A REVOLUÇÃO DO VÍDEO
«Está nos livros da história de muitas instituições que os momentos de crise foram oportunidades de reconstrução. De introdução de novos princípios e novas exigências. De adopção do há muito reclamado para a mudança e a credibilização. Da mudança das credenciais que o falecimento das lideranças permite.
A FIFA – e, antes ou por arrasto, as confederações regionais, como a UEFA – vive(m) um tempo de superação. Está a decorrer um processo longo de descoberta e possível sanção de comportamentos e valorações ilícitos e atentatórios da reputação, da transparência e da integridade dos ‘gestores’ máximos do futebol. As quedas estão em curso. Não se sabe quem e o quê se pode seguir. Quem fica e quem se segue está condenado a recuperar o bom nome perdido. Nas regulamentações das competições e na vigilância do que se é solicitado para cumprimento às federações nacionais. Na clareza e abrangência dos códigos disciplinares e na competência e coragem dos titulares dos órgãos de justiça para os aplicar sem olhar ao peso relativo dos infractores. Na formação e escolha dos árbitros de elite e no controlo das suas actuações. Nos procedimentos de contratação dos apoios e parcerias que sustentam as provas internacionais. Na regeneração dos métodos de discussão e aprovação das deliberações dos órgãos. Enfim, uma miríade de conversões, todas ao mesmo tempo da urgência.
É aqui que se integra a tão esperada manifestação da ‘International Football Association Board’ (a associação composta pelas federações britânicas e pela FIFA que tem a seu cargo a regulação universal das ‘leis do jogo’ do futebol) para o recurso à tecnologia vídeo em jogos oficiais. Chegou agora. Seguem para discussão, na assembleia geral de Março da ‘International Board’, os protocolos para esse recurso e a amplitude do apoio aos árbitros de campo (nomeadamente, em que decisões e com efeitos pode surgir e qual a iniciativa para desencadear esse apoio durante o jogo). "Apoio", refere-se, em vez de "repetição" dos lances com interrupção do jogo. O que significa que, se for esse o modelo, a responsabilidade ficará para quem está fora das quatro linhas em comunicação com o trio principal. Será o ‘quarto árbitro’, pois só ele terá habilitação para visionar os lances duvidosos e comunicar uma decisão técnica ao chefe de equipa. Assim sendo, avulta todo um novo estatuto jurídico-regulamentar para a prova videográfica e para o valor das decisões desse árbitro ‘das dúvidas’ no jogo. Com o Direito a acompanhar a revolução.»
(Ricardo Costa, Por força da Lei, in Record)
Mais uma achega importante de quem sabe do que fala, ainda que não possa ser o detentor da verdade absoluta. Mas a sua contribuição permite a reflexão que o tema exige, sem sofismas...
Contudo, a ser implementada a medida no quadro aventado por Ricardo Costa, de imediato vem-me à mem+oria uma frase batida... lá, lá, lá, lá... do resto da tua vida! Só não sei se Ricardo Costa será capaz de pôr as mãos no lume pelo 'quarto árbitro'! E quem será?!...
Aguardemos para ver com quantos paus se faz a canoa!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
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