Entre padres e duques, quem alcançará o céu?!... |
Há quase dois anos que vinha acompanhando um programa de cariz noticioso, exibido regularmente pela TVI24 nas noites de segunda feira, onde me habituei a conhecer com uma antecedência notável, novidades sobre a vida interna do meu clube, que apenas viriam a fazer primeiras páginas dos desportivos bastante tempo depois.
O programa era moderado por um jornalista moderadíssimo daquela estação, acompanhado por três "paineleiros" afectos a cada um dos três grandes do futebol nacional. O coitado do jornalista, que nunca conseguiu ser moderador de coisa nenhuma, mais não fazia que deixar "correr o marfim", sufocado pela verborreia dos constituintes do painel, os ditos "paineleiros", abrindo, de quando em vez como eu, a boca até às orelhas pelas surpreendentes "cachas" vomitadas pelo sempre melhor informado de todos eles, uma criatura com aspecto de padre, presumido, vaidoso, convencido e com uma raiva ou ciúme incontroláveis e para mim inexplicáveis, pelo clube de Alvalade.
Do lado oposto e à direita do pobre coitado do jornalista, um anafado homem do norte, descansando a proeminência gordurosa do ventre sobre a mesa do painel, passava o tempo a afiar o "epsilon" da língua e a gargalhar de goso e escárnio, sobre os mais variados temas, particularmente sobre o dourado dos apitos e sobre a improficuidade da luta alheia para apear do pedestal da fama e do proveito o seu intocável apoderado.
Do lado esquerdo do energúmeno e catedrático padre careca, vegetava um simplório e pouco ou nada sagaz arquitecto de utópicas paixões, chorando baba e ranho a cada viperina picadela do gordo e carpindo mágoas de corno, perante o calendário noticioso sobre a sua vida doméstica, vomitado prazeiteira e provocatoriamente pela careca reluzente do cura.
Sempre me acompanhou ao longo de todo o tempo que o programa já leva de exibição, um fantasmagórico ponto de interrogação, sobre a(s) fonte(s) que alimentava(m) a "sapiência exuberante" do pároco de tamanha freguesia de conhecimento. Numa simples semana e juntando menos de meia dúzia de factos, o meu ponto de interrogação foi perdendo a forma da barriga do porco gordo e qual modelo anorético, passou a um inimaginável, límpido e transparente ponto de admiração!...
Desconheço a penalização prescrita no "direito canónico" para um padre que, pouco inteligentemente, dá com a língua nos dentes sobre os segredos da confissão. Mas temendo pela apregoada "amizade" entre confessor e confessado, durmo bem para esse lado. O confessor terá perdido estupidamente a raíz da sua exuberante "sapiência", qual avicultor que come a canja da sua mais prolifera galinha. Naturalmente continuarei a dormir bem nessa almofada. O que me vai preocupando nestes últimoa dias, será a dramática situação dos munícipes de Sintra, para além de que, por mais que prolonguem o dito programa, ele nunca mais vai ser como antes.
Diz o nosso povo que "às vezes de uma fraca moiteira, poderá sair um bom coelho"! Quem havia de dizer que Godinho Lopes, entre viscondes, marqueses e duques, haveria da calar o padreco para sempre?! E agora, quem adivinha para onde o cura irá rezar missa ?! Sintra, já era. Luz, apagou-se por mais quatro anos. Lisboa é uma miragem. E a ponte?!... É uma passagem?!...
Leoninamente,
Até à próxima
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