Postura guerreira?!... |
Já lá vai quase uma semana e ainda dói e sangra a ferida. E a cicatrização está difícil. Por isso, pode Elias partir para o seu Brasil, continuar as férias que começou no Jamor e dizer, como aqui, que aprendeu o caminho para as finais, que não me vai convencer, nunca. O que eu desejaria era vê-lo partir com com a medalha de vencedor ao pescoço. Mas tanto ele como os seus companheiros, nada fizeram por isso. Perdeu Elias uma boa oportunidade para estar calado, tal como perdeu, uma final que deveria ter ganho.
Hoje, na rubrica "Bilhar Grande" que assina no jornal "Record", Alberto do Rosário, afina pelo mesmo diapasão na crónica que designou de Fatal e que reproduzo na íntegra a seguir. Porque comungo completamento do seu pensamento e porque a única forma que a ferida terá de lograr a cura, será lembrar e repetir até à exaustão, o imperdoável descalabro de uma equipa que esteve a um passo de amenizar uma época e se deixou resvalar para o mais degradante precipício. Para que nunca mais se repita tal vexame. Para que nunca mais os sportinguistas possam ser surpreendidos e sofrer tamanha desilusão.
Nos jogos decisivos, o Sporting sucumbe. Fatal. Há décadas que é assim. Há décadas que o clube não tem líderes que transmitam e exijam ambição. A equipa entrou no Jamor vencida, sonâmbula e displicente. Sem ponta de ambição. Nesta final estava o motor de arranque de uma nova esperança de futuro para todos os sportinguistas, vergonhosamente desbaratada por uma equipa que não fez um remate digno desse nome, à baliza da Académica, na primeira parte.
O que vimos foi um Sporting verde esbatido, amarelado, sem ambição e sem atitude. Vimos, mais uma vez, o velho Sporting que ganha uns jogos, com que vai entretendo os adeptos, mas que sempre falha na hora da verdade. Não há pachorra.
O treinador do Benfica dá-lhe com a nota artística. Sá Pinto dá-lhe com postura guerreira mesmo quando a equipa não mexe os pés. Uma equipa que entra assim no Jamor só pode ter sido mal preparada para este jogo pelo treinador.
A Académica podia ter vencido com um resultado mais dilatado. Foi justa vencedora.
Como muito bem acentuou Rosário, entre "nota artística" e "postura guerreira" não há qualquer diferença. Existe sim uma tremenda falácia a unir ambas as demagógicas afirmações, que nenhum sportinguista julgaria possível em Ricardo Sá Pinto. Um "Coração de Leão", não pode cometer tamanho "sacrilégio", sob pena de destruir completamente o sonho que fez nascer e crescer em nós.
Leoninamente,
Até à próxima
Com calma...sobre o Sá Pinto só podemos ver o que realmente vale na próxima época, quando pegar numa equipa que se possa dizer que é dele!
ResponderEliminarPessoalmente, fez-me sonhar muitas vezes, fez-me ir ao aeroporto duas ou três vezes. Verdade que pecou no fim, mas não vamos atribuir a culpa só a ele, que está no cargo a menos de 6 meses.
A "Unknown", gostaria de dizer que RSP superou as minhas melhores expectativas. Conseguiu "colar" os cacos que lhe deixaram e modificar em boa medida a atitude competitiva da equipa.
ResponderEliminarMas perder uma final no Jamor, contra uma das piores equipas da I Liga,não lembrava ao diabo. À boa maneira de Scolari no Euro2004, deixou-se contagiar por uma "certeza" descabida, permitiu que as portas de Alvalade fossem abertas para uma extemporânea celebração, preparou muito mal a mente dos seus jogadores e escolheu um onze, uma táctica e uma estratégia absolutamente desadequadas. E a rematar, para dizer as palavras do final de jogo, mais valia estar calado. Foi uma semana negra para Sá Pinto, que poderá afectar seriamente a próxima época, se ele não tiver em conta a soberana lição que a realidade acabou por lhe impôr.
Pretender a solidariedade do balneário com elogios falsos e descabidos, será sempre uma estratégia tão errada como afrontá-lo como Villas Boas pretendeu.
O balneário sempre será conquistado de dentro para fora e não o contrário como pensou conseguir. Bastará olhar para a atitude dos melhores treinadores do mundo, nomeadamente de Mourinho.
Concordarei que "só a próxima época poderá trazer-nos a verdadeira valia de RSP". Para já, cinco excelentes indicadores sobre o seu pensamento, que comungo inteiramente, pese embora uma eventual opinião contrária de muitos sportinguistas: os finais de carreira de Tiago e Polga, a saída de João Pereira e o não rotundo às especulações sobre as saídas de Capel e Carriço. Em qualquer destes casos, uma posição branda e complacente por parte do técnico, poderia alterar noutro sentido, as decisões tomadas por Duque e Freitas.
Nos regressos dos emprestados e nas duas contratações anunciadas por Godinho Lopes, estará a pedra de toque da próxima época. Sá Pinto não poderá errar em qualquer avaliação que faça sobre as novas entradas, sobe pena de hipotecar mais uma vez uma nova época e de poder destruir o seu próprio futuro no Sporting. Normalmente da coragem saem os campeões! Aguardemos...
SL