terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Borrar a pintura toda com a assinatura, na última pincelada!...



A MELHOR OBRA (INACABADA) DE JESUS

Já não restam muitas dúvidas: Jorge Jesus está a arquitectar e a erguer em Alvalade a melhor criação da sua carreira. É verdade que é ainda uma obra inacabada e que, ao contrário do que aconteceu ao catalão Antoni Gaudí com a sua laureada Sagrada Família, ela nunca se consagrará e será suficientemente impactante junto do público se não for rematada com o champanhe do título. É ainda justo reconhecer que as fundações deste Sporting foram lançadas pelos três treinadores que antecederam Jesus no cargo (sim, para além de Marco Silva, também Jesualdo Ferreira não deve ser esquecido), como, de resto, Leonardo Jardim reclamou com razão há alguns dias - sendo que a nenhum deles foi oferecida tanta autonomia e recursos humanos tão variados e de idêntica qualidade. Mas, independentemente do que a ditadura dos resultados venha a impor no final da época, é da mais elementar justiça reconhecer, desde já, que Jesus também já teve mais, melhor e mais cara matéria-prima nalguns dos seis anos em que esteve no Benfica, e em nenhum momento conseguiu arquitectar um produto tão homogéneo e harmonioso. 

Tal como acontece hoje, descobria-se na obra pintada a vermelho um trabalho de excelência no alinhamento defensivo, um bloco subido e uma reacção à perda irrepreensível e que potenciava a capacidade de ferir o adversário com ataques rápidos. Mantém-se também a capacidade de criar equipas famintas, como se viu na forma obstinada como o Sporting caceteou sem piedade o adversário em Setúbal ou regressou desejoso e vibrante do balneário frente ao Braga, numa altura em que os rivais já esfregavam as mãos. A diferença é que a construção tingida de verde é muito mais balanceada e equilibrada nos diversos momentos de jogo, caindo muito menos em situações de futebol vertiginoso e, por consequência, menos dada às quedas no precipício. 

Hoje, até já se vê uma equipa capaz de, aqui e ali, gerir a situação em posse, algo que no Benfica parecia ser sempre uma solução postiça e quase proibida. Esta versão 'quitada' de Jesus ganhou alguns extras, designadamente em resultado do posicionamento e dos movimentos dos alas, que jogam agora muitas vezes por dentro, o que dá outra simetria e unidade ao 4x4x2 clássico. De facto, hoje olha-se para este Sporting e tanto se pode descobrir o sistema de partida como, logo a seguir, um 4x2x3x1, um 4x1x3x2 ou até um 4x3x3. E, com isso, até garante maior diversidade nas soluções ofensivas. Não é futebol total, mas também já não é o regime rígido e demasiado hermético que contribuiu para alguns dos dissabores que tornaram o treinador menos unânime na Luz. 

Claro que haverá sempre quem relacione este futebol mais multifuncional com as características dos jogadores que tem agora à sua disposição, sendo os exemplos mais claros João Mário e Bryan Ruiz. Mas quantas vezes não questionámos, sem sucesso, por que razão abdicava Jesus de usar Gaitán nas costas do ponta-de-lança nalguns jogos de características especiais, designadamente nos da Champions? E o que é que fez agora Jesus num jogo com o Porto em que até tinha necessidade imperiosa de vencer para poder regressar à liderança? Manteve João Mário naquele papel duplo em que parte da ala direita e optou por desviar Bryan Ruiz para o corredor central, percebendo que, com isso, iria ter um controlo de jogo maior do que teria se investisse em Montero, que não tem a capacidade para, em determinadas fases do jogo, pensar como um médio. 

