Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte do ritual e disciplina religiosa. Cada doutrina tem seu calendário específico para seguir. As religões mais próximas da cultura ocidental, chamaram-lhe Quaresma, pela duração de quarenta dias e é, essencialmente, um período de retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo, ressuscitado, no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo.
A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa tristeza, dor e penitência. O roxo no tempo da quaresma não significa luto, antes simboliza que os seguidores de determinada religião se estão preparando espiritualmente para a grande festa da ressurreição.
É minha profunda convicção que o Sporting Clube de Portugal terá entrado, ontem à noite em Moreira de Cónegos, no seu tempo de Quaresma. Um tempo, exactamente, de tristeza, dor, penitência, reflexão e conversão espiritual, como preparação para a "páscoa" em que acreditamos.
Mas tão convictamente como entendo que, de tarja roxa sobre o peito teremos entrado no nosso período quaresmal, recusarei liminarmente a apologia da "invenção" de novos caminhos ou a recuperação de velhos "cismas", para que a nossa "páscoa" seja alcançada. Nem o "papa" ainda morreu para que todos nos reunamos em conclave para lhe escolher o sucessor, nem a "nossa religião" oferecerá as mais leves dúvidas existenciais a quem quer que seja, para que alguma vez se possam justificar esses "cismas", "capelinhas", "correntes", "oposições" ou qualquer outra coisa que lhe queiram chamar. Esse caminho significaria no momento actual e na minha perspectiva, uma autêntica machadada na "nossa religião", porventura um golpe profundo nos alicerces da grande nação que José Alvalde fundou.
Outra coisa completamente diferente, será continuarmos todos a rezar o rosário de amargura ditado pelo nosso líder religioso. A ele, a "nossa quaresma" também deverá impôr a mesma tristeza, dor, penitência, reflexão e conversão espiritual, no sentido ecuménico da convocação de todas as vontades na caminhada para aquela que todos desejamos possa vir a ser a nossa "ressurreição", a "nossa páscoa"! E que jamais esqueça que este tempo nunca poderá ser infinito. Nem que alguma vez possa permitir-se estendê-lo pelos tradicionais e seculares quarenta dias...
Leoninamente,
Até à próxima
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