Sempre tive uma opinião pouco favorável ao trajecto, pensamento e mensagem de José Eugénio Dias Ferreira como sportinguista, embora nunca tenha duvidado do seu grande amor ao Sporting Clube de Portugal. O trajecto sempre me pareceu, a mim e talvez à grande maioria do universo sportinguista, demasiado próximo de gregos e troianos e o seu pensamento nunca conseguiu afirmar-se como o rumo novo que há muito o teria colocado à frente dos destinos do clube, se porventura em tantos anos que já leva de vida associativa no clube do seu coração, tivesse conseguido convencer a nação leonina de tal capacidade. E estou absolutamente convencido, que a razão maior para os seus consecutivos desaires nos caminhos que o poderiam ter levado há muito à liderança do seu clube de uma vida inteira, sempre se colocou na mensagem errática, ou hermética, ou confusa, ou redonda, ou indecifrável que em todos estes anos evidenciou. Dias Ferreira conhece demasiado bem tudo o que de bom e de mau sempre existiu e continua a existir nos bastidores sportinguistas e será porventura, tanto um dos mais profundos conhecedores, em todo o universo leonino, dos meandros nojentos e nunca penalizados pela justiça, em que se move o execrável futebol português, quanto dos poucos que domina minimamente as bases e os segredos do desporto que foi, é e será sempre a mola real do clube de Alvalade.
Há pessoas assim, nas mais diversas actividades, que poderiam muito bem ter subido ao topo da notariedade e da responsabilidade, se porventura tivessem a capacidade de saber transmitir, no tempo e no modo, a mensagem mais correcta. Mas nada disso significa a sua incapacidade para o estabelecimento de diagnósticos correctos, sobre determinadas e circunstanciais matérias. Hoje mesmo, Dias Ferreira, contrariamente a tantos outros "papagaios" sportinguistas que têm vindo a terreiro apenas besuntando o umbigo com o azeite "rasca" da promoção pessoal, veio afirmar aqui, algo que subscrevo inteiramente:
"... Não percebo como é que as pessoas querem sair disto, não vejo uma ideia muito clara. Não vejo um projeto, um plano. Não percebo a estratégia para o futebol. Tenho uma ideia completamente diferente, sobretudo no que diz respeito à SAD. As pessoas que estão lá é que têm obrigação de saber o que se passa, fazer um diagnóstico e encontrar soluções...".
E quando convidado a comentar os rumores que apontam para eventuais abordagens a treinadores estrangeiros e em particular de Luis Filipe Scolari, para futuro treinador do Sporting afirmou aqui, sem reticências, o que também subscrevo inteiramente:
"... Se começarmos a somar os encargos que temos, havia dinheiro para contratar um grande treinador. Assim, qualquer dia não há treinador que se sujeite a vir para o Sporting...".
"... Um treinador estrangeiro, acredito que seja uma boa solução, desde que tenha estrutura, porque se não, dura só dois ou três meses. Tem de ser um treinador que encaixe num projeto. Mas ainda não percebemos qual é esse projecto...".
"... Sou simpatizante e adepto de Scolari, mas não sei se será treinador para o Sporting, neste momento. Depois da Selecção não teve grande sucesso, nem no Brasil. Não seria o treinador ideal...".
Para tomar a atitude que tomou, de exonerar Ricardo Sá Pinto antes do jogo no Dragão e sujeitar Oceano Cruz a beber o absinto que nunca havia provado, a "troika leonina", nesta manhã de 8 de Outubro deveria anunciar e apresentar em Alvalade o novo treinador do Sporting. Se sabia que não o viria a conseguir, deveria ter poupado Oceano, permitido que Sá Pinto liderasse ainda a equipa contra o F.C. do Porto e teria então, independentemente daquilo que a equipa conseguisse no Dragão, todo o tempo que este interregno possibilitaria, para proceder à sua substituição. Dias Ferreira tem razão! Parece não haver um correcto diagnóstico, nem um projecto, um plano, ou uma estratégia... É o primado da "nevegação à vista", que poderá levar a nau sportinguista a correr os riscos de um triste e dramático encalhe, nos rochedos de uma costa demasiado perigosa. Não se compreende este tempo de espera "em pleno corredor da morte". Esse é o destino anunciado de todos os condenados. E o Sporting jamais será um clube condenado. Ai de quem na estrutura dirigente, ouse admiti-lo ou contribuir para que o seja. Os sportinguistas não o permitirão e hão-de julgar quem, com ou sem intenção, levado por má fé, laxismo ou incompetência, o tentar! Para já, todos vamos assistindo revoltados, a uma inadmissível perda de tempo !!!...
Leoninamente,
Até à próxima
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