A liga dos doze
«É impossível olhar para o nível de investimento do Benfica no reforço do seu plantel sem colocar o volume de negócios em curso numa linha de comparação com aquilo que é a realidade actual da I Liga portuguesa. O Benfica está a gastar uma fortuna para disputar uma competição pobretanas, a caminho de uma falência generalizada e de uma evidente irrelevância competitiva no plano europeu. Trata-se claramente de um investimento desproporcionado para aquilo que é a realidade actual do futebol português e do próprio País.
Mesmo no chamado campeonato dos grandes, o Benfica mostra hoje uma disponibilidade financeira que esmaga os seus rivais mais directos, construindo uma equipa que terá de mostrar resultados no plano interno mas, sobretudo, nas competições europeias onde não bastará fazer boa figura, eufemismo antigo para qualificar, no caso da Champions, uma caminhada que vá para lá da fase de grupos.
Com este nível de investimento, o Benfica terá de chegar bem perto das meias-finais, pelo menos, na Champions, ou mesmo de uma final, no caso da Liga Europa. Essas serão as exigências próprias dos muitos milhões que escorrem da Luz numa época de incertezas brutais, como a de saber se haverá público nos estádios ou não, se os patrocinadores continuarão a investir ao nível pré-pandemia ou não.
O paradoxo entre o dinheiro que o Benfica gasta e a realidade financeira da esmagadora maioria dos outros clubes é tal que, porventura, talvez fosse este o momento certo para reflectir sobre a dimensão da I Liga. Fará sentido continuar a disputar um campeonato com dezoito clubes ou chegou o momento de evoluir para um modelo competitivo mais pequeno, de 12 ou 14 clubes!? Continuar no pântano reflectido por situações como a do Desportivo das Aves ou do Vitória de Setúbal, entre outras, é consentir um modelo competitivo em que a verdade desportiva não é uma prioridade. E isso é o pior que pode acontecer numa altura em que o futebol enfrenta a síndrome do ninho vazio, como alguém já qualificou estes tempos que vivemos, com estádios e cofres vazios, com públicos desmotivados, televisões e patrocinadores em claro desinvestimento e os clubes entregues a um dinheiro que não conhece cor.»
(Eduardo Dâmaso, director da Sábado, Futebol de Rua, in Record, hoje às 19:11)
"Bem prega Frei Tomás!!...
Leoninamente,
Até à próxima
(Eduardo Dâmaso, director da Sábado, Futebol de Rua, in Record, hoje às 19:11)
"Bem prega Frei Tomás!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Até agora os investimentos do Benfica, ainda não chegaram aos 50M de euros. Recorde-se que, na época passada, o FCP investiu cerca de 60M de euros na equipa de futebol.
ResponderEliminarOra, não me recordo de ler nenhum artigo de qualquer Dâmaso deste país, preocupado com os investimentos do FCP na época que agora se concluiu.
Mesmo estando este clube intervencionado pela UEFA e ter cerca de metade das receitas do Benfica.
Às vezes acontece cair um dente!...
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