Com adeptos destes, precisará o Sporting de inimigos ?!...

Há muito que aprendi a viver com um desequilíbrio comum a tanta gente, que deriva da forma como o meu organismo metaboliza a glicose, principal fonte de energia do corpo, por via, quer de alguma resistência aos efeitos da insulina, o hormônio que regula a entrada de açúcar nas células, quer da minha eventual deficiente produção desse mesmo elemento hormonal, factor preponderante no equilíbrio do nível de glicose normal.

Nesta condição, aprendi a fugir de tudo o que é doce, com a mesma força e garra com que desde que me conheço, rejeito cores diferentes daquela que me preenche a alma e o coração: o verde! Porém, enquanto desportivamente a minha rejeição acaba por ser o complemento da minha afeição, a minha fuga aos prazeres da doçaria, é uma espada de Dâmocles que muitas vezes desafio. E no topo desse desafio, estará o "pudim Molotov", que a minha companheira de uma vida prepara como ninguém.

Não, não será propriamente essa imitação rasca que por aí aparece em quase todos os restaurantes. Nunca comi um "molotov" em condições, fora de casa! Porque o sublime desta pequena maravilha estará, mais do que na confecção da sua irresistível estrutura, que ao ser colocada na boca se desfaz como se de ar se tratasse, na delicadeza dos ovos moles com que, necessáriamente, deverá ser revestida.

Já acompanhei inúmeras vezes a sua confecção e sei portanto, porque se chama... molotov! Porque no momento da junção das claras batidas com o fervente açúcar em caramelo, se assiste a uma explosão semelhante à do "cocktail" a que roubou o nome! É nesta operação delicada e tão perigosa quanto espectacular, que existe a incontornável diferença entre o pudim que tenho o privilégio de comer cá em casa e os que normalmente encontro por aí, em que às claras batidas se adicionam algumas colheres de açúcar ou um qualquer sucedâneo industrial e já está, forno com elas!

Perdoem-me esta divagação preliminar, mas ser-me-à sempre difícil conter esta minha tendência para a exaltação acérrima de tudo o que é genuíno: no pudim Molotof, como em tantas outras coisas, com o sportinguismo à cabeça! E os meus amigos perguntarão: mas o que tem a ver Molotov, com o sportinguismo?! Pois é, também há muitos tipos de pudins Molotov!

Paradoxalmente, depois de ter sido surpreendido por inusitado acto de "guerrilha urbana", protagonizado pelo autor de um bem conhecido "blog da sórdida reacção leonina", cheguei ao célebre Comissário Russo das Relações Exteriores em 1939 que, a quando da invasão da Finlândia pela ex-União Soviética, Vyacheslav Mikhailovich Molotov, terá afirmado às estações de rádio que veiculavam a propaganda soviética, que o exército vermelho não descarregava bombas sobre os finlandeses, antes procedia ao fornecimento de... alimentos! E logo os patriotas finlandeses, apelidaram as sua bombas incendiárias de fabrico artesanal, com que conseguiram destruir centenas e centenas de tanques soviéticos, responder aos "cestos de pães do Comissário Soviético" e acabar por expulsar heroicamente os soviéticos da sua pátria, de... COCKTAILS MOLOTOV, nome por que ainda hoje são conhecidas essas prodigiosas armas de guerrilha urbana. 

Pois Molotov surgiu de rompante na minha mente, por duas razões! A primeira, porque na verdade, ainda que me doa muito reconhecê-lo, haverá alguns sportinguistas que se assemelharão aos pudins Molotov que encontramos por aí na nossa tantas vezes pouco cuidada restauração: poderão parecer genuínos, "comem-se", mas nunca deixarão de ser algo muito semelhante a benfas pintados de verde! A segunda razão e claramente mais importante que a primeira, é que à semelhança do Comissário Molotov, esses agentes da "guerrilha urbana leonina", à mais pequena oportunidade que se lhes depare, vão despejando "cestos de pães" sobre o projecto leonino actual.

E não será uma questão de má vontade contra esses "pseudo leões", ou até de exagerado preciosismo da minha parte! Eu nunca precisei que me assobiassem para beber água! Trata-se de qualquer coisa que destrói completamente a noção de sportinguismo de milhões, qualquer coisa a merecer estudo profundo e atento, qualquer coisa que exige resposta compatível por parte da grande nação sportinguista, qualquer coisa que poderá muito bem determinar a inapelável expulsão do nosso seio, de quem sistemáticamente parece apostado em trazer males maiores ao Clube de que se diz adepto, que todas as forças adversárias que se acotovelam para impedir que levantemos a cabeça!

Correndo o risco de empolar aquilo que jamais deveria ver a luz do dia, entendo que calar a indignação e permitir que a "guerrilha" prossiga, maquiavelicamente, a sua tentativa de destruição do "leonino estado de direito", no sentido de um regresso rápido ao "roquettismo" ou, quiçá, da implantação futura de um "estado islâmico fundamentalista" em Alvalade, deixo-vos com o trecho mais importante e significativo do verdadeiro "cocktail Molotov" que encontrei por aí:

"... Veremos o que vai acontecer na Eslovénia, mais uma vez diante uma equipa perfeitamente ao nosso alcance. Não pretendo de forma alguma exercer qualquer tipo de pressão sobre Marco Silva, além da que ele já sentirá, por natureza, mas sei de fonte interna cem por cento fidedigna - repito, cem por cento fidedigna - que após o jogo do Belenenses Bruno de Carvalho afirmou (palavras para o efeito) "ou as coisas mudam ou não vai cá estar muito tempo". Se fez esta afirmação com convicção ou pela frustração sentida no momento, não posso garantir, mas foi essa a sua expressão.".

Com "adeptos" destes, precisará o Sporting Clube de Portugal de inimigos?!...

Leoninamente,

Até á próxima