'No pasa nada'
«Não sei como é que vão terminar os vários processos judiciais em que o Benfica está envolvido. Não quero antecipar cenários e muito menos substituir-me a quem tem de valorar e eventualmente punir as condutas que sejam ilícitas e os seus agentes.
Da mesma forma como respeito a competência dos tribunais, não posso ignorar aquilo que os media têm divulgado, nomeadamente um conjunto de comunicações electrónicas não desmentidas, que, a serem verdadeiras – como parece que serão –, revelam um confessado propósito de controlar diversos agentes desportivos, de obter informação a que outros não têm acesso, a antecipar comportamentos.
Para além de alguns episódios, que passarão a figurar no anedotário nacional, como seja a oportuna amnésia do presidente – visivelmente restabelecido – ou o fervor religioso do director jurídico, vislumbra-se desde já um aspecto que não pode ser escamoteado e que tem a ver com a vertente disciplinar de todo este acervo de condutas.
Patentemente este jogo de bastidores, prosseguido por uma rede que o Benfica alimentava e protegia, e da qual objectivamente beneficiava – com conhecimento ou não do presidente –, visava obter para o clube vantagens ocultas, cujo impacto a nível desportivo deve, por obrigação, ser investigado, em paralelo com os inquéritos criminais.
Como se sabe, o poder disciplinar no futebol compete à Federação Portuguesa de Futebol, que, há tempos, anunciou a abertura de inquérito e por aí se ficou; desde então, têm guardado de Conrart o prudente silêncio.
Eu bem sei que a Federação está escaldada com os desfechos disciplinares mais relevantes, como sejam a anulação judicial das sanções do Apito Dourado, ou a repescagem do Gil Vicente, mas, tout de même, há limites.
Estas trapalhadas do Benfica contêm indícios que apontam para o que pode vir a ser o maior escândalo desportivo de sempre em Portugal, e o mínimo que se espera da Federação é que seja diligente e proactiva no âmbito da tutela, que lhe cabe. As circunstâncias assim o parecem exigir.
A justiça desportiva não tem de andar a reboque, nem ficar à espera da justiça criminal, porque diferentes, em larga parte, são os respectivos pressupostos e objectivos.
A Federação não pode mais pretender que nada se passa.»
(Carlos Barbosa da Cruz, O Canto do Morais, in Record)
(Carlos Barbosa da Cruz, O Canto do Morais, in Record)
Obviamente que Carlos Barbosa da Cruz não me parece homem que tenha caído ontem de pára-quedas no futebol. Por outro lado também não me parece que desconheça os princípios mais elementares do "kickboxing". O seu compreensível objectivo, nesta como noutras crónicas anteriores sobre a mesma matéria, que naturalmente me merecerá os mais convictos e rasgados elogios e vibrantes aplausos, será muito semelhante ao efeito da água mole em pedra dura. Por mim, sempre por aqui tentarei dar a minha modesta contribuição à sua luta para alcançar o utópico e longínquo horizonte da "verdade desportiva", se os deuses me privilegiarem com o engenho e arte necessários e indispensáveis para que nunca sejam provocados os distintíssimos e digníssimos componentes do "gabinete do crime", agora reforçados com novas e sonantes contratações...
Nesta condição e apesar da sofisticação e aparente robustez do capacete que a imagem acima documenta, de modo algum alguém poderá pretender que em vez de esperar pelas patadas dos adversários, o dono absoluto de toda a disciplina federativa, desate às cabeçadas aos patas dos amigos de sempre!...
Ou será que mesmo que todos já tenhamos visto um porco a andar de bicicleta, já alguém viu uma carroça à frente dos bois?! Ou então algum cão morder no dono?!...
Nesta condição e apesar da sofisticação e aparente robustez do capacete que a imagem acima documenta, de modo algum alguém poderá pretender que em vez de esperar pelas patadas dos adversários, o dono absoluto de toda a disciplina federativa, desate às cabeçadas aos patas dos amigos de sempre!...
Ou será que mesmo que todos já tenhamos visto um porco a andar de bicicleta, já alguém viu uma carroça à frente dos bois?! Ou então algum cão morder no dono?!...
A menos que revisitemos, acolhamos e nos divertamos a explorar o espírito bizarro das bizarras e titânicas histórias de Nuno Markl em...
O homem que mordeu o cão!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
"Confio tanto" na justiça civil e desportiva...
ResponderEliminarQue acredito que as "consequências" para os lampiões...vão ser nulas...!
Depois (se ainda cá estivermos...)falaremos...!!
Há uma "promíscuidade doentia"...entre os lampiões...o poder judicial...e o poder estatal...
Razão tinha o "ladrão do camião"...quando afirmava que o benfica...estava 10 anos à frente dos seus mais directos adversários...
Vou esperar sentado ...(que já não aguento todo o tempo de pé...)
SL