segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

O futebol agradece!...


Alguém os ensina a perder?

«A Taça da Liga, tantos anos depreciada como competição menor do futebol português, começa a ser levada mais a sério. Pelo menos já ombreia com os restantes títulos nacionais ao nível da polémica.

O surto de cólera e maus fígados foi próprio de uma prova rainha em Portugal. Começando pelos últimos, tivemos os jogadores do FC Porto a saírem do relvado antes da entrega do troféu ao Sporting, Sérgio Conceição atirou a medalha de finalista para a bancada onde estavam adeptos do Sporting e um seu adjunto tentou agredir um desses adeptos com o mesmo objeto, respondendo a provocações.

Antes disso, nas meias-finais, tivemos ataques de cólera do presidente do Benfica e do treinador do Sporting de Braga, com o primeiro a excomungar o árbitro e o segundo todo o sistema do videoárbitro.

No meio deste conjunto de infelizes contributos para a dignidade e imagem do desporto, o episódio que mais sobressai pela sua gravidade não é o golo supostamente mal anulado no jogo entre o Benfica e o Porto, nem a forma desabrida como Luís Filipe Vieira se atirou ao árbitro. É mesmo o facto de Fábio Veríssimo (a semelhança do apelido com o deste articulista é mera coincidência) ter pedido dispensa na sequência dos acontecimentos anteriormente descritos.

Para um mero observador, fica até a dúvida se Fábio Veríssimo foi convidado a suspender-se por tempo indeterminando ou se o fez por livre e espontânea vontade, considerando que a sua forma não é a ideal, como nos informa não o próprio mas o conselho de arbitragem (CA) da Federação. Aceitemos que foram ambos.

Diz o CA que "nunca aceitou e nunca aceitará qualquer veto de árbitros por parte dos clubes ou outros agentes desportivos". A sério? Porque tenha a iniciativa da dispensa partido seja de quem for, o que pareceu visto de fora é que Fábio Veríssimo não só falhou na avaliação do lance, como foi vetado por Luís Filipe Vieira. Se o CA queria proteger o árbitro, o efeito foi o contrário…

Tem de haver consequências para arbitragens mal conseguidas, após um processo de avaliação – isso aceita-se. Sumaríssimos na praça pública, não. A imagem que fica é de que há árbitros que são elogiados para irem a jogo e outros que são afastados perante uma crítica acérrima. E isso é fatal para a credibilidade da arbitragem.

Tem também de haver consequências exemplares para dirigentes e treinadores que em crianças nunca aprenderam a perder e lançam anátemas sobre árbitros quando o resultado não lhes convém.

Felizmente, a arbitragem fechou a Taça da Liga em alta, com uma intervenção decisiva e certeira do VAR, que comprova a sua valia. O VAR é o futuro e tecnologias como a análise algorítmica de imagens e a inteligência artificial vão ajudar a torná-lo um auxiliar ainda mais preciso e precioso.»
(André Veríssimo, director do Negócios, Linha de Fundo, in Record)

Ora tomem lá Liga e CA e CD da FPF e vão tratar de ver se conseguem a milagrosa cura para a grave enfermidade de que há muito padecem...

O futebol agradece!...

Leoninamente,
Até à próxima

1 comentário:

  1. Bom dia. Amigo:
    Entretanto continuamos a aguardar que o Sr Meirim emita os castigos aos presidentes de Benfica e Braga, e ao treinador Abel (não havia um famoso agente da polícia do mesmo nome?), ele que tão lesto foi a castigar Beto.

    Abraço,

    José Lopes

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