Varandas sabia para onde vinha
«Não foi há muito tempo que sete homens disseram que conheciam a realidade do Sporting e apresentaram-se como tendo soluções para a resolver. Logo, não enganem a plateia com as dificuldades que agora sentem e o passado que utilizam sempre como arma de arremesso para obnubilar um filme que desgosta e desgasta a família sportinguista. Varandas teve dez meses para produzir a sua obra-prima com a construção do plantel e o planeamento desta temporada, mas saiu um filme de terror de série B, mal amanhado, uma manta de retalhos condenada ao insucesso. Neste momento ouvem-se os acordes da orquestra do Titanic enquanto o gigante dos mares naufraga. E esse afundamento advém da falência do mantra do presidente, "Unir o Sporting". Nunca o emblema esteve tão fragmentado naquele eterno clima autofágico em que respira e ninguém vê um oásis que compense o caminho desértico.
«Se é o destino de um homem mudar o mundo, é necessário que primeiro ele se mude a si mesmo», lê-se em "Augustus", de John Williams, um dos grandes livros editados este ano. Escrevia assim o líder que estabeleceu os alicerces do império romano, porém, Varandas não é um líder, não tem carisma nem empatia (e não há líderes sem empatia), não tem maturidade nem "gravitas", mal consegue balbuciar umas palavras (mais um espectáculo penoso esta semana com o Judo na CML) e está desnorteado.
Recomendava construtivamente que aproveitasse a licença parental para um exame de consciência, se resguardasse, assumisse erros, corrigisse a rota e contratasse um "media-training" competente para o ajudar a comunicar melhor (tarefa dificílima, reconheço), pois deriva da mediocridade do seu discurso e comunicação que os adeptos estão sem esperança, sem ânimo, e os sportinguistas precisam neste momento de um rumo coerente mas também de um flautista que os volte a encantar com a Terra prometida de um futuro melhor.
Varandas sabia para onde vinha. A missão de comandar o Sporting era, é e será, ciclópica. Já chega de invocar o passado e governar contra os seus. Tem de congregar, ouvir até críticos muito mais sapientes do que ele em diversas áreas para humildemente aprender e ganhar mais matreirice e conhecimentos, contudo, temo que, ao contrário do conselho de "Augustus", o isolamento e autismo a que se impôs sejam as barricadas da sua própria destruição que o levarão a ser o Napoleão Bonaparte exilado na ilha de Santa Helena, sozinho e sem tropas.
PS: Na página 18 do Record de terça-feira, na sequência do título «Varandas deu murro na mesa» leio: «o "recado" foi ontem transmitido ao grupo por Silas e Beto – já que Varandas e Hugo Viana regressaram a Lisboa por motivos de agenda, dada a recepção na CML à equipa do Sporting campeã europeia de Judo». Então o director desportivo não fica com a equipa? Mas não trata do futebol? O que veio para Lisboa fazer Hugo Viana? O mais incompetente director desportivo do mundo ainda é director desportivo do Sporting?»
(Rui Calafate, Factor Racional, in Record, hoje às 17:11)«Não foi há muito tempo que sete homens disseram que conheciam a realidade do Sporting e apresentaram-se como tendo soluções para a resolver. Logo, não enganem a plateia com as dificuldades que agora sentem e o passado que utilizam sempre como arma de arremesso para obnubilar um filme que desgosta e desgasta a família sportinguista. Varandas teve dez meses para produzir a sua obra-prima com a construção do plantel e o planeamento desta temporada, mas saiu um filme de terror de série B, mal amanhado, uma manta de retalhos condenada ao insucesso. Neste momento ouvem-se os acordes da orquestra do Titanic enquanto o gigante dos mares naufraga. E esse afundamento advém da falência do mantra do presidente, "Unir o Sporting". Nunca o emblema esteve tão fragmentado naquele eterno clima autofágico em que respira e ninguém vê um oásis que compense o caminho desértico.
