O estranho caso do desaparecimento de Bas Dost
«As premissas são lançadas ao ar enquanto o povo, embasbacado, boquiaberto, pasmado, as observa, à espera de que, sei lá, o vento as desmistifique e as devolva desembaraçadas. Nem o eco das repetições sem brilhantismo, tão pouco o dorido de quem está identificado com o ricochete dos falsos axiomas a estalar-lhes no rosto – porque, sem recurso ao raciocínio, o que lançamos ao ar com 50kg cai-nos em cima com 500 –, estimula a curiosidade de descobrir os porquês no futebol.
Premissa: “Bas Dost desaparece nos jogos grandes”
Mais um clássico, mais um jogo em que Bas Dost foi uma nulidade. E é isso em que Bas Dost se torna longe da área e no meio de defesas competentes. Parece que dizer, em voz alta, que o holandês é um bom finalizador, mas um avançado limitado, aleija. O óbvio não deve ser ignorado porque Bas Dost, ipsis verbis, “já salvou muitas vezes o Sporting” e “marca muitos golos”. Dentro de cenários de dificuldade aumentada, dificilmente iremos ouvir Thunderstruck ao ritmo de uma boa exibição, sendo que deveria ser escusado referir que “ao ritmo de uma boa exibição” faz toda a diferença nesta avaliação, porque um golo frente ao FC Porto iria cegar os mais desatentos.
Nos tais cenários, (vou repetir). Nos tais cenário, (remetendo para: cenários de dificuldade aumentada - em Portugal, temos de defender a nossa escrita), Keizer, que nunca pode marcar presença no grupo dos desatentos, continuará a preferir ter menos um jogador a construir em zona avançada? Bas Dost mostrou dificuldades em dar continuidade às associações, competência que até demonstra ter noutros encontros, possibilitando os tão úteis apoios frontais, não ganhou duelos (aéreos, perdeu-os quase todos contra Militão, tendo Felipe vencido os quatro disputados), não soube o que fazer com bola antes do meio-campo, não teve/tem velocidade para explorar as costas da defesa adversária, não temporizou (…).
Posto isto, questiono: no dia em que lhe falte a finalização, como sucedeu no passado sábado, para que serve ter Bas Dost enquanto número 9 nestes jogos? Limitar-se-á a servir de farol para o guarda-redes na reposição (no clássico, Renan não ligou com Bruno Gaspar, Coates, Mathieu, Jefferson, nem Ristovski, mas tentou com Dost. Seis vezes), já que essa tem sido a estratégia do treinador do Sporting face aos opositores que apresentam uma pressão alta? Revela-se curto, porque nos tais cenários estão centrais prontos a reduzi-lo a nada.
A chegada de Keizer renovou-me as esperanças de que Fredy Montero iria ganhar protagonismo no eixo do ataque. Assim, cai por terra mais um pouquinho da alegada frescura trazida pelo ex-Ajax, que tem de ser capaz de ver além da estatística (Dost é o segundo melhor marcador da Liga NOS, com 10 golos, seis de grande penalidade) e/ou criar condições - por exemplo, trabalhando um 4x4x2 que possa ser opção nessas partidas - que espremam as qualidades do holandês.»
(Sofia, em Domínio Táctico)
Já anteriormente tive o privilégio de discutir em privado, nomeadamente com o caríssimo amigo José Lopes, a premissa que hoje Sofia nos apresenta e desenvolve, mormente na "lavagem dos cestos da vindima de Tondela", para não voltar a forçar a nota do que terá acontecido contra o Porto em Alvalade...
É que transformar o demasiado rígido 4x3x3 de Keizer, num 4x4x2, quando os sinos já haviam abandonado o rebate e tocavam, dolorosamente, a finados, escolhendo André Pinto para companheiro de Bas Dost...
Nem ao diabo lembraria!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
Nem ao Diaby lembraria.
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