Aves não ensinou nada a ninguém.

Que tipo de garantias oferece um clube, que, mesmo antes de começar o campeonato, já não consegue solver os seus compromissos? E que tem como accionista de referência, alguém com este curriculum "artístico"?

Cereja no topo do bolo: o PER do Boavista foi rejeitado pelos credores e, aparentemente a decisão de abrir insolvência só não transitou ainda, por uma daquelas minudências processuais em que o nosso ordenamento jurídico é tão fértil.

Nada tenho contra o Boavista , esclareça-se, mas este processo tem todos os ingredientes para correr mal.

Se assim acontecer, fica afectada a lealdade concorrencial, a verdade desportiva e a reputação organizacional.

Não serão motivos sobejos para se agir preventivamente? Mesmo que tal colida com interesses há muito instalados?»

O que nos vale é que apenas a 12 de Dezembro caberá ao Sporting CP receber o Boavista FC em Alvalade, em encontro da 14ª jornada da nossa Liga!...

Até lá, que se queixem os mais prejudicados!...

Leoninamente,
Até à próxima

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