quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Mesmo racionais, a coragem e a verdade nunca serão incómodas!...


JESUS, ZIDANE E PHIL JACKSON

«Qualquer adepto do Sporting não gostou do que viu na terça-feira. Com a qualidade do plantel, com o esforço na aquisição de jogadores, com a paixão dos melhores adeptos do Mundo, a equipa tem de dar mais. O zero não é opção e o que exibimos foi próximo do zero. Ter posse, e não materializar, não serve para nada.

Jorge Jesus, por culpa própria, tem vindo a perder a confiança dos sportinguistas. Não é que tudo esteja perdido, eu acredito que se vai ganhar a Bucareste, mas os sinais não são bons. O segredo do sucesso de uma equipa ganhadora é a dinâmica e a sua fluidez de jogo, o que temos à vista é uma máquina perra que não consegue esmagar um Steaua que nada tem a ver com o poderio dos tempos em que Nicolae Ceausescu o pagava.

É um grande treinador JJ, mas não tão grande como ele pensa, e tem de o provar nas competições europeias. E muito menos é maior do que as instituições que o contratam. Não pode desvalorizar os seus erros em discursos sem nexo, o Sporting é grande de mais para não ser exigente com os seus profissionais. Sim, exigência. Exige-se, exigência. Esta é a palavra que deve ser um mantra para os adeptos de todos os clubes, especialmente, no Sporting.

JJ já disse várias vezes que tira ideias de outras modalidades, pois bem, devia aprender alguma coisa com Phil Jackson. Deixo uma dica do treinador que ganhou 11 anéis da NBA, 6 com os Chicago Bulls e 5 com os LA Lakers: "Não é necessário lembrar que a profissão de treinador atrai um monte de malucos controladores que estão constantemente a lembrar que eles são o ‘macho alfa’ do vestiário. Ao longo dos anos eu aprendi que a abordagem mais eficaz consiste em delegar tanta autoridade quanto possível e fomentar as habilidades de liderança de todos. Quando consigo isto, não só a unidade da equipe cresce e se dá aos outros a oportunidade de crescer, mas o meu papel como líder também é fortalecido"

Aqui ao lado, em Espanha, vemos um homem sereno, com a tranquilidade de saber que é bom, que transpôs toda a sua classe, enquanto um dos melhores jogadores da história do futebol, para o banco, onde, em pouco tempo, já conquistou 7 títulos, incluindo duas Ligas dos Campeões. Um punhado de milionários galácticos respeita aquele homem, segue-o, como se ele fosse um mestre Zen, à imagem do já mencionado Phil Jackson, que era assim conhecido.

Não berra, não gesticula, motiva dialogando para que a individualidade exponencie o seu talento para o colectivo. Tem confiança nos seus homens, organiza, mas deixa que se soltem na sua genialidade, porque eles sabem o que têm de fazer e se mexer muito só vai incomodar. Zinedine Zidane já provou, quase em silêncio, sem salto alto e com humildade, que é grande treinador, mas, acima de tudo, um excepcional líder de balneário e condutor de homens. Que Jorge Jesus aprenda com ele também.»
(Rui Calafate, Factor Racional, in Record)

Por razões que se prendem com os seis já longos anos da existência de Leoninamente e que a minha modéstia me impede de para aqui trazer agora, liga-me a Rui Calafate uma grande, antiga e amiga admiração, temperada pelo destemperado amor que ambos dedicamos ao Sporting, embora nele reconheça sem dificuldade, o "factor racional" que cultiva sem esforço, enquanto em mim o vulcão da leoninidade vomita e espalha lavas incandescentes, quantas vezes excessivas e quase irracionais.

Foi por isso motivo de grande regozijo a sua "contratação" pelo jornal Record que, em certa medida, terá compensado a "dispensa" de Daniel Oliveira, outro "monstro" de sportinguismo e racionalidade. Porém, estou certo que ele me perdoará o facto das minhas expectativas terem saído de certo modo defraudadas nas primeiras partidas que o vi disputar no tabuleiro difícil e complexo do "xadrez de Record". E disso lhe dei conta directamente, verberando a debilidade do fio da sua navalha, que ao longo dos anos me habituei a ver inteligente, frio, cortante e implacável...

Hoje Rui Calafate devolveu-me por inteiro as expectativas que eu, leoninamente, havia criado, de ter o privilégio de ver equilibradas as forças que no meu jornal de sempre têm vindo a pender, quiçá infeliz e decisivamente, para a afirmação de uma hegemonia que Record nunca permitiu.

Sempre cáustico em relação à camuflagem dos afectos perseguida por uma boa parte dos jornalistas cuja causa deles me aproxima, hoje, por causa de Rui Calafate, "tocam os sinos na torre da minha igreja, há rosmaninho e alecrim pelo chão, na nossa aldeia que deus a proteja, temos mais gente na procissão"!... 

Bem haja amigo, por ter afiado a navalha e por me devolver a esperança!...

Mesmo racionais, a coragem e a verdade nunca serão incómodas!...

Leoninamente,
Até à próxima

3 comentários:

  1. Falar de Zidane fez-me recordar novamente o jogo que lá fizemos o ano passado. Grande demonstração da fibra e dedicação dos nossos adeptos. Durante todo o jogo fizemos mais barulho do que eles e até eu que gosto de ser pacato e discreto passei o tempo todo a incentivar os nossos jogadores. Mesmo a perder o treinador do Real Madrid calmo e sereno a dar instruções à sua equipa. O nosso a ganhar era o oposto. Conclusão: foi expulso e acabámos por perder o jogo nos minutos finais. Quando o jogo terminou chorei, não a pensar no jogo ou nos jogadores, mas a pensar naqueles perto de dez mil sportinguistas presentes e dizia repetidamente para mim NÓS NÃO MERECEMOS ISTO.

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  2. Infelizmente "burro velho não aprende línguas" e JJ muito menos. Estamos reféns dum burro que faz questão de fazer jus a todos o adjetivos negativos que lhe são associados.
    Mas como bons sportinguistas que somos, temos de aguentar e já estamos habituados.

    SL

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  3. é claro que jj tem de provar em todos os jogos que é treinador competente e de valor, porque já teve direito a 2 anos de "recruta". Hoje não terá a complacência dos adeptos, para "teimosias" que não sejam acompanhadas de bons resultados. O resto é "bola!

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