E frente ao V. Setúbal e ao Braga não teve dúvidas em trocar a profundidade e a rapidez de Gelson ou a imprevisibilidade de Matheus pela consistência do brasileiro Bruno César, um reforço que pode ter pasmado alguns adeptos menos atentos, mas que surgiu na mesma lógica de encorpamento da equipa. E em ambos os jogos, quando foi preciso gerir (Setúbal) ou preparar o último assalto (Braga), a opção lançada do banco passou pela sapiência e qualidade do italiano Aquilani. Em ambos os casos, Jesus confirmou ser hoje um treinador mais versátil e sábio. Pena é que os ganhos em sapiência e temperança só tragam ganhos no relvado e não sejam ainda de molde a evitar declarações indecorosas e execráveis como as que, mais uma vez, endossou a Rui Vitória. Nesse aspecto, a obra de Jesus, mais do que inacabada, continua disforme e canalha.»


Só um canalha conseguiria pintar um quadro tão rico, "homogénio e harmonioso", e depois... 

Borrar a pintura toda com a assinatura, na última pincelada!...

Leoninamente,
Até à próxima

10 comentários:

  1. E lá continua a glorificação do "bonzinho bitória" e a diabolização de JJ, estes "comentadeiros" não conseguem escrever um texto isento do princípio ao fim esta obsessão que têm em JJ dá cabo eles, nem quero pensar nesta cambada de esquizofrénicos, se ganharmos o campeonato vai ser o desnorte total nas farmácias portuguesas com tantos aziados...

    SL

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    1. Minha amiga Leoa Maria, espero bem que eles "desnorteiem" antes de Maio! Penso que estarão quase no ponto...

      SL

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  2. O amigo Álamo, bem que "devia avisar"no inicio, "aquilo" que encontraria no final...

    Fui lendo e até achei uma "crónica interessante", só porque "como não estava avisado"...
    Acabei "por atolar" os pés na "trampa e no vomitado" que o escriba não conseguiu conter...

    Só "um canalha" como este bruno prates, para escrevinhar uma trampa destas...!!

    SL

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    1. Claro que se eu tivesse feito um aviso prévio, o canalha corria o risco de não ser lido, meu estimado amigo Max! Mas não lhe troque o nome, o homem é mesmo Bruno 'canalha' Prata! Prates será um outro, sobre o qual ando a fazer um estudo detalhado, para ver se descubro onde vai buscar os paus para construir a canoa em que navega...

      SL

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  3. Esse é andrade ferrenho. Até vai tomar café com o Pinto da Costa ás quintas-feiras á tarde. Fonte própria.

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    1. Se as minhas fontes não me enganaram, acrescentarei que além de tomar café às quintas-feiras com o "capi de tutti capi", ainda existirão ligações familiares - por via uterina - com o "jaquim oliveirinha"!...

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  4. Amigo

    É um verdadeiro nojo a Comunicação Social portuguesa. Pior que nos tempos do Estado Novo, porque nessa altura se não reproduzissem a "voz do dono" estariam sujeitos a ser molestados.
    Chamo a tua atenção para os termos e a isenção do "isento", dito berlinense, Alexandre País.
    Como é possível tanta intoxicação vermelhusca.
    Abraço

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    1. É um "fartar vilanagem", meu estimado amigo 8!...

      Nada a fazer, senão continuar a luta, por causas que valham a pena...

      Grande abraço e SL

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  5. Meu caro, no entanto, há que gabar a coragem do escriba em ver o óbvio que todos tentam ignorar.
    De vez em quando, lá acerta uma.
    A frase final advém mais de um ódio de estimação do que uma opinião lúcida e imparcial mas, nem por isso, apaga um bom artigo que diz s verdades todos.
    Abraço e SL

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  6. E borrou a pintura toda porque, tal como toda a CS falada e escrita OMITIU que, tudo o que resultou à posteriori, teve como base uma indecorosa e execrável (utilizando palavras do texto) pergunta feita por um "jornaleiro(?)" mentiroso e mal intencionado.
    E com isto não estou a desculpabilizar JJ que esteve mal, muito mal aí(é a minha opinião).
    Disforme e canalha (utilizando palavras do texto) é esta perseguição sem descanso, este "modus operandi", esta intoxicação permanente do tentacular Departamento Comunicacional de Mr. Burns, seus acólitos e avençados, à Instituição Leonina e seus representantes.

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