Será apenas uma questão de tempo!...

«O recurso do Lille para o Tribunal Federal da Suíça sobre a sentença do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) é mais um capítulo na longa novela de Rafael Leão, desde que este decidiu rescindir unilateralmente o seu contrato com o Sporting. Decidiu o TAS, recorde-se, que o clube francês onde o avançado jogou depois de sair de Alvalade é solidariamente responsável pelo pagamento da indemnização ao Sporting – a rondar os 20 milhões de euros, juros incluídos – pelo que o internacional português não teria de assumir sozinho o valor.

Este processo teve início em Novembro de 2018, quando a SAD leonina moveu um processo contra o jogador, pedindo uma indemnização de mais de 45 milhões de euros pela rescisão unilateral do seu contrato, após o ataque de um grupo de adeptos à Academia de Alcochete. A Câmara de Resolução de Litígios da FIFA assumiu depois que não tinha competências para decidir o caso, que transitou para o TAD (português). E este viria mesmo a condenar Rafael Leão.

O avançado do Milan ainda procurou anular esta decisão, mas sem efeitos práticos, pois o Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) ratificou o acórdão. Leão, condenado por "cessação ilícita do contrato de trabalho desportivo", requereu a anulação das decisões alegando "falta de fundamentação", "ofensa dos princípios da ordem pública internacional do Estado Português" pelo TAD e "violação da independência e imparcialidade dos árbitros" escolhidos para julgar o processo. Mas todos os argumentos foram rejeitados pelo TRL. Desde então, o jogador chegou a ter 1/5 do seu salário actual no Milan – 1,5 milhões de euros – penhorado, ou seja cerca de 300 mil euros, montante que mensalmente era depositado nos cofres dos leões.

Processo autónomo

Paralelamente, o TAS também condenou o Lille por ter assinado com Leão, responsabilizando-o igualmente pela indemnização, mas o emblema gaulês não se conforma com a decisão. Entre o jogador de 23 anos e o Sporting já houvera um acordo extra-judicial, mediado pelo empresário de Leão, Jorge Mendes, mas este é um processo autónomo.

Recorde-se que o Lille venderia posteriormente o dianteiro para o AC Milan, em 2019, por 30 milhões de euros, depois de o ter garantido a custo zero quando deixou Portugal. Luís Campos era o director desportivo do clube e Christophe Galtier, que agora acompanhou o português para o Paris Saint-Germain, o treinador.

Em Itália, o avançado foi-se afirmando até ser determinante na equipa ‘rossonera’. Ajudou de forma decisiva o clube a recuperar o título italiano, 11 anos depois, obtendo 14 golos e 12 assistências em 42 jogos pelo AC Milan.»

Por Gonçalo Vasconcelos

No meu modesto entender, muito dificilmente o Tribunal Federal da Suíça atenderá este derradeiro e último recurso do Lille Olympique Sporting Club, cuja intenção se apresenta como demasiada e manifestamente dilatória para obter acolhimento por parte dos juízes helvéticos, conhecidos pela sua rigidez no absoluto respeito por decisões tomadas por outros tribunais a montante dos respectivos processos. 

Será apenas uma questão de tempo!...

Leoninamente,

Até à próxima