«António Salvador é um daqueles dirigentes providencialistas, que, à semelhança de outros, se acha insubstituível. Só assim se explica que, estando à frente do Sp. Braga vai para 18 anos, se apresente a novo mandato.
Já aqui escrevi que a vitalidade e modernização dos clubes passa pela regular renovação dos seus dirigentes eleitos.
Seja como for, por causa das eleições ou por motivo do Centenário do Sp. Braga, havia uma legítima vontade de renovar o título da Taça da Liga, tanto mais que se disputava contra o Sporting, clube contra o qual Salvador nutre, desde há anos, uma pública animadversão.
Até aqui, nada de extraordinário, sendo que este empenho do Sp. Braga apenas valoriza a vitória do Sporting, num campo absolutamente impróprio. Não gostei dos excessos dentro e fora do campo, ponto em que Rúben Amorim tem de saber controlar a adrenalina.
Mas, sobretudo, o que achei totalmente despropositado foram as declarações de Salvador no final do jogo, mesmo descontando o eleitoralismo e alguma azia. Medir a grandeza do Sp. Braga pela efusividade dos festejos dos atletas do Sporting é das atitudes mais patéticas a que me foi dado assistir nos últimos tempos.
Para muitos dos jovens jogadores do Sporting, este foi o primeiro título conquistado enquanto seniores, e nada mais natural do que festejá-lo com transbordante alegria, independentemente do nome do adversário. Se fosse contra outros, a reação seria, com certeza, igual.
A glória do Sp. Braga tem de afirmar-se com os títulos que ganha e não com os que perde. Para se saber ganhar é preciso, primeiro, saber perder. E não é com este tipo de atitudes que o nome do Sp. Braga se engrandece.
Eu sei que custa perder contra uma equipa com três jogadores em idade de júnior e boa dose de inexperiência, mas, que tipo de dirigentes são estes que nem sequer dão os parabéns ao vencedor?
Pela amostra, há ainda um longo caminho a percorrer pelo Sp. Braga. Porque não basta querer ser grande, é preciso saber sê-lo.»
Leoninamente,
Até à próxima
Sem comentários:
Enviar um comentário