quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Porque o grande busílis leonino só poderá estar no galo!...



«Ristovski foi imprudente na escolha de palavras, ainda por cima com árbitro de educação elevada»
Artigo de opinião de Rodrigo Roquette, sócio do Sporting

«É preciso começar por dizer que o Sporting não tem sido consistente e competente. A distância do Sporting para o líder deve-se essencialmente a erros próprios que têm vindo a acumular-se ao longo dos anos.

Há uma necessidade urgente de mudar o paradigma, a mentalidade, de aumentar a nossa taxa de sucesso e isso só se consegue com a criação de uma cultura de exigência, de competência, de foco, de ambição constante e naturalmente de qualidade. 

Numa lógica de regeneração e mudança acho que não faz muito sentido começar por falar de outros factores (ainda que tenham peso), mas sim começar por resolver os problemas que temos dentro de casa.

Independentemente das convulsões, crises, dos factores internos e externos que nos têm impedido de ganhar mais títulos, da pré-época atípica, da fase transição da direcção e equipa técnica, do desequilíbrio do plantel (até por comparação com Benfica e Porto), o Sporting tem obrigação de fazer melhor contra Portimonense, Tondela, Vitórias (Guimarães e Setúbal) ou Braga.

À semelhança do jogo crucial de Tondela, antes da recepção ao Porto, o jogo de Setúbal condicionou o derby, seja pela necessidade imperiosa de ganhar, seja pela motivação, a confiança e o medo de errar. Foi o Sporting que por incompetência própria se colocou nessa posição.

Mas também é verdade que nos momentos cruciais a fragilidade do Sporting fica ainda mais exposta pela dualidade de critérios em nosso prejuízo.

O jogo de Setúbal foi um exemplo dessa dualidade, no jogo em si, mas também quando comparamos com os restantes jogos do campeonato. É tão fácil dar cartões aos jogadores do Sporting. A dualidade de critérios na amostragem de cartões vem desde a primeira jornada do campeonato. Parece que o rigor só se aplica nos jogos do nosso clube.

O lance em que Ristovski leva uma cotovelada, que lhe fez um "Monte Everest" na testa e em que o árbitro não assinala falta e ainda transforma um cartão ao adversário num vermelho directo por protestos, é um atestado à falta de vergonha.

Como fiquei irritado com a ausência de um critério uniforme em relação aos restantes jogos do campeonato, resolvi pedir ajuda a um amigo meu especialista em leitura labial para perceber o que efectivamente foi dito pelo jogador do Sporting. A primeira dificuldade que tive foi encontrar uma pessoa que saiba fazer leitura labial em…Macedónio. Ao que parece em Portugal só há 2 pessoas que falam Macedónio, uma delas é o árbitro Hélder Malheiro.

Segundo o especialista as palavras do (justamente) indignado Ristovski foram: "És um tótó!!!" Foi aí que se me fez luz e percebi que de facto o jogador foi bem expulso. É que chamar "tótó" em Macedónio é das coisas mais ofensivas que podem existir. O grau de humilhação não tem par.

No fundo Ristovski foi imprudente na escolha de palavras. Toda a gente sabe que se é para ofender o árbitro o jogador tem de chamar nomes à mãe do "senhor", ou mandá-lo para um sitio qualquer no mais puro vernáculo. Basta ver que em praticamente todos os jogos isso acontece sem que alguém seja expulso (às vezes um amarelo, às vezes nem isso). Ou então teria utilizado palavras tais como "não vales nada" ou "não podes apitar mais jogos", expressões essas que para além de lhe perdoarem qualquer castigo ainda lhe permitirão ter vantagem em jogos futuros.

Que ingénuo foi Ristovski na escolha de palavras, ainda por cima com árbitro de educação elevada (sabe Macedónio), que é altamente sensível a ofensas, que resolveu mostrar amarelos a tudo o que era falta e que deve ser primo do treinador de guarda redes do Porto. À falta de uma medalhada para fazer um segundo galo, toma lá com o cartão vermelho.

