Excesso de faltas
«A Liga publicou o balanço da temporada ora finda e forneceu estatísticas deveras interessantes, que, de algum modo, ajudam a situar o nível de competitividade do nosso futebol face aos restantes campeonatos.
A internacionalização das ligas, ou seja, a venda dos direitos de transmissão dos jogos para o mercado internacional é cada vez mais uma importante fonte de receita, seguindo o exemplo precursor da liga inglesa. E, aqui, não há fórmulas mágicas; o público só consome jogos onde evoluam as grandes estrelas, ou que sejam competitivos.
Ora, constata-se que, em média de golos, remates, cantos e goleadas, o nosso futebol não desmerece e até está em linha com as ‘big four’, ou seja as ligas espanhola, inglesa, alemã e italiana. Onde é que descolamos? No número de faltas. Em 2019/20, a Liga teve uma média de 32,3 faltas por jogo, bastante acima das supracitadas; a inglesa teve uma média de 21,4, veja-se a distância…
É desnecessário lembrar que as faltas assinaladas empastelam a fluidez do jogo, transformando o espectáculo, muitas vezes, num penoso festival do apito. E aqui reside a magna questão. Há faltas em excesso porque os jogadores as cometem ou porque os árbitros as marcam? Sem querer entrar em polémicas do ovo e da galinha, direi que é um misto dos dois.
Há árbitros ‘miudinhos’, que assinalam falta ao mínimo contacto físico, e que acham que a sua autoridade se mede pela frequência com que intervêm. É a prática muito nacional de ‘segurar o jogo’, frequentemente acompanhada com a amostragem extemporânea de cartões.
Mas também há o hábito de jogadores cometerem faltas ditas ‘cirúrgicas’, ‘cavarem’ as mesmas, ou teatralizar os respectivos efeitos. Chama-se a isso ‘quebrar o ritmo do adversário’, costume muito arreigado entre nós.
Em 2018, um estudo promovido pelo Observatório do CIES, relativamente a 37 ligas europeias, dava à nossa a dispensável lanterna-vermelha, ou seja, Portugal é o país onde menos tempo útil se joga.
Com este perfil, o nosso futebol não tem grandes argumentos de comercialização, por muito que se queira convencer o mercado de que há – porque efectivamente há – jogos interessantes.
Como todos os defeitos estruturais, é um assunto que não se resolve nem sozinho, nem rápido. Mas, para o qual os intervenientes deviam olhar com preocupação. Porque há remédios.»
(Carlos Barbosa da Cruz, O Canto do Morais, in Record, hoje às 03:45)
À generalizada 'esperteza saloia' dos jogadores - sempre existirá em todas as ligas e latitudes porque o homem e a sua imperfeição não existem apenas em Portugal -, corresponde uma das piores arbitragens que existe em todo o futebol mundial. Não será por acaso o ostracismo a que é votada pelas instâncias internacionais a arbitragem portuguesa, praticamente banida de todas as fases finais das maiores competições internacionais.
A este estado degradante a que chegou a arbitragem em Portugal, deveria a Federação Portuguesa de Futebol, em grande parte responsável pela excelente cotação alcançada pelo nosso futebol no mundo, responder com acções corajosas, concertadas e inflexivelmente dirigidas à inadiável e incontornável transformação da nossa arbitragem, libertando-a do terrível jugo a que tem vindo a ser submetida, primeiro pelo FC Porto, em tempo passado e, haverá bem mais de uma década, pelo poder discricionário e sempre impune do SL Benfica, "um verdadeiro estado dentro de outro estado"!...
Ou estará Fernando Gomes também refém do "poder vermelho"?!...
Leoninamente,
Até à próxima
É sempre divertido ler um blog lagarto. Têm sempre imensa piada.
ResponderEliminarSer doido-alegre que maior ventura!
EliminarMorrer vivendo p'ra além da verdade.
É tão feliz quem goza tal loucura,
Que nem na morte crê, que felicidade.
Encara, rindo, a vida que o tortura,
Sem ver na esmola, a falsa caridade,
Que bem no fundo é só vaidade pura,
Se acaso houver pureza na vaidade.
Já que não tenho, tal como preciso,
A felicidade que esse doido tem,
De ver no purgatório um paraíso...
Direi, ao contemplar o seu sorriso,
Ai quem me dera ser doido também,
P'ra suportar melhor quem tem juízo!...
(António Aleixo)
É sempre divertido ler um comentário idiota (vulgo lampião) . Têm sempre imensa piada.
ResponderEliminarFernando Gomes refém do "poder vermelho"?
ResponderEliminarO daltonismo tem destas coisas, até provoca a confusão entre o azul e o vermelho.
Daltónico o Zé Manel?! Que ideia peregrina!!!...
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