Na ânsia desbragada de dilatar a fé e o "império" que lhe têm permitido ao longo de milénios viver da parasitagem daqueles que com o suor do seu rosto têm que labutar para o conseguir, a Igreja Católica sempre revelou capacidade para "inventar" ardilosas estratégias que revertessem a favor do cumprimento dos seus desígnios.
A canonização e a beatificação de uma reduzida parte da nata dos seus seguidores terá sido uma dessas estratégias que ao longo dos séculos mais ganhos lhe terá proporcionado. Porém na razão directa do crescimento exponencial do império que os "novos santos" foram determinando, terá crescido também a contestação dentro do seu próprio seio que, atingido o clamor índices preocupantes, acabou por determinar que em 1587 fosse criada uma espécie de "alta autoridade para a canonização e beatificação", cujo objectivo seria introduzir aparente credibilidade no "sistema" e calar as vozes contestatárias. Ontem como hoje o Homem revela a sua imperfeição.
Surge portanto em finais do século XVI a figura do Promotor de Fé (Promotor Fidei), cuja função seria encarar com cepticismo o eventual candidato à canonização, procurando lacunas e falhas no processo, como por exemplo a inconsistência de provas dos supostos milagres. E a medida terá resultado num súbito decréscimo dos canonizados, ao ponto de esse promotor de fé passar a ser popularmente conhecido como Advogado do Diabo (advocatus diaboli). Por algum motivo o Papa João Paulo II terá abolido em 1983 esse ofício e originado o "abençoado desemprego" a umas boas dezenas de "advogados do diabo", eternamente agradecidos ao papa polaco, perante miraculosa expansão do "império", cifrada de então para cá em mais 500 canonizados e 1300 beatificados, quando nas anteriores oito décadas apenas se teria assistido a uma centena de canonizações.
Hoje a expressão "advogado do diabo", mais do que designar o indíviduo que apresenta muitas objecções a determinada tese, pretenderá definir aquele que defende um argumento contrário à maioria, apenas com intuito de testar a qualidade do argumento. Em sentido figurado, o advogado do diabo representará nos nossos dias o indivíduo que defende um cliente ou uma causa que, moralmente, não tem defesa.
Já irá demasiado longa a minha dissertação, mas decidi conscientemente correr o risco de dar cabo da paciência de quem me lê, na inabalável certeza da sua bondade para a compreensão do tema, que me foi sugerido pela descabelada posição do jornal Record, no artigo "Afinal, onde está o processo do Benfica contra o Sporting?", publicado às 12:34 de hoje na edição online, da autoria do jornalista Sérgio Krithinas. (LINK)
O jornal Record está transformado no advogado do diabo do Benfica!...
Leoninamente,
Até sempre, Sporting Sempre!...
Amigo Álamo, mas então o record não tem ainda as provas contra o Sporting a serem forjadas na forja? Se ainda não estão forjadas então só se podem culpar a si próprios pelo atraso....
ResponderEliminarSL
Ele devia perguntar onde está a acusação de Pinho contra Bruno de Carvalho. Alguém a viu? Eu não. Vi apenas um texto não assinado do arouca. A acusação, no entanto, que eu saiba não é que BdC tenha cuspido no arouca mas no Pinho. O Pinho é que tem que se chegar à frente. Isto os burros de carga benfiquista do record não perguntam. Onde anda a acusação do Pinho? Dele mesmo, em pessoa, alguém a viu? Eu não vi nada até agora. Em pessoa só vi lampiões da CS e as suas rameiras comentadores do fcporto
ResponderEliminarJRamos