O Sporting deu uma aula de eficácia e alargou para 10 pontos a vantagem sobre o FC Porto. O Paços foi fiel a si próprio, mas faltou-lhe o golo
«Mais do que as palavras, valem os actos. E, neste caso, os números: ao cabo de 19 jornadas, após a vitória (2-0) sobre o Paços de Ferreira, ontem em Alvalade, o Sporting passa liderar o campeonato com 10 pontos de avanço sobre o FC Porto, 11 relativamente ao Sp. Braga e 13 para o Benfica. O que importa se Rúben Amorim assume ou não a candidatura ao título? Nesta altura, importa apenas para efeitos de gestão de expectativas.
O treinador será o primeiro a ter consciência deste facto, mas talvez por isso mesmo prefere manter a fórmula ganhadora de que não abdica desde o início da Liga: falar menos, jogar mais, ser humilde, responsabilizar os jogadores e... executar um plano a partir do banco.
O triunfo sobre o Paços teve muito deste pragmatismo. A equipa de Pepa jogou olhos nos olhos, sendo fiel a si própria, e quem ficou a ganhar com isso foi o futebol. O que faz um resultado, porém, mais do que as boas intenções, é a eficácia. E se o Paços não fugiu à sua identidade, o facto é que, enquanto precisou de ir à procura dos três pontos, o Sporting foi superior. A primeira parte é esclarecedora a esse respeito: os leões fizeram quatro remates e marcaram de penálti por João Mário, depois de grande passe de Feddal para Pote, mas estiveram quase sempre por cima e até podiam ter facturado logo aos 10 minutos, numa jogada de entendimento de João Mário, Pote e Paulinho. Até ao intervalo, o Paços só desceu duas vezes com perigo relativo à área do Sporting: aos 36’, numa combinação entre Hélder Ferreira e Fernando Fonseca, e aos 42’, num remate de Luther Singh, que Adán defendeu em queda, já de joelhos. Foi esse o único disparo dos castores na metade inicial, tantos como o Sporting no segundo tempo...
Apito soou 50 vezes!
Ao contrário do que aconteceu noutros encontros, ontem, os leões não se incomodaram nada em destruir quando não conseguiram recuperar e sair em construção. E o saldo de faltas no final dos 90 minutos espelha essa realidade: o Sporting cometeu 27 faltas, contra 20 do Paços (além de 3 foras-de-jogo). O que nos leva para um capítulo à parte dentro da história do jogo: no total, o árbitro apitou 50 vezes! E não o fez com especial acerto. A análise fica para os especialistas, mas aqui cabe o exemplo de Feddal. Aos 14’ viu (mal) um cartão amarelo; aos 24’ o Paços já reclamava a sua expulsão, porque seria merecedor de segunda cartolina. Para resumir, o critério oscilante de André Narciso afectou a qualidade do futebol, e com queixas para as duas equipas, até em lances de possível penálti (43’ e 59’).
Controlar sem bola
A despeito de um sinal de descontrolo de Nuno Mendes logo aos 8 minutos, o Sporting também soube jogar com esse lado do jogo, adaptando-se às circunstâncias e não tendo problema em jogar feio quando isso foi necessário. Principalmente depois de chegar à vantagem de dois golos e quando passou a consentir o domínio territorial do Paços de Ferreira, que acabou com 55% de posse contra 45% dos leões.
Foi, por tudo isto, uma aula de eficácia do Sporting de Amorim, que mostrou personalidade e capacidade de gerir os vários momentos da partida, após marcar, por Palhinha, logo no regresso dos balneários. Mais uma assistência de... Feddal, desta vez a capitalizar uma bola parada de Pedro Porro. Apesar de ter criado situações de golo, aos 66’ (Douglas Tanque), 74’ (por João Amaral) e 80’ (João Pedro), o Paços nunca conseguiu materializar o ascendente. E o Sporting, com as substituições, soube controlar sem ter a bola.»
Sim, deixemos a "nota artística", a fanfarronice e a presunção para outros e continuemos com a nossa humildade, pragmatismo e eficácia...
Obrigado Rúben Amorim!...
Leoninamente,
Até à próxima
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