O tempo de antena dedicado à punição imposta a LFV!...

INDESCULPÁVEL VAPOR

«Nada como as imagens. E as que pudemos ver da altercação entre os presidentes do Arouca e do Sporting são esclarecedoras, como diria um filósofo chinês que o Jesus conhece. Perante a sua evidência, há um novo policial: Bruno de Carvalho, depois de ter sido empurrado, terá cuspido. Ou atirado fumo de vapor do cigarro electrónico. E isto é debate sem ninguém se rir. Imagino, aliás, que o steward empurrado, já Bruno de Carvalho não estava presente, também cuspiu ou vaporizou o presidente do Arouca. Duas vezes, uma delas de braços no ar. Três, quando, já com dezenas de pessoas presentes, Carlos Pinho ainda lhe tenta atirar uma garrafa de água. Nem perante a evidente agressividade deste homem, nem perante o facto de ter sido ele iniciar uma discussão e o contacto físico, nem perante o seu historial, nem perante as imagens, nem perante o facto destas desmentirem a versão que o filho do presidente contou em conferência de imprensa, a coisa desarma. Nem São Tomé, o que só acreditava no que via, pode curar o clubismo cego.

Ninguém de boa fé, ao ver aquelas imagens, tem qualquer dúvida de onde vem a agressividade, de onde vem a agressão, onde está a pessoa completamente fora de si. Bruno de Carvalho ferverá em pouca água. Mas neste caso ferveu bem menos do que eu ferveria, perante alguém que não devia poder entrar em estádio alheio, insultando, com o seu comportamento, não apenas o presidente mas o clube que o recebeu. Bem sei que o vapor pode fazer a um homem perder a cabeça. Mas não precisa, no delírio, de tanta companhia. Enquanto isto, Luís Filipe Vieira foi punido por "lesão da honra e da reputação" de um membro do Conselho de Arbitragem da FPF. E este facto mereceu bem menos tempo de antena do que a novela do hipotético vapor de Bruno de Carvalho.»

(Daniel Oliveira, Verde na Bola, in Record)

Daniel Oliveira não terá obrigação de conhecer a fórmula daquele que terá sido o primeiro e talvez o mais poderoso de todos os químicos modernos, o terrífico diclorodifeniltricloroetano, que viria a ser popularizado pela sigla DDT.

Mas quando Ricardo Salgado caiu em desgraça, não ignorará que lhe foram coladas sobre a "carcaça", exactamente as mesmas iniciais: DDT! E nem terei a presunção de lhe pretender explicar porquê. Ele sabe-o melhor do que eu e há muito mais tempo!...

Admiro-me por isso que ainda não tenho dado conta de que, num processo muito semelhante, a sigla foi de novo colada na "carcaça" de Luís Filipe Vieira! Estou mesmo convencido que na elaboração de mais uma excelente crónica, nem se terá dado conta desse pequeno "pormaior". Doutra forma não teria questionado...

O tempo de antena dedicado à punição imposta a LFV!...

Leoninamente,

Até sempre, Sporting Sempre!...