quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Como um livro aberto!...


Trégua

«Não sei qual vai ser o desempenho do Sporting no resto do campeonato. Do que até agora vi, gostei, mas, como é óbvio, a procissão ainda vai no adro e o andor é pesado.

O que, contudo, já sei e não precisa de benefício de prova subsequente é que o projecto corporizado nesta equipa faz sentido na escolha dos jogadores, na postura táctica, na atitude em campo, no discurso do treinador e, last but not least, no custo.

A equipa parece-me preparada para enfrentar os desafios vindouros que se perfilam; a questão que se coloca então é a seguinte: estarão os sportinguistas preparados para dar à equipa o apoio de que ela, como qualquer outra, necessita?

É que, não haja dúvidas, uma equipa só vence se tem por detrás de si uma massa adepta coesa e solidária.

Ora, coesão e solidariedade é tudo o que não tem havido no Sporting, dilacerado por permanentes lutas intestinas, que massacram os nossos ouvidos e são permanente foco de desestabilização.

Agora que o Sporting é, finalmente, falado pelos bons motivos, aquilo que proponho é que os sócios e adeptos façam uma trégua, deixem de batalhar entre si e se concentrem-se no apoio à equipa e no sonho de ganhar o campeonato.

Seria criminoso que a carreira do clube fosse afectada por um mau comportamento dos adeptos, por perturbações institucionais, por declarações públicas, por omissões.

À medida que o Sporting vai, como se espera, acumulando sucesso desportivo é bom que os sportinguistas se capacitem de que os inimigos, bandidos, toupeiras e quejandos estão fora do clube e não dentro.

Tudo vai ser feito para cortar as vasas a esta equipa, como já tivemos um cheirinho no jogo contra o FC Porto. Aos jogadores, caberá dar resposta dentro do campo e estou confiante que o saberão fazer. A nós compete também conseguir estar à altura, esquecer os egos, as agendas, os ressentimentos, os requerimentos e as guerras de alecrim e manjerona e fincar os pés, como retaguarda indestrutível.

É tempo de tréguas, assim haja em cada um o sportinguismo necessário para as fazer. Sobretudo no dia, que se espera distante, em que o Sporting não ganhar.»

Esta excelente crónica de Carlos Barbosa da Cruz faz-me lembrar a semelhança que existe entre o Sporting e aquela franja da sociedade portuguesa que continua refractária à toma da vacina para fazer face à gripe sazonal!...

Como um livro aberto!...

Leoninamente,
Até à próxima

1 comentário:

  1. Excelente artigo de opinião, sensata e de profunda reflexão.
    Pura demonstração de Amor e do ideal Sportinguista.

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