O futebol mínimo
«O salário mínimo em Portugal é de 635 euros.
O contrato colectivo de trabalho, celebrado entre a Liga Portugal e o Sindicato dos Jogadores, determina que a remuneração mínima de um futebolista da 1.ª Divisão é de 1905 euros, três vezes o salário mínimo; o da 2.ª Divisão de 1587 euros, duas vezes e meia o salário mínimo. E no Campeonato de Portugal é de 1270 euros. Um profissional entre os 18 e 21 anos na 1.ª Divisão deve receber, pelo menos, 952 euros, porque se for das divisões abaixo passa para... 635 euros.
Sabemos que alguns ganham mais do que o valor mínimo, outros nem por isso. Uma situação que ajuda a explicar a realidade que a paragem das competições trouxe e que Record contou esta semana. Futebolistas a passarem fome, alguns deles sem receberem salários desde Fevereiro. E, agora, com lay-off e redução de vencimentos, outros casos poderão surgir.
Um dia destes, um jogador de um clube da 2.ª Liga contou-me que tem um colega de equipa com três pensões de alimentos para pagar todos meses. "Há jogadores da 1.ª Divisão que se ficarem sem 20% do salário aguentam-se bem; cortar os mesmos 20% em jogadores que ganham muito menos faz a diferença", disse-me.
O futebol não é diferente do resto da sociedade. O problema é que existe a tendência de ver o futebol como o mundo dos milhões, grandes casas, carros e tudo isso. Só que também existe o futebol dos salários mínimos e o que se exige é que se olhe mais para quem faz parte dele. É o... mínimo.»
(David Novo, in Record, hoje às 19:00)
O futebol é muito mais que uma bola aos saltos!...
Leoninamente,
Até à próxima
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