Alma verde a suspirar pelo título
«Sofrer, lá atrás, durante quase todo o jogo, para matá-lo com um cinismo legítimo, numa bola parada. Este jogo foi a cópia fiel do ADN sportinguista esta época. Depois de uma exibição hercúlea, como as circunstâncias exigiam, o Sporting demonstrou o porquê de assentar o seu modelo na solidez defensiva. Se houvesse dúvidas, hoje, ficaram desfeitas. Este Sporting tem estofo para lutar pelo título até final.
Com os leões com menos um elemento desde cedo, depressa se desenhou a tendência de domínio bracarense num jogo em que Carvalhal surpreendeu Amorim com o posicionamento híbrido inicial de Gaitán, que sem bola fechava o corredor esquerdo, e com ela aparecia mais por dentro, libertando Galeno no corredor, que sem bola fazia de quinto na última linha, garantindo a superioridade do Braga no corredor de Pote, que era quem realmente Carvalhal se preocupou em anular quando preparou o jogo.
Paralelamente a isso, Gaitán a abrir o corredor, sem bola, para condicionar o início de transição leonino pelos pés do jovem Gonçalo Inácio, o mais habilitado do trio defensivo dos verde e brancos nesse momento de jogo. Mas duas abordagem imprudentes em que decidiu “matar” a transição bracarense em zona de perigo, mudaram o figurino do jogo com a sua expulsão prematura, logo ao minuto dezoito.
Com superioridade numérica, Carvalhal puxou, em definitivo, Gaitán para o corredor central para que fosse este a pautar o jogo dos da casa. Mas o jogo bracarense tornou-se muito padronizado pela sua excessiva atracção por entrar pelo corredor central, quando o espaço estava nos corredores laterais, como o demonstraram as duas mais flagrantes ocasiões dos minhotos, na sequência de acções de cruzamento.
Amorim introduziu alterações mas nunca abdicou da sua densa linha defensiva, que pareceu sempre confortável na controlo do espaço central. Depois…. depois veio a ratice que se exige nestes momentos, fazendo a diferença num momento à parte do filme do jogo: uma bola parada que apanhou de surpresa a defensiva bracarense. O mais difícil para os líderes do campeonato estava feito. Depois foi um Sporting na sua praia, sólido e mentalmente preparado para segurar a vantagem mínima, numa vitória épica.
Destaques Individuais
Coates foi o homem do jogo. O comandante do exército leonino num duelo que foi mais que um jogo para o leão. Foi uma batalha.
Matheus Nunes e Adán Se o primeiro voltou a marcar o golo decisivo, Matheus é jogador de grandes jogos, o segundo teve um par de intervenções que mantiveram os leões vivos no jogo. Não merece as críticas de que foi alvo no último encontro. Tem sido decisivo para o sucesso da sua equipa. Injustificadamente um mal-amado.
Gaitán mostrou como o seu perfume técnico e cultura táctica trouxeram o Braga para o ascendente no encontro, domínio que acabou por não se ver materializado. O argentino já não dura os noventa minutos, mas a sua classe é extra quando comparado com os seus colegas.»
A melhor análise ao jogo da Pedreira
Leoninamente,
Até à próxima
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