«Se é o destino de um homem mudar o mundo, é necessário que primeiro ele se mude a si mesmo», lê-se em "Augustus", de John Williams, um dos grandes livros editados este ano. Escrevia assim o líder que estabeleceu os alicerces do império romano, porém, Varandas não é um líder, não tem carisma nem empatia (e não há líderes sem empatia), não tem maturidade nem "gravitas", mal consegue balbuciar umas palavras (mais um espectáculo penoso esta semana com o Judo na CML) e está desnorteado.
Recomendava construtivamente que aproveitasse a licença parental para um exame de consciência, se resguardasse, assumisse erros, corrigisse a rota e contratasse um "media-training" competente para o ajudar a comunicar melhor (tarefa dificílima, reconheço), pois deriva da mediocridade do seu discurso e comunicação que os adeptos estão sem esperança, sem ânimo, e os sportinguistas precisam neste momento de um rumo coerente mas também de um flautista que os volte a encantar com a Terra prometida de um futuro melhor.
Varandas sabia para onde vinha. A missão de comandar o Sporting era, é e será, ciclópica. Já chega de invocar o passado e governar contra os seus. Tem de congregar, ouvir até críticos muito mais sapientes do que ele em diversas áreas para humildemente aprender e ganhar mais matreirice e conhecimentos, contudo, temo que, ao contrário do conselho de "Augustus", o isolamento e autismo a que se impôs sejam as barricadas da sua própria destruição que o levarão a ser o Napoleão Bonaparte exilado na ilha de Santa Helena, sozinho e sem tropas.
PS: Na página 18 do Record de terça-feira, na sequência do título «Varandas deu murro na mesa» leio: «o "recado" foi ontem transmitido ao grupo por Silas e Beto – já que Varandas e Hugo Viana regressaram a Lisboa por motivos de agenda, dada a recepção na CML à equipa do Sporting campeã europeia de Judo». Então o director desportivo não fica com a equipa? Mas não trata do futebol? O que veio para Lisboa fazer Hugo Viana? O mais incompetente director desportivo do mundo ainda é director desportivo do Sporting?»
Tenho vindo a recusar liminarmente o "bota-abaixismo" com que Frederico Varandas se viu confrontado apenas alguns meses depois da sua tomada de posse, em primeiro lugar por sempre o ter entendido com manifesto e intencional perfil revanchista, depois por razões que teriam a ver com a ideia que sempre me acompanhou e continua a acompanhar, da necessidade absoluta de o maior número possível de sportinguistas ter o dever de concorrer para a estabilidade imprescindível à recuperação do Clube e, finalmente, por sempre ter recusado um Sporting governado na praça pública, de fora para dentro e, recorrentemente, à margem dos mais elementares princípios e valores democráticos.
Continuo ainda hoje a pensar que o Sporting pouco ou nada terá a ganhar com novo, doloroso e incomportável processo eleitoral em espaço de tempo tão violentamente curto e sem que ao presidente eleito sejam concedidas todas as oportunidades para levar a bom termo o seu mandato. A menos que, com toda a legitimidade, o próprio algum dia entenda decidir o contrário...
Porém, uma coisa serão os princípios, os valores e até as boas intenções e outra, muito diferente, será enterrar a cabeça na areia e não reconhecer que algo não irá tão bem no 'reino do Leão', quanto os sportinguistas desejariam. Eu próprio escrevi por aqui, recentemente, logo após o primeiro jogo de Barcelos, sem que apenas tivessem sido as incidências da partida a empurrar-me para a conclusão, que "O Sporting bateu no fundo"!...
Nesta condição, compreendo a significativa, importante e "construtiva" mensagem que Rui Calafate hoje dirige nesta sua crónica "Factor Racional", ao Presidente do Sporting Clube de Portugal. De facto também eu, como sportinguista, entendo como urgente e imperiosa a necessidade de Frederico Varandas e tendo em conta alguns dos resultados deveras decepcionantes de todo o seu trabalho, entrar em...
Séria e profunda reflexão!...
Leoninamente,
Até à próxima
Crónica sem espinhas e com uma espinha direita!
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