domingo, 2 de setembro de 2018

Estaremos apenas a prolongar o nosso calvário!...


Um estudo publicado ontem pelo jornal Record, permitiu-me construir o quadro acima, essencial no meu entender, para que possam ser mais facilmente  compreendidas as profundas e quase insanáveis assimetrias existentes na modesta aldeia do nosso futebol.

O trabalho jornalístico baseia-se fundamentalmente em valores publicados pelo site Transfermarkt, nunca infalível e sempre criticável, mas provavelmente uma das mais fidedignas, consideradas e utilizadas fontes sobre o valor dos jogadores de futebol a nível global.

Servirá este estudo, mais do que uma declaração do nosso miserabilismo, decorrente de profundos erros organizacionais a nível das competições estabelecidas e dos quais caberão ao Sporting Clube de Portugal apenas uma pequena, ainda que considerável parte das culpas, um sério motivo de reflexão, em plena campanha eleitoral do Clube, de todos os candidatos que se apresentarão ao sufrágio de 8 de Setembro.

De facto, independentemente de toda a demagogia que a grande nação leonina se viu obrigada a suportar heroicamente após a resignação e desaparecimento dessa figura ímpar que foi João Rocha, com especial foco em toda a "dinastia roquettista" e muito especial e particularmente nos últimos cinco e desgraçados anos, seria tempo de assistirmos a um tipo de debate e a uma apresentação de propostas completamente diferentes daquilo a que estamos a assistir na actual campanha eleitoral e que tivesse em conta, acima de tudo o imperioso e urgente combate que a realidade impõe seja travado pelo Sporting, de modo a pôr fim à terrível "décalage" que tem afastado há décadas o Sporting da discussão da hegemonia do futebol português e da bipolarização que os nossos brandos costumes permitiram que nele se instalasse.

Se nos deixarmos de preocupar e afastarmos radical e deliberadamente da discussão ananicante sobre o quarto grande, que mais me parecerá a breve trecho a instituição oficial da "liga do meio", importará ao Sporting Clube de Portugal e aos homens que o terão de dirigir nos próximos quatro anos, estilhaçar rápida e sustentadamente, a "décalage" que permitimos se fosse instalando, única forma de recuperarmos a discussão sobre a hegemonia do pontapé na bola cá do bairro e podermos aceder a curto prazo à "primeira divisão do futebol europeu", cumprindo o centenário desígnio dos nossos fundadores.

Enquanto assistirmos entre os sete candidatos à discussão sobre o sexo dos anjos e a massagens umbilicais com os mais santos dos óleos e deixarmos para segundas núpcias aquilo que realmente importa ao Sporting Clube de Portugal...

Estaremos apenas a prolongar o nosso calvário!...

Leoninamente,
Até à próxima

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