A hora do adeus
«É difícil para um futebolista saber quando dizer adeus. As palavras não são minhas, mas sim de Diego Forlán, estrela do futebol uruguaio que jogou no Independiente, Manchester United, Inter, At. Madrid e Peñarol, entre outros. Em 2018, com 38 anos, Forlán ainda fez uma perninha pelo Kitchee de Hong Kong depois de ter representado o Mumbai da Índia... Terá sido esse o seu último clube. Não sabemos. Provavelmente, nem ele.
No exemplo de Forlán, entende-se a dificuldade que qualquer futebolista tem para assumir o momento: chegou a hora. Luisão expressou bem esse sentimento e sobretudo a complexidade dessa decisão nalgumas das palavras que ontem proferiu num estádio... vazio. Porquê agora? Porque queria fazê-lo no Benfica. Simplesmente.
Para Luisão, fica a mágoa de se ter despedido numa conferência de imprensa. Ainda que num relvado e numa cerimónia tocante, fê-lo de fato e gravata e sem adeptos. O capitão preferia que tivesse sido de outra maneira: equipado e em pleno jogo. A vida é assim. Já se sabia na época passada que os dias de Luisão estavam a chegar ao fim. Vitória não lhe escondeu isso. Podia ter sido de outra maneira? Podia. Mas despedir-se assim, ainda que possa ter sido difícil, revela que Luisão, ao contrário do que diz Forlán, soube quando dizer adeus.»
(António Magalhães, director do Record, Saída de Campo)
Se entregando aos deuses do Olimpo todas os profundos e complexos privilégios de decisão que o fair-play que ao adepto comum que serei, é normalmente exigivel e jamais permitido o contraditório, na análise do lance entre o central benfiquista Luisão e o então guarda-redes do Sporting Ricardo, que Paulo Paraty validou como legal e acabou por determinar a atribuição do título de campeão ao Benfica e se me esquecer de um conjunto obscenamente interminável em que ao mesmo central Luisão tudo terá sido perdoado, em nome de divinas e naturais eucaristias que ainda hoje continuam a ser rezadas por escrupulosos sacerdotes do templo lampiânico, terei de confessar a minha mais profunda admiração por Ânderson Luís da Silva, que o povo apenas conhece pelo simples e sempre humilde e generoso nome de Luisão.
Na verdade, 15 épocas ao serviço de um clube de um país diferente daquele onde se nasceu, culminadas com uma série de anos envergando a braçadeira de capitão e constituindo referência ímpar desse mesmo clube, não será exemplo que se encontre por esse mundo fora com facilidade.
Mas António Magalhães terá esquecido tudo isso na hora de escrever a mais severa crítica aos dirigentes que tiveram a desfaçatez e a atroz falta de vergonha de serem injustos e e irremediavelmente ingratos para com Luisão.
Armado de dois baldes de lixívia em cada mão, António Magalhães teve a "desfaçatez e a falta de vergonha", de vincar a injustiça do acto corriqueiro e para despachar, perpetrado contra uma das maiores glórias benfiquistas deste século, sem uma única palavra de repúdio para a miserável acção de um naipe de dirigentes que mais valia há muito ocuparem uma considerável ala da Carregueira.
De um insuspeito sportinguista, a homenagem, o respeito e a admiração por um extraordinário atleta, ignorado por uma multidão de ingratos benfiquistas!...
Saravah Luisão!...
Leoninamente,
Até á próxima
Justas e gratas homenagens aos capitães da equipa principal é coisa que não tem faltado pelas bandas do FCP e SCP. Que o digam o João Moutinho, o Rui Patrício, o Adrien, o William, o Vítor Baía, o Maicon, o Jorge Costa, o Helton, etc., etc., etc. Esses sim tiveram grandes, justas e gratas homenagens. O jornaleiro de serviço é que nunca reparou...
ResponderEliminarÓ Zé Manel Pacóvio benfas, e qual desses todos, que o teu cotovelo inchado e terrivelemnte dorido ainda te fez o favor de lembrar, tinha 15 (QUINZE!) anos de titularíssimo e quase 10 de capitão, na equipa principal?! Tenho pena de ti, pacóvio benfas!...
EliminarPõe alvaiade nisso, pode ser que desinche!!!...