quinta-feira, 1 de agosto de 2019

É a sina de um grande Clube!...


'Quo Vadis' Bruno?

«Se as estatísticas ganhassem jogos, todos os sportinguistas encarariam com muito optimismo o desafio de domingo. Em nove presenças na Supertaça, os leões venceram oito vezes, 90 por cento de aproveitamento. Um derby tem condimentos próprios, uma energia típica que tempera as rivalidades centenárias e assim será por certo no Algarve.

Há um ano, o Sporting estava no meio de um ciclone, em campanha eleitoral, com a família desavinda. Depois, vieram duas taças, porém, nunca Frederico Varandas conseguiu agregar a nação verde e branca. Os adeptos, esses, são a mais-valia de um clube que passadas décadas de míngua de títulos no futebol e de tantos desmandos e desvarios, continua sempre a acreditar e apoiar. Como se seguissem o conselho da mãe de Jesus Gil y Gil (no fantástico documentário "O Pioneiro") aos filhos: "ainda que estejas miserável, ergue a cabeça, como as serpentes. Não deixes que te vejam assim, ou vão pisar-te mais". É esse orgulho inabalável e essa paixão eterna que move o clube.

O Sporting vai estar taco-a-taco com o Benfica. Apesar dos encarnados parecerem mais bem preparados e mecanizados neste momento é com a mesma qualidade e simplicidade de processos que Bruno Lage impôs na época transacta sem que se sintam as ausências de Jonas e João Félix. Os da Luz tiveram uma ore-temporada com registro quase imaculado, partem fortes, enquanto os rivais não ganharam um único teste.

Na hora em que escrevo este texto está um emissário do Tottenham em Lisboa e apetece perguntar: "Quo Vadis" Bruno? Aproxima-se o dia 8 de Agosto, quando fecha o mercado em Inglaterra e é natural que haja movimentações em torno de um jogador feito e que não precisa de provar nada a ninguém. Mas a verdade substancial é que Varandas, que não evoluiu nada em termos comunicacionais nem em conhecimento da arena mediática, tem um problema que não pode tentar desvalorizar. Não há insubstituíveis, mas um activo do valor de Bruno Fernandes não pode ser destratado.

O capitão do Sporting será sempre um problema. Se ficar, o plantel robustece-se como a maioria da tribuna deseja, os cofres permanecem vazios e se a proposta dos Spurs que está acima dos 35 milhões for recusada, como oficialmente foi comunicado à imprensa, tem de se indemnizar o atleta com 5 milhões como manda a cláusula deixada por Sousa Cintra. Se sair, o orçamento fica composto, no entanto, a equipa perde a unidade nuclear e sob a qual incidiu toda a pré-época de Marcel Keizer que sabe perfeitamente que não é um Robertone qualquer que fará esquecer o líder em campo. Contudo, o Sporting será sempre candidato a ganhar tudo. Com ou sem Bruno Fernandes. É essa a sina dos grandes clubes, que não arranjem subterfúgios nem desculpas hipócritas.»
(Rui Calafate, Factor Racional, in Record)


É isso mesmo: "O Sporting vai estar taco-a-taco com o Benfica"! Como estará sempre. Com 'substituíveis' ou "insubstituíveis". Com Bruno Fernandes ou Lucas Robertone. Como esteve depois dos Cinco Violinos e de Hector Yazalde, Rui Jordão, Luís Figo, Cristiano Ronaldo, Krassimir Balakov, André Cruz, Alberto Acosta, Mário Jardel, João Pinto e todos os grandes jogadores que sentiram e hão-de vir a sentir o orgulho de envergar a gloriosa verde-e-branca...

É a sina de um grande Clube!...

Leoninamente,
Até à próxima

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