A maldição de Alvalade, continua!...

Caro Pedro, já percebeste?

Pedro Mendes é um caso clássico nos escalões de formação em Portugal.

Apontado desde cedo com uma enorme promessa do Sporting, Pedro capitaneou muitos dos escalões de formação até que, em 2008, tinha completado todos os degraus.

Foi emprestado ao Real Massamá, ao Servette e, mais tarde, ao Real Madrid Castilla onde somou muitos minutos e se afirmou nas primeiras escolhas. Como prémio teve a hipótese de actuar com a camisola do Real, aos comando de Mourinho, na Champions League.

As equipas B foram repostas em Portugal e Pedro Mendes foi chamado a ser capitão do Sporting, já só tinha um ano de contrato com o clube.

O tempo passou e o rapaz esquecido, apesar das grandes exibições e demonstrações de maturidade. A Direcção de Godinho Lopes começou as negociações de contrato com a jovem promessa, apontado num ápice à equipa principal.

Pedro Mendes continuou as negociações com o Sporting apenas para que o Parma não fosse obrigado a pagar qualquer indemnização aos leões, responsáveis pela sua formação, mas sem qualquer expectativa de prolongar o vínculo, como mais tarde admitiu.

Com isto assinou pelo clube italiano a custo zero e passou a ganhar cerca de um milhão de euros por ano.

Emprestado rapidamente ao Sassuolo, num troca de jogadores entre os dois clubes, o defesa central nunca foi realmente opção no onze do Parma. Nem mesmo esta temporada, de regresso ao clube.

De momento, o Parma vende cacifos e cobre para conseguir pagar as contas da luz. Os ordenados dos jogadores têm cerca de quatro meses de atraso e não se espera outra coisa para além do fechar portas. Com 226 jogadores contratados, o clube quer abrir mão de praticamente todos ao mesmo tempo que tenta fugir da linha de água.

Pedro Mendes deu um passo maior do que a perna, na esperança de poder ganhar mais e mais rápido. Hoje o seu futuro é cinzento e o seu passe mais desvalorizado que nunca. Fica a lição.

(Maria Ribeiro, in A culpa é do Hassan)

Ai se o arrependimento fizesse crescer o nariz!...

Ai se não fosse a maldição de Alvalade!...

Ai se os que vêem a barbas do vizinho a arder, pusessem as suas de molho!...

Leoninamente,

Até à próxima