«A guerrilha em torno da arbitragem aberta pelos fracassos desportivos de Benfica e FC Porto, independentemente de uma análise objectiva e rigorosa das razões de cada um, culminou num dos momentos mais patéticos a que assistimos em muitos anos de bola.
Foi aberto um inquérito judicial para ‘investigar’ o pisão de Matheus Reis a Belloti. A justiça foi activada por uma queixa particular e num país onde vigora o princípio da legalidade, que obriga a investigar tudo o que é conhecido e se situe dentro do cânone do processo penal, o Ministério Público teria mesmo de abrir inquérito. Agora, como é óbvio, o dito inquérito vai ser rapidamente arquivado. Não há nenhuma razão de ‘alarme social’ num pisão e numas palavras idiotas do jogador que justifique tamanha enormidade. Apenas um caso para a justiça desportiva.
Em Portugal predomina uma verdadeira doença chamada ‘judicialização de tudo-e-mais-um-par-de botas’. Na política, no futebol, em muitos outros domínios, quando não existem argumentos melhores vai-se para a justiça. Há milhares de inquéritos inúteis, centrados em bagatelas penais, ou mesmo só em mixórdias que é difícil apodar de ‘jurídicas’, que entopem os tribunais e não servem para nada. Só servem para criar suspeições irracionais, alimentar lutas canibais através da manipulação dos factos.
A guerra da arbitragem, de resto, é simples de explicar. Há uma mediocridade objectiva a reinar, tanto dentro do campo como no VAR. Umas vezes essa incompetência favorece um dos grandes, noutras favorece outros.
O declínio do FC Porto, agravado com o desaparecimento de Pinto da Costa, abriu um vazio difícil de preencher, pelo menos a partir dos mesmos métodos e mecanismos de controlo sobre os órgãos que tutelam a arbitragem. O tempo é outro, os mecanismos de escrutínio são mais fortes, não é por aí que se refaz o ‘sistema’. Comparar os tempos de Pinto da Costa com a eventual influência que o Sporting tivesse hoje sobre os árbitros é puro delírio.
Não é, de resto, por causa da arbitragem que se assiste a uma guerra aberta entre os actuais ocupantes das cadeiras do poder na FPF e na Liga. Antigamente, era quase sempre e só por causa disso.
Nestes últimos dias, a guerra estalou entre os grandes porque o Benfica perdeu quase tudo e entrou num ambiente eleitoral em que Rui Costa não está bem posicionado na linha de partida. Ambiente que vai prolongar-se, de resto, até Outubro. Rui Costa e André Villas-Boas estão a alinhar-se contra o Sporting, aproveitando meros episódios da final da Taça, porque falharam todos os seus objectivos nesta época. Só isso.»
Aguenta Varandas que já passa!!!...
Leoninamente,
Até à próxima
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