quinta-feira, 27 de maio de 2021

Bem prega frei Tomás...


Nuno Mendes, Ronaldo e mais nove

«No Benfica, a novela é em torno do futuro de Jesus. Tem contrato? Certo. Vieira quer mesmo que fique? Não é líquido. O que vai fazer o Benfica deste plantel caríssimo e que nada ganhou? Basta desinvestir, para Jesus procurar outros destinos. E desinvestir é capaz de ser o melhor caminho para o êxito. O grupo actual já mostrou que não funciona. Mas viremo-nos para o que agora mais interessa: a Selecção!

Nas vésperas do anúncio dos nomes para o Europeu, corria nos mentideiros que Nuno Mendes poderia não ser convocado por Fernando Santos. Que era ainda muito inexperiente, iria para os sub-21, e tal e tal.

Nos últimos quarenta anos, tivemos alguns defesas-esquerdos de qualidade. De Álvaro, que era um poço de força sem técnica, a Dimas e Nuno Valente, mais dotados tecnicamente, não foi pelo flanco esquerdo que claudicámos.

Com a devida homenagem a estes e outros nomes, que serviram as cores de Portugal, ninguém se aproxima do esplendor potencial de Nuno Mendes.

O jovem defesa do Sporting tem um pé-esquerdo que ora é colher, ora taco de basebol, de fazer inveja aos mais excelentes alas. Galga terreno, e passa adversários, com a facilidade com que se bebe um copo de água em tarde de Agosto. Centra ou penetra em terrenos de remate, como se viesse já ensinado do ventre de sua mãe.

Fernando Santos, nos últimos anos, tem ficado demasiado condicionado pela estabilidade geracional e pelo estatuto ditado a cada atleta pelo passado na Selecção. Diogo Jota foi vítima recente desta gestão de egos, em momentos de excelente forma. Nada devemos ter contra valores de memória colectiva, que dão confiança ao núcleo duro da equipa. Mas será desejável abrir espaço para o melhor lateral-esquerdo que Portugal viu nascer nas últimas largas décadas. Para mais, quando o jogador, apesar dos seus 18 anos, comete poucos erros nos terrenos defensivos, onde dobra com sageza os centrais. Nuno Mendes merece o lugar de titular e Portugal deve ter em campo os melhores em cada posição.

A final da Liga Europa guardou o espectáculo para a longa série de penáltis. Só ao 22º pontapé, ficou encontrado o vencedor. O guarda-redes mais bem pago do Mundo falhou o pontapé. Alguém teria de falhar. Ter uma equipa inteira a marcar, perante aquela pressão emocional, deve encher de orgulho qualquer treinador. Bruno Fernandes continua a desencontrar-se nos maiores momentos. Fez um jogo sofrível, sempre enredado entre os triângulos dinâmicos dos espanhóis.

Quando será que o extraordinário médio de ataque explodirá nas partidas de decisão máxima? Pode ser já no próximo Europeu? O tempo urge. Maiores são os que brilham nos momentos ímpares.»

Bem prega frei Tomás...

Leoninamente,
Até à próxima

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