No fim ficámos todos com um galo premeditado e o sensível conhecedor de Macedónio a rir-se. Como diria o "sonso" cá estaremos para acompanhar a carreira e o critério deste e de outros "árbitros".»
(Rodrigo Roquette, artigo de opinião, in Record)

O Rodrigo Roquette certamente me perdoará, mas consultando o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, encontramos:

to·tó 
(origem controversa)
substantivo masculino
1. Cãozinho  [Informal] 
2. Punhado de cabelo amarrado na cabeça [carrapito]
3.  Conjunto das partes pudendas das mulheres  [Portugal: Trás-os-Montes]
4. Pénis de criança  [Portugal: Beira] 
5. Jogo que consiste numa mesa rectangular onde estão representados futebolistas fixos em barras móveis que os jogadores devem movimentar de maneira a inserir uma pequena bola na baliza do adversário  [Brasil]  (ex.: mesa de totó) [Equivalente no português de Portugalmatraquilhos.]
adjectivo de dois géneros e substantivo de dois géneros
6. Que ou quem se considera ter falta de habilidadeinteligência ou desembaraço  [Portugal, informal]          (ex.: ele é tão totó que nem percebeu o que aconteceucambada de totós!). = atado, nabo, palerma, parvo, tanso

Perante esta preciosa ajuda do acima citado dicionário e considerando que Ristovski, dada a facilidade e a rapidez com que os povos eslavos se familiarizam com a língua portuguesa, admito a forte possibilidade de se ter dirigido ao "senhor árbitro" na nossa língua. Nesta condição e julgando ser de eliminar tanto qualquer dos pontos 1, 2, 3 e 5 explicados pelo dicionário, por manifesta discrepância com o sujeito visado, bem como o ponto 6, por óbvia inadequação a esse mesmo íntegro e capaz sujeito, julgo que Ristovski terá mesmo acabado por ser bem expulso, sem que o senhor Helder Malheiro tivesse necessidade de dominar a língua do energúmeno natural de Skopje. É que acabamos por ficar confinados ao ponto 4...

E daí, se Stefan Ristovski chamou "c@r@!?§" ao  mui susceptível e culto, no dizer de Rodrigo Roquette, "senhor árbitro" do jogo de Setúbal, dadas as décadas e décadas de práticas arbitrais de "orelhas moucas e sorrisos abertos" e mai-la a digna e sábia jurisprudência retirada dos inúmeros acordãos oriundos dos doutos e insuspeitos acordãos com que os sucessivos orgãos disciplinares federativos se têm pronunciado sobre a irrelevância do uso desses artísticos e  floreados complementos fálicos na linguagem corrente usada pelos frequentadores dos relvados em Portugal, desde os árbitros aos principais intérpretes, nomeada e muito particularmente, por parte do actual responsável máximo pela disciplina da FPF, o também mui douto, culto e íntegro senhor doutor José Manuel Meirim, permitam-me todos, a começar por Rodrigo Roquette e a terminar no mais modesto e humilde adepto do Sporting, que aqui deixe um apelo à calma e à tranquilidade: Stefan Riustovski não será castigado e pela certa que estará presente no dérbi do próximo domingo! Assim o doutor João Pedro Araújo lhe faça desaparecer o galo!...

Porque o grande busílis leonino só poderá estar no galo!...

Leoninamente,
Até à próxima

2 comentários:

  1. Tenho um familiar chegado que é cameraman e faz muitos jogos de futebol cá e noutras partes do mundo, onde decorrerem competições da UEFA ou da FIFA, ou mesmo Jogos Olímpicos (toda esta conversa, para dizer que é "experimentado" e ...tem visto muita coisa...)...
    Pois ontem esteve em Setubal...estivemos hoje juntos e falei-lhe do jogo dos cartões amarelos e do "galo" do Risto...
    Pois ele (que até é benfiquista) não teve problemas em dizer-me com todas as letras...que o árbitro nos prejudicou e que era impensável a situação do que se passou com o Risto...

    Não jogámos bem é verdade...mas a ideia com que fiquei, foi a sde que mesmo que jogássemos muito e bem..."quem teria a ultima palavra" ser ia sempre essa "besta arbitral..."

    SL

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  2. O humor é de facto uma arma de arremesso poderosissima... e da qual eu prefilho todos quantos o conseguem utilizar... inteligentemente. Porém esquecei-vos de algo muito importante... é que para estes MERDAS (BURROS ATÉ À QUINTA CASA) o humor só serve para que não nos possam atingir porque resolver... nada resolve (antes pelo contrário)... Se até o pacífico 25 de Abril só se fez com recurso às armas... não são estes NEO-PIDES que vão ser vergados de outra forma... Isto não vai lá com falinhas mansas... mas isso sou eu que digo... que não percebo nada disto...

    Amanhã há mais... (fui eu que disse...!!!)

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