sábado, 16 de janeiro de 2016

Quanto tempo mais e quantos dissabores ainda terá Jorge Jesus de sofrer e fazer sofrer?!...



CONTEM COM ELES ATÉ AO FIM

«Primeiro era a "motivação de início de época", depois o "não passam de Outubro", veio ainda o "caem na série difícil de Dezembro" e o taxativo "acabam no Boxing Day e já é muito bom". Entretanto, estamos em Janeiro e o Leicester continua a quebrar estatísticas e a calar muita gente. Curiosamente, foi desde que perdeu por 1-0 em Anfield no Boxing Day que os foxes deram início à evolução necessária num capítulo do jogo para quem quer festejar algo: melhorar o registo defensivo. Ranieri admitiu recentemente ter "aprendido" com Klopp (e Guardiola) quando estagiou na Alemanha após sair pela porta pequena da seleção da Grécia e, desde que defrontou o técnico do Liverpool, não sofreu golos nos três jogos seguintes da liga. Mesmo tendo a defesa mais batida entre os oito primeiros classificados – 25 golos sofridos em 21 jogos –, o Leicester não sofreu frente a Bournemouth, Man. City e Tottenham e esse é o segredo para continuar a surpreender. Lá diz o ditado: os ataques ganham jogos (Vardy e Mahrez têm-no provado), as defesas ganham campeonatos. Uma coisa é certa: Ranieri reinventou-se e tem o plantel muito motivado. Contem com eles até ao fim da temporada.»
(Hugo Neves, Futebol lá de fora, in Record)

Claudio Ranieri é dono de um invejável curriculum e considerado por todos os que dominam os segredos do futebol, como um dos melhores técnicos mundiais.

Mas isso parece não o ter impedido de "aprender com Klopp e Guardiola" e de revelar a humildade suficiente para o afirmar publicamente, sendo que os resultados aí estão para o comprovar.

Jorge Jesus será por estes dias, reconhecidamente, o melhor técnico a actuar em Portugal. Mas as equipas que tem treinado na última década e muito particularmente o Sporting desta época, sempre revelaram possuir duas caras: tão depressa atingem e expressam "elevadíssima nota artística", como se espalham ao comprido pelos relvados domésticos e externos, por via de um surpreendente, caricato e confrangedor "registo defensivo", muito provavelmente consequência de uma aplaudida mas talvez desmesurada e pouco pragmática "vertigem ofensiva".

O jogo de ontem à noite em Alvalade poderá considerar-se como a máxima exaltação do paradigma a que JJ, incorrigivelmente, tem emprestado a sua chancela, no seguimento de tantos outros momentos de que o golo de Kelvin no último campeonato averbado pelo Porto será exemplo modelar.

Adivinham-se as palavras de JJ quando a equipa entrou ontem no balneário ao intervalo e que os jogadores parece terem interiorizado suficientemente bem para conseguirem dar a volta à adversidade do resultado, mesmo a jogar com menos um elemento. Mas a essa "vertigem ofensiva" que possibilitou a reviravolta deveria seguir-se o pragmatismo que o técnico leonino terá deixado no tinteiro, imediatamente a seguir ao golo de Gelson Martins.

A jogar com 10 e passando para a frente do marcador, contra o último classificado e quando ainda faltavam 30 minutos para o termo do encontro, os riscos que naturalmente enformava toda a "vertigem ofensiva" que havia permitido agarrar com as duas mãos o "pássaro dos três pontos", deveriam ter sido imediatamente reduzidos a zero: JJ deveria ter chamado Adrien Silva junto da si e transmitir-lhe instruções rigorosas para a imediata implementação do plano B, o tal plano pragmático e eficaz que Cláudio Ranieri já interiorizou como sendo o único capaz de conduzir à obtenção de títulos.

Quanto tempo mais e quantos dissabores ainda terá Jorge Jesus de sofrer e fazer sofrer?!...

Leoninamente,
Até à próxima

4 comentários:

  1. Tem toda a razao - excelente post.
    Também acho que JJ preferiu nao obrigar a equipa a baixar linhas, mas assim que Petit fez entrar um avancado para esticar o jogo (por troca com um médio... e infelizmente seria o recém-entrado jogador a marcar golo, por coincidencia) era altura de meter Aquilani. Até porque a equipa dificilmente teria forca física para continuar na "cavalgada" nos quase 30 minutos que restavam de jogo.

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    1. Caro Petinga, julgo que se JJ obrigasse a equipa a "baixar linhas" isso corresponderia a um convite à esperança do adversário. O que em meu entender necessariamente se justificaria, seria transfigurar a "vertigem ofensiva" numa pragmática, estanque e inultrapassável "vertigem de posse" aliada à inexorável e cínica "vertigem do relógio"! Lembro-me perfeitamente que Aquilani chegou a receber instruções de JJ antes do Tondela empatar. Na contemporização de JJ e na demora da sua entrada e implementação da nova filosofia que naturalmente estaria contida nas instruções dadas ao italiano, terá estado o grande e incontornável erro que nos havia de custar dois pontos!...

      E JJ parece abusar de forma recorrente no cometimento deste comprometedor erro, que já tem longas e alvas barbas.Terá melhorado desde a sua chegada a Alvalade, mas creio ainda não ser o suficiente, nem sequer estar próximo do ideal...

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  2. concordo com o seu post amigo Álamo, mas acredito, que se a equipa não tem entrado a dormir na primeira parte nem era preciso que JJ abdicasse dessa "vertigem ofensiva" em prol da "vertigem de posse", mas pronto, já está, nada a fazer qt a este resultado, mas tb me atrevo a dizer que a arbitragem tb ajudou a este resultado, pois condicionou e mto a equipa, mas nada que seja novidade para nós...

    SL

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  3. No Benfica aprendeu ao fim de 4 anos. Supostamente no Sporting não iria regredir. Mas de vez em quando lá lhe volta a vontade pelas loucas cavalgadas sem fim. Quando corre bem, são fantásticas. Quando corre mal, a culpa é de alguém... Filme já visto e revisto.

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