quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Porquê tanta pressa em derrubar Mário Figueiredo ???!!!...



No dia de ontem ter-se-à assistido no Porto a um curioso exercício de manobras militares, que indiciarão uma guerra iminente no futebol português. De um lado,  o "exército" formado por, Sporting, Benfica, Marítimo, Gil Vicente, Paços de Ferreira e Olhanense da I Liga e Beira Mar, Oliveirense, Moreirense, Feirense, Santa Clara, Desportivo das Aves, Leixões, Farense, Trofense, Académico de Viseu e Atlético, da II Liga. A estes 17 clubes corresponderão 23 votos (6x2 + 11x1) na Assembleia Geral da Liga.

Carlos Pereira, presidente do Marítimo e um dos vice-presidentes do organismo e porta-voz do grupo, terá afirmado no final: "É necessário unir a Liga à Federação Portuguesa de Futebol, ao Governo, ao próximo quadro comunitário, falar de policiamentos e de "fair-play". Podemos ter alguns pontos divergentes, mas quando chegar às mãos de toda a gente o documento aqui discutido, estou em crer que estarão todos presentes na reunião do Conselho dos Presidentes.".

Em aparente sentido contrário, terá reunido o grupo de clubes que pretenderá a demissão imediata de Mário Figueiredo da presidência da Liga, por via de razões que se prenderão com "a não apresentação do Orçamento para 2013/14, o manifesto decréscimo de receitas, a ausência de patrocínios, a falta de transparência na gestão e, o facto de considerarem que a actual gestão da Liga ter vindo a ser marcada por uma atitude beligerante para com os clubes e patrocinadores". A liderar este grupo estará, como não poderia deixar de ser, o FC Porto, seguido pelo incontornável e sempre fiel SC Braga, e mais os acólitos Arouca, Académica, Estoril, Nacional, V. Guimarães, V. de Setúbal, Belenenses e Rio Ave, da I Liga, e Desportivo de Chaves, Portimonense, Tondela, União da Madeira e Penafiel, da II Liga. Este grupo de 15 clubes, traduzir-se-à numa soma de 25 votos ( 10x2 + 5x1) na Assembleia Geral. 

Tendo em conta o equilíbrio de votos até agora contabilizado - 23 vs 25 - pelos dois "exércitos" em presença, mesmo considerando que apenas faltará somar o voto do único clube de que até agora não se conhece a posição - Sporting da Covilhã -, independentemente da posição do clube serrano, que não alterará a maioria, esta apenas celebrará uma "vitória da Pirro", manifestamente irrelevante e sem sentido, que apenas servirá para proporcionar a venda de mais alguns milhares de jornais.

Nesta condição, o que aos verdadeiramente interessados na "regeneração do futebol português" importará analisar será, tão só, o contributo de cada uma das partes para uma melhoria significativa das bases em que assenta a sua estrutura.

Do lado dos opositores de Mário Figueiredo, liderados pelo FC Porto, toda a estratégia assentará na simples mudança das moscas e na eternização daquilo que Bruno de Carvalho já definiu, com propriedade, como o "bacôco sistema" que tem dominado o futebol português. E a pressa com que o pretenderão fazer, retira naturalmente qualquer credibilidade à sua iniciativa, na ausência clara de propostas sérias para a mudança premente, inadiável e por muitos julgada incontornável.

Santos Neves, no editorial hoje publicado pelo jornal A Bola diz, na abertura do seu artigo:

"Que fazer na Liga e na global estrutura do nosso futebol? Ontem, para não variar, clubes divididos em separadas reuniões. Maioria procura forma de destituir o presidente da Liga. Minoria (da I Liga, só Benfica, Sporting, Marítimo e Gil Vicente) [atrever-me-ia a corrigir Santos Neves, juntando, Paços de Ferreira e Olhanense], visa objectivos de bem maior fôlego. Entendam-se no essencial! E essencial não é destituir Mário Figueiredo, apenas a três meses do final do mandato..."

O velho, experimentado e sabedor jornalista Santos Neves, muito particularmente no que se refere aos meandros do futebol português, sabe do que fala. E como todos os adeptos do futebol, tem consciência do que estará a acontecer:

Estaremos a assistir, a uma inusitada pressa da parte dos mesmos de sempre, em mudar as moscas! Porque será ?!...

Leoninamente,
Até à próxima 

1 comentário:

  1. O Porto poderá estar a querer concluir a golpada iniciada em 2010 (?), quando Fernando Gomes assumiu a presidência da FPF, dando o golpe final na Liga de Clubes e fazendo retornar todo o poder à Federação e, consequentemente, ``as Associações.
    Acabado o "boneco" de Aveiro, o Madaíl, há que retornar à velha ordem. Apesar de me parecer que Fernando Gomes talvez não seja tão manejável (ou manipulável?), as Associações mais poderosas comandarão "por fora" -estaremos, então, perante um golpe palaciano.

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