Soube a pouco
«Se o caro leitor passar os olhos por aquilo que se está a passar em terras gaulesas, verá uma decepção profunda misturada com um inequívoco gozo de quem foi eliminado às mãos da Suíça. Didier Deschamps pode continuar como selecionador, contudo, é visível que só Zidane conseguiria juntar os cacos das expectativas elevadíssimas frustradas tantos eram os craques por metro quadrado, incluindo o putativo sucessor dos deuses Cristiano Ronaldo e Messi, Mbappé.
Estavam no propalado 'grupo da morte', como nós e Alemanha, todos juntos no prematuro regresso a casa. Só que em França morava claramente a ideia de potentado, de colosso dos 'bleus', e não há nada pior do que assistir a ídolos com pés de barro a falharem estrondosamente como simples humanos.
Por cá, sinceramente, esperava-se que as quinas voassem o mais longe possível, mas ninguém impunha a reconquista do Europeu, logo, a tristeza é diferente. A mágoa vem por termos muita qualidade sem a vermos brilhar em campo. Fernando Santos está blindado e crê-se que será capaz de mudar a sua ideia de jogo para atacar com confiança o Qatar 2022. Talento temos de sobra, opções múltiplas, só no centro da defesa precisaremos de mais jogadores de topo ao nível da dupla Pepe/Ruben Dias, de resto temos inequívocamente uma Selecção forte e competitiva.
Quanto ao sistema do engenheiro do Euro-2016: chega para ganhar? Chegou no passado. É sedutor? Não. É pouco dominador e ofensivo? Está à vista de todos. É possível ganhar de várias maneiras, vejamos outro desporto que amo, o snooker, que é uma modalidade individual mas da qual quero abordar a filosofia. O jogador mais espectacular e o melhor de todos os tempos, Ronnie "Rocket" O’Sullivan, já ergueu o ceptro de campeão do mundo por seis vezes com o seu jogo genial e ofensivo. Todavia, com muito menos risco e virtuosismo, o melhor jogador defensivo, Mark Selby, criticado pelo jogo cínico e tantas vezes feio, já conquistou o mesmo título por quatro vezes.
Ora, se um dia bastou ser frio e cínico para ser campeão, e todos os portugueses rejubilaram com isso, a percepção mudou e a mesma tribuna perdeu a paciência com o poucochinho de jogar na retranca e progredir em contra-golpe. Os portugueses querem mais baliza, mais espectáculo à "Rocket" e menos bocejo à Selby, como aconteceu na segunda parte contra a Bélgica, onde dominou claramente.
É para esses 45 minutos que Fernando Santos tem de olhar e reinventar-se como aqui escrevia ontem o Octávio Ribeiro. Jogámos contra grandes equipas, caímos de pé, mas temos gente e temos alma para muito mais. O engenheiro tem gratidão eterna duma nação, mas o seu crédito esgota-se no Qatar se não encantar. Porque o rescaldo deste Europeu resume-se a uma passagem da canção "Com um brilhozinho nos olhos", do Sérgio Godinho: "Soube-me a pouco".
P.S.: voltando ao nosso futebol, reparei que Pinto da Costa e Vieira já são amigos outra vez. É um regresso ao futuro. Haverá muito para escrever.»
Para acabar de "atar os molhos" bem enfeixados por Rui Calafate, bastar-me-á recorrer, como ele, a Sérgio Godinho. Também a mim, "Soube-me a pouco"...
Fernando Santos que se cuide!...
Leoninamente,
Até à próxima
No final…
ResponderEliminar“O que me preocupa mesmo…”
Éessa aliança de “ duas velhas prostitutas” do futebol luso…
Vieira e Pinto da Costa…” unidos nesse propósito de salvar o nosso futebol…”
Só pode mesmo “ dar esterco…”…
SL
Todos sabemos que uma imagem vale mais do que mil palavras.
ResponderEliminarO concertado encontro que juntou comparsas amigos, pré estabelecido e com deglutição de leitões, é a melhor prova cabal e, irrefutável, de que "um bandido, é sempre um bandido".
São pólos cúmplices que se atraem, comungam e partilham a amálgama e a apologia de trafulhices e patafarias.
Parafraseando canção e com o muito respeito devido ao autor/cantor, parecem bandos de pardais à solta.
Quem tem cadastro e sentença condenatória transitada em julgado (por assalto e roubo), ora indiciado por diversos crimes de corrupção, branqueamento de capitais, fraude e evasão fiscal, incumprimento e dívida à Banca (todos nós), ao qual, se junta um outro elemento com diversos casos, confusões, trapalhadas, fuga para Espanha e processos em Tribunal...
Diz a sabedoria popular, que se juntou a fome, com a vontade de comer, ou quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele.
Estes trastes e desavergonhados protagonistas, sem carácter e dignidade, conspurcam há demasiado tempo o ambiente e sã convivência desportiva.