«Como se esperava, a pandemia e a recessão enregelaram o mercado futebolístico de transferências. O Centro Internacional de Estudos do Desporto (CIES, na sigla francesa) fez as contas às cinco maiores ligas e dá conta de uma quebra de 30% no valor dos negócios, para 4,62 mil milhões de euros. Se for tida em conta apenas a janela de Verão, a quebra é ainda mais significativa: 43%.
Quando se olha para o ranking das 25 maiores transferências da época, cortesia do site Transfermarkt, há um dado que sobressai: nenhuma outra nacionalidade ombreia com a portuguesa quando se soma o valor dos negócios. As mudanças de clube de Rúben Dias, Diogo Jota, Fábio Silva, Trincão e Nélson Semedo movimentaram 214 milhões de euros. O que têm em comum?
Jorge Mendes foi o empresário de todos eles. Um facto que chamou a atenção do The New York Times. A fama internacional do português subiu mais uns furos com a publicação, na semana passada, de um artigo sobre mais uma época de ouro para o agente, em contramão com a crise. A frase de Pippo Russo, autor de um livro sobre a ascensão do fundador da Gestifute, é lapidar: "Pode-se dizer que a rede de poder económico de Jorge Mendes resistiu ao coronavírus. É como se ele tivesse a vacina".
A vacina de Mendes chama-se trabalho. É o ‘networking’ ao mais alto nível no futebol, construído ao longo de anos, que faz dele o empresário que é hoje e lhe permite sair por cima mesmo quando o mercado está por baixo.
Já outros colunistas do Record aqui escreveram sobre o contributo que o português tem para o futebol português. Segundo contas do Jornal de Notícias, Jorge Mendes já intermediou 1,6 mil milhões de euros em transferências dos cubes nacionais, com destaque para os três grandes. O empresário tem sido de enorme importância para o sucesso do futebol português e o inverso também.
Este Verão voltou a ser assim. Foi Jorge Mendes que ajudou um FC Porto de corda na garganta com as transferências de Fábio Silva e Vítor Ferreira para o Wolverhampton de Nuno Espírito Santo, mesmo que o cheque da segunda só chegue mais tarde. Foi também o empresário que ajudou a diminuir o saldo negativo do Benfica com a transferência de Rúben Dias para o Manchester City.
É essa a sua mestria. Conseguir ligar quem tem talento e precisa de vender com quem pode comprar. Não é por acaso que Inglaterra foi o destino dos jogadores. A quebra no mercado de transferências foi significativamente menor na Premier League (-10%), em comparação com a média das cinco maiores ligas (-54%).
E não são apenas os jogadores. Em Maio, Arséne Wenger falou ao L´Équipe sobre a ascensão dos treinadores portugueses e, sem querer por em causa a sua qualidade, disse que são "bem vendidos". "Vejam a influência que Jorge Mendes tem em tantos clubes europeus", rematou.
Com este protagonismo vem poder. "Vieira e Jorge Mendes reunidos para acertar quem deixa a Luz", titulava o Record a 23 de Setembro. É mesmo assim. Não só com Vieira, mas também com outros presidentes. Apesar das polémicas e questões judiciais que volta e meia assomam, o empresário é hoje, de longe, o homem com mais poder no futebol português. Poder suficiente para, se quiser, mexer nas agulhas de um campeonato.»
Creio bem que Alexandre Dumas nos tempos de hoje não diria o mesmo! Julgo mesmo que complementaria a sua tão célebre frase, juntado 'inimigos' aos excluídos "amigos" e então sim, traduziria a meu ver e de uma forma mais assertiva, o mundo globalizado de negócios que actualmente nos envolve a todos...
Ai de quem em todos os negócios de uma forma geral - e o futebol não deverá ser excepção -, cometa o inclassificável erro de permitir que neles intervenham, tanto privilégios quanto ostracismos eventualmente concedidos a quaisquer das partes negociadoras, independentemente das circunstâncias, do modo como aqueles se desenrolem e do tipo de sujeitos neles intervenientes.
Jorge Mendes dispensa apresentações. Goste-se ou não, será exactamente aquilo que Pippo Russo afirmou! E se a ninguém ocorrerá recomendar a idiotice de o pretender ter como amigo, será tempo de aconselhar o desenvolvimento de todos os esforços no sentido de aproveitar a sua singular capacidade de intermediação no futebol mundial, ao mesmo tempo que sejam cultivadas práticas civilizadas na defesa de legítimos interesses, de modo a conseguir mantê-lo como parceiro de negócios e...
Nunca o ter como inimigo!...
Leoninamente,
Até à próxima
Resumindo, independentemente se que a custo for, vender a alma ao diabo mesmo que no fim o resultando sejam “amendoins” para quem precisa e as joias para o sr feudal...temos exemplos pelo Mundo fora. Em Portugal o ultimo era banqueiro, quando caiu, caiu com estrondo...mas todos la iam ao beija mão tambem...tal como com Mendes. Sera que a historia ja nao ensina nada? SL
ResponderEliminarSeja a História, seja a Experiência, seja mesmo a Inteligência, nenhum desses caminhos ensinará nada a quem não quiser aprender!...
Eliminar"Não há lavandaria"...
ResponderEliminarcomo a do Mendes...
SL
Há muito que o sabemos, amigo Max! O que não poderemos esquecer é que "nos negócios, não existem amigos" e muito menos inimigos!...
EliminarSe o negócio nos serve, avançamos. Se não serve, basta que tenhamos a coragem de dizer... fica para a próxima e "amigos" como dantes!...
Abraço